As cinco cidades da Região das Hortênsias tiveram saldo positivo na empregabilidade, conforme apontam os dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre os meses de janeiro e novembro de 2022.
No topo do ranking está Gramado, com um saldo positivo de 1.333 vagas geradas, entre admissões e desligamentos. Logo depois vem Canela, com 656, seguida por Nova Petrópolis, com 167. São Francisco de Paula aparece com o saldo de 125 empregos formais e Picada Café, 25.
De acordo com o compilado do Caged, o mês com o saldo mais positivo na geração de empregos com carteira assinada em Gramado foi em junho de 2022, com 383. Esse número foi impulsionado pelo setor de Serviços, que foi o que mais teve saldo positivo, 262.
Porém, em agosto, o que se percebeu foi o inverso já que foi o mês com pior número, com um saldo negativo de 129 empregos, também resultado do setor de Serviços. Foram 916 admissões e 1.049 desligamentos.
Nesse acumulado dos 11 primeiros meses de 2022, os setores mais representativos foram Serviços e Comércio e os dois tiveram um resultado positivo, com 1.139 e 247, respectivamente. O único setor negativo foi o da Indústria, que demitiu mais do que contratou.
No total, Gramado teve 15.343 contratações e 14.010 desligamentos. Dessas admissões, 7.409 são de homens e 7.934 de mulheres. A grande maioria possui até o Ensino Médio completo (9.699 pessoas) e entre 18 e 24 anos (4.654 pessoas).
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Canela
Já em Canela, o saldo de empregos, apesar de positivo, é praticamente a metade do número de Gramado: 565. Ao todo, de janeiro a novembro de 2022, foram 8.973 admissões e 8.408 demissões. O setor com o saldo mais positivo no acumulado é o de Serviços, com 386, seguido da Construção, com 122.
O mês com o pior saldo de empregos em Canela, no período do levantamento, foi janeiro de 2022, com 101 vagas a menos em relação ao número de carteiras assinadas. Na contramão de Gramado, agosto de 2022 foi o melhor mês da cidade na geração de emprego, com saldo positivo de 183. O número foi impulsionado pelo setor de Serviços, que contratou mais do que demitiu.
Ao tratar desses 11 meses de 2022, o setor da Construção Civil apresenta o segundo melhor saldo de empregos, após o de Serviços. São, 386 e 122 empregos de saldo, na relação entre as demissões e contratações.
Capacitação para ajudar na busca por trabalho
O estoque de empregos formais em Gramado é de 20.564. Para o secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico da cidade, Ike Koetz, o dado mostra a grande responsabilidade regional que o município e o turismo têm. “Estamos em plena recuperação econômica. As baixas de emprego e saldos, a gente analisa que isso é devido à sazonalidade que temos, mas, no final de tudo, conseguimos ter um saldo positivo”, atesta.
Para Ike, é preciso capacitar a mão de obra local. “A gente recebe muitas pessoas no Sine que querem se colocar à disposição das vagas existentes, mas não têm a capacidade técnica ou não se sentem prontas para as vagas”, confirma.
Para auxiliar nesta demanda, será construído um auditório na sede da Secretaria para palestras e treinamentos. Um dos pontos citados pelo secretário são as pessoas com mais de 50 anos que querem atuar no mercado de trabalho, mas que possuem dificuldade com a tecnologia. “Precisamos ter essas qualificações, ensinar sobre a história de Gramado, postura”, destaca.
Como o único setor econômico que teve um saldo negativo foi o da Indústria, Ike ressalta que isso é um sinal de alerta e a Prefeitura vai buscar entender como está o mercado e maneiras de fomento como, por exemplo, com lei de incentivo.
Valorização dos trabalhadores
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Hotelaria e Gastronomia de Gramado, Sintrag, Rodrigo Callais, conta que o setor tem historicamente uma grande rotatividade. Para ele, uma das ações permanentes realizadas pelo sindicato para minimizar esse fato é a busca pela valorização do trabalhador.
“Na nossa avaliação, precisa ser atrativo o trabalho em hotéis e restaurantes para que as pessoas fiquem, pois se trabalha sábado, domingo, feriado. Percebemos que houve, principalmente com a pandemia, uma diminuição expressiva na renda dos trabalhadores e, por outro lado, o custo de vida aumentou”, pondera Callais.
Como há vagas de emprego disponíveis, ele ressalta que os trabalhadores acabam indo para empresas que ofereçam um salário melhor, mesmo que represente entre R$ 100, R$ 200 por mês. “Não temos um dado oficial, mas há um aumento expressivo no pedido de demissões e é reflexo disso. É uma questão permanente de convencer os setores patronais que a gente precisa remunerar melhor o empregado. Isso é vantagem para a empresa, que não precisa ficar treinando pessoal toda hora e monta um quadro fixo de empregados”, garante o presidente.
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