Após a enchente histórica, o Município investirá cerca de R$ 100 milhões, solicitados ao governo federal, para a volta às aulas nas 18 escolas municipais que foram atingidas. O repasse da verba ainda não tem previsão de chegar à cidade, por isso as reformas serão feitas agora com recursos do município e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais de Educação (Fundeb).
De acordo com estimativa da Secretária Municipal de Educação (Smed), Renata de Matos, este retorno deve ser dividido em grupos na semana do dia 24 de junho e no dia 1º de julho, ainda sem uma lista oficial. As escolas mais afetadas devem voltar entre 7 e 15 de julho. Dezenove escolas – que não tiveram grandes prejuízos com a cheia – já voltaram às atividades em 3 de junho.
“A prioridade são as salas administrativas, refeitórios, cozinhas e espaços abertos, para fazer o acompanhamento pedagógico com os estudantes”, afirma Renata. “Muitas escolas que têm o segundo piso não foram afetadas, o que permite que os estudantes possam recomeçar nesses espaços.”
Trabalho árduo
Segundo Renata, a recuperação ocorre de forma cautelosa. “Já inspecionamos todas escolas atingidas. Então temos um planejamento que começa com a retirada de todo entulho. Depois se faz a limpeza grossa de todo o lodo e barro, então uma fina, com empresas terceirizadas”, explica. “O levantamento de todos os utensílios, mobiliários e acervo bibliográfico já foi realizado e assim que as escolas ficam prontas, nós entregamos esses itens.”
Renata comenta, ainda, os percalços enfrentados. “A água ainda não foi restabelecida em todos os bairros, então a secretaria contratou caminhões-pipa para abastecer, mas são 18 escolas que precisam ser preparadas ao mesmo tempo, isso exige uma logística complicada e bastante estratégia”.
A importância do apoio psicológico
No âmbito municipal, a secretária Renata de Matos comenta que uma das principais preocupações é o bem-estar emocional dos estudantes e a conscientização ambiental. “Nesse momento, as escolas estão se preocupando em falar sobre a situação da calamidade em todo o RS, formas de prevenção, quais foram as causas, o que precisa ser feito para ser mitigado e a importância da solidariedade durante os resgates.”
Da mesma forma, Ileane também cita esse preparo para o retorno nas escolas estaduais de São Leopoldo. “A Seduc e a 2ª CRE, ciente da realidade e preocupadas com a questão sócio emocional, tem feito inúmeras ações formativas de acolhimento em contexto de trauma para toda a rede pública estadual, tanto para os professores quanto aos alunos”, garante.
“Existe uma preparação e conscientização sobre a necessidade de um ambiente acolhedor para nossos estudantes, que visa um trabalho pedagógico que minimize os impactos que as enchentes podem ter provocado no equilíbrio emocional da comunidade escolar”, finaliza.
Recuperação e volta às aulas nas estaduais
No caso das escolas estaduais que existem no município, cinco escolas retornam no dia 17 de junho, sendo quatro delas de forma remota, conforme a coordenadora Ileane Bravo, da 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Além dessas, a escola Cristo Rei voltou na quarta-feira (12), de forma presencial. Em São Leopoldo, há um total de 27 escolas estaduais.
Dentre elas, 21 já haviam voltado às atividades e apenas uma delas continua atuando de forma remota o Colégio Estadual Professor Victor L Becker. Segundo Ileane, a higienização dos locais continua de forma intensa. “As escolas tiveram um nivelamento conforme danos e receberam recursos para utilizar com pequenos reparos e limpeza”, diz.
“Algumas tiveram o auxílio do exército na hora da limpeza”, prossegue. Segundo informações do Mapa do Retorno da Secretaria Estadual de Educação, nesta segundafeira (17) entra em funcionamento de forma presencial a Escola Estadual de Ensino Médio Firmino Acauan, juntando-se à EEEM Cristo Rei, que abriu no dia 12. Também voltaram a atender, só que daí de forma remota (ainda sem receber os alunos presencialmente), as Escolas Estaduais de Ensino Fundamental Doutor Mário Sperb, Mário Quintana e Professor Emílio Boeckel e Escola Estadual de Ensino Médio Olindo Flores da Silva. Questionada sobre data para retorno presencial nestas cinco escolas, a 2ª CRE não forneceu um prazo.
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