DESENVOLVIMENTO

Redução de alíquota do ICMS é a luta de Frente Parlamentar pelo setor coureiro-calçadista

Deputado Joel Wilhelm assumiu a presidência do grupo que atua pelo desenvolvimento do segmento econômico que mais emprega no RS

Publicado em: 27/04/2023 21:53
Última atualização: 21/11/2024 16:43

O setor coureiro-calçadista segue com forte representatividade na Assembleia Legislativa do Estado. Na manhã desta quinta-feira (27) foi mantida e instalada, mais uma vez, a Frente Parlamentar em defesa do setor. O deputado Issur Koch (PP) passou a presidência para o deputado Joel Wilhelm (PP).

Deputado Joel Wilhelm assume a presidência da Frente Parlamentar, que era ocupada por Issur Koch Foto: Juliana Nunes/GES-Especial

A Frente Parlamentar em Defesa do Setor Coureiro-calçadista, que existe há quase 30 anos e foi criada pelo ex-deputado João Fischer, atua nas discussões e na busca de soluções para o segmento econômico que mais emprega no Rio Grande do Sul.

Desde 2019, ela era presidida por Issur. "O Joel tem uma vida dedicada ao setor e agora conduzirá os trabalhos. Este é um setor que gera emprego e renda e tem um cunho social. Os desafios foram imensos nos últimos anos e não estou me afastando, mas me manterei lado a lado fazendo o melhor. Conte comigo, Joel, para que possamos fazer as entregas tão esperadas para que o setor seja mais competitivo", destacou Issur Koch, que segue na liderança da Frente Parlamentar do Combate à Pirataria, Contrabando e Descaminho.

Protagonismo

Em seu discurso de posse, Joel Wilhelm ressaltou a importância do setor coureiro-calçadista para o Estado e para o País e falou dos desafios que estão por vir. "O Rio Grande do Sul segue sendo o maior exportador brasileiro, a qualidade dos pares nos diferencia no mercado. Mas precisamos fazer o Estado voltar à dianteira na produção de calçados, que hoje é puxada pelo Ceará. E certamente é pela carga tributária mais atrativa. Teremos este desafio de analisar alternativas e oportunidades. O governo do Estado fez o movimento de redução de ICMS, mas a regulamentação impede que muitas empresas possam aderir a esta redução da carga tributária", disse.

O deputado e novo presidente da Frente Parlamentar enfatizou que o governo estadual estuda diminuir alíquota para 3% e alterar pontos do decreto que regulamenta a possibilidade de aderir a redução. "Teremos outras reuniões neste sentido. Todos ganharão com isso. O Estado não diminuirá sua arrecadação. Muitas empresas gaúchas hoje por sobrevivência faturam fora e desta forma voltarão a faturar aqui. Vamos trabalhar para sermos resolutivos", frisou o deputado.

Equidade tributária e logística

Entidades do setor coureiro-calçadista participaram do ato. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) representou o segmento na figura de seu presidente-executivo Haroldo Ferreira.

De acordo com Ferreira, a equidade tributária precisa ser revista levando em consideração outros estados como São Paulo. "Nosso problema não é só com nosso vizinho Santa Catarina. Outros estados estão fortemente trabalhando para resolver isso e poderá ser um problema para o Rio Grande do Sul, devemos ficar atentos", avaliou.

O executivo da Abicalçados também falou sobre a reforma tributária e questões logísticas no Estado. "A reforma tributária tem que acontecer, mas tem que trazer ganhos para a indústria que é o setor que mais paga carga em todo o Brasil. Outro ponto é a questão logística. Temos um grande porto (Rio Grande) e outro que está sendo trabalhado (Arroio do Sal) e temos a malha viária. A RS-239 e a RS-118 precisam ter um fluxo mais produtivo. São estradas que são duplicadas, mas o fluxo não flui."

Tratativas avançadas

O decreto 54.965, de 27 de dezembro de 2019, mencionado pelos deputados gaúchos garantiu benefícios fiscais para a indústria. Porém, conforme lideranças do setor, não atendeu as necessidades. Em fevereiro deste ano, de um total de 1.792 empresas apenas 14 aderiram ao programa estadual.

Ernani Polo, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado Foto: Juliana Nunes/GES-Especial

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, mostrou que o Estado está aberto para discussões e resoluções para colocar fim do impasse, especialmente no que tange a tributação do setor.

"Temos condição de construir dias melhores para o nosso Estado. O aspecto tributário tem uma série de favoráveis, mas temos sim condições de retomar o protagonismo no cenário nacional. Pela capacidade dos nosso empreendedores e pela mão de obra que possuímos. Estamos trabalhando junto com a secretaria da Fazenda para construir um ambiente mais competitivo para o setor. É uma espécie de pacto empresarial e é importante que cada um faça sua parte. Podemos dizer que as tratativas internas estão avançando."

A força desta economia para as cidades gaúchas

O prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, e que também representou a Federação das Associações de Municípios do RS (Famurs), lembrou da relevância dos empresários do setor do couro e calçado. “Falando pelos prefeitos posso dizer que todos nos preocupamos. Todas as cidades têm empresas importantes do setor e em algumas é a principal fonte de renda. Temos que olhar mais para os empresários.” Orsi também colocou a Famurs à disposição para a criação de uma câmara temática do setor coureiro-calçadista. “Vamos trabalhar juntos com empreendedores, deputados, lideranças empresariais, sindicatos.” 

Competir em nível internacional é um dos desafios

A união da indústria para o desenvolvimento do Estado foi defendida pelo vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Cezar Müller. “A Frente Parlamentar tem um desafio que é construir um setor cada vez mais competitivo. Queremos contribuir com este trabalho.”

Müller também falou sobre a importância do setor coureiro-calçadista se manter competitivo fora do mercado nacional. “Temos que tornar o RS capaz de fazer o mais importante para o setor hoje, que é estar cada vez mais presente no cenário internacional, competir internacionalmente.”

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