PRODUTO RURAL

"Reconheci o caminhão e precisei parar": Bancas povoam o caminho dos viajantes e garantem cores e sabores na estrada

Motoristas e viajantes aproveitam alimentos e produtos às margens das estradas da região

Publicado em: 12/02/2024 10:14
Última atualização: 13/02/2024 16:20
Há quem diga que o caminho a ser percorrido é mais importante que o destino final. Verdade ou não, fato é que, pelas rodovias da região, não faltam opções para motoristas e viajantes que desejam se alimentar, matar a sede ou, até mesmo, levar um produto rural para casa. Tudo isso às margens das estradas e com preços acessíveis.

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Luiz Schmitz comercializa melancias à beira da RS-240 Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial
Na RS-240 e na 287 no Vale do Caí, assim como ao longo das rodovias BR-116 e RS-239 para quem deseja ir à serra ou ao litoral, é possível encontrar quase tudo à beira da estrada. Tendinhas simples, outras mais elaboradas, caminhões e barracas repletas de sabor para aqueles que desejam explorar os sabores locais e valorizar a produção regional.

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Em Montenegro, na RS-287, por exemplo, os motoristas podem encontrar o caminhão de Tadeu Petry, produtor rural de 34 anos, que espera os clientes para vender seus produtos como batata, cebola, uva, melancia, vinhos secos e suaves. Os pêssegos custam 10 reais a cada três quilos. E foi justamente isso que atraiu o motorista Carlos Antunes da Silva, de São Sebastião do Caí. Ele parou ao ver o anúncio e levou uma sacola cheia com a fruta. Petry conta que faz cinco anos que fica no mesmo local, e que é aos finais de semana que as vendas mais ocorrem. Dependendo do dia, um produto sai mais que o outro. "Eu procuro sempre ficar neste local, porque quem viaja por aqui com frequência, já sabe onde me encontrar. Muitos passam só uma vez, mas é normal", comenta o produtor rural.

Mesmo de longe, clientes fiéis

A estrada é um local de passagem. E, se tem aqueles que vão, tem também os que voltam. Quando o produto é bom, aí mesmo é que os viajantes tornam-se clientes fiéis. O produtor rural Luiz Carlos Schmitz, 56 anos, se coloca às margens da RS-240 para vender suas melancias, muito bem avaliadas pelos clientes. "Há muitos anos passei aqui e sempre quis voltar. Agora, reconheci o caminhão e precisei parar", relata Vilmar da Costa, de Palmitinho, quase divisa com Santa Catarina. Também são clientes fiéis o casal Ana Marília Santos da Conceição e José Edenilson da Costa, de Novo Hamburgo. A cada 15 dias, viajam a Taquari - e, na volta, a parada no Luiz é obrigatória. "Nós só compramos aqui, o preço é muito bom e o sabor melhor ainda", conta Ana Marília, que acabou levando quatro unidades para casa. Em Portão, a rua Otávio Juventil da Rosa é uma alternativa de rota a quem deseja desviar do pedágio - e também uma opção para encontrar o caldo de cana e os pastéis de Odilar Chaves, 62. Há cerca de um ano no local, ele está lá de segunda a sábado, a partir das 10 horas.

Tendas também para quem sobe a Serra

Os motoristas que utilizam a RS-239, seja em direção ao Vale do Paranhana, litoral ou até mesmo a Serra, também estão bem servidos de opções. Ao longo da rodovia, são inúmeras as tendas, e as melancias são encontradas em quantidade e variedade. Além dos comércios tradicionais, os viajantes encontram até lenha e carvão para o churrasco ou fogão. O chimarrão também está garantido com a oferta de erva e cuias. Mas quem opta por ir à serra pela BR-116, têm a certeza de que encontrará diversos produtos coloniais. Com José Inácio Arnold, 58, em frente à Colônia Japonesa, em Dois Irmãos, as melancias podem ser encontradas diariamente, enquanto houver sol. "Faz cinco anos que estou aqui, trabalho de segunda a segunda. Essas melancias vêm de Encruzilhada do Sul, porque as da região não estão tão boas", explica. E sobre o sabor, Arnold fala com propriedade, pois se criou na lavoura e cresceu vendendo melancias. "Temos que vender produtos de qualidade pro motorista voltar. Tenho clientes até de Porto Alegre que vêm comprar comigo", detalha. Subindo a rodovia pela Rota Romântica, o casal Carlos e Lurdes Mielke comercializam seus produtos há 44 anos entre Picada Café e Nova Petrópolis. O negócio familiar tem de tudo: feijão, milho, aipim, verduras, bergamotas, laranjas, morangos, figos… As filhas Bruna e Ellen se criaram junto à "fruteira" às margens da rodovia. Opções não faltam. Em cada quilômetro percorrido, uma nova chance de matar a sede ou a fome, ou mesmo apreciar e valorizar a cultura local, se oferece aos viajantes. Uma parada aqui e outra ali, fazem parte do caminho e as experiências gastronômicas adquiridas podem tornar cada destino ainda mais marcante.
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