PREVISÃO DO TEMPO
RADAR METEOROLÓGICO: Como equipamento que chega em Montenegro neste mês vai ajudar a Defesa Civil a prevenir desastres
Radar abrangerá a região metropolitana de Porto Alegre, os vales, litoral norte, e partes da Costa Doce e da Serra
Última atualização: 13/06/2024 08:47
O novo Radar Meteorológico do Rio Grande do Sul está previsto para chegar em Montenegro, no Vale do Caí, onde será instalado no Morro São João, até o fim de junho, em um prazo de 15 dias. A informação é do coordenador da Defesa Civil de Montenegro, Clóvis Pereira, que também conta que a instalação será feita em 60 a 90 dias.
Conforme Pereira, "tudo depende da liberação aduaneira". O equipamento fabricado em Praga, na República Tcheca, chegou no aeroporto de Campinas (SP) no sábado (8) e deverá ser trazido de caminhão para Montenegro.
"Esse radar nos dará mais previsão que os atuais, nos avisando de eventos de grande proporcionalidade. Ele nos dará uma antecipação de 3 a 6 horas sobre tempestades e com os relatórios que produzimos, a gente mensura a dimensão do evento que pode acontecer. No atual modelo, atuamos com informações cruzados de diversas horas e este será em 'full time'", explica o coordenador da Defesa Civi
O radar está previsto para iniciar as operações em agosto de 2024 e tem um alcance de 150 quilômetros a partir de sua localização. Ou seja, além de Montenegro e da região metropolitana de Porto Alegre, ele abrangerá os vales (Caí, Taquari, Pardo, Sinos e Paranhana), o litoral norte, e partes da Costa Doce e da Serra, beneficiando uma ampla área do Estado.
Na manhã de terça-feira (11), uma visita técnica ao Morro São João trouxe a Montenegro o consultor da Climatempo, Rodrigo Dutra, que esteve no local junto com Clóvis Pereira, e os responsáveis pelo Corpo de Bombeiros de Montenegro, tenente Cassius Pires e sargento Ricardo Mattos.
Principais benefícios
Em entrevista ao Grupo Sinos, a meteorologista da Climatempo (empresa de monitoramento climático), Cátia Valente, que coordena a consultoria meteorológica junto à Defesa Civil do Estado, explicou que os dados do radar serão de propriedade do governo, podendo ser compartilhados mediante a sua autorização. Já os produtos gerados, a partir dos dados do radar, como boletins, alertas, etc, serão públicos.
"O radar meteorológico não produz 'alertas', ele faz o 'escaneamento da atmosfera' gerando dados que serão integrados ao banco de dados meteorológicos. E ao serem tratados, passam a entregar informações que farão a composição dos alertas elaborados pelos meteorologistas", diz Valente.
Segundo a especialista, o novo radar trará diversos benefícios para a população do Rio Grande do Sul, ajudando na prevenção de desastres naturais e na precisão das previsões meteorológicas. "Ele vai aumentar a capacidade de monitoramento e alerta meteorológico, proporcionando apoio ao governo em momentos de preparação e resposta a possíveis desastres. Além disso, irá aprimorar o monitoramento do Estado, especialmente para eventos que podem causar desastres, com foco em riscos hidrológicos e meteorológicos", afirma.
Previsão imediata
O radar também fornecerá informações detalhadas sobre eventos meteorológicos e suas consequências, auxiliando os órgãos de proteção civil na tomada de decisões e na implementação de medidas preventivas. "É uma ferramenta para previsão imediata do tempo, ou seja, para 'alertas' de 3 a 6 horas (curtíssimo prazo) e são específicos para tempo severo, chuvas e ventos intensos, granizo, ou seja, tempestades", acrescenta Valente.
Ao mesmo tempo, os dados de radar serão utilizados como entrada para os modelos de previsão de curto e medio prazo (análise sinótica) e, portanto, extremamente importantes para qualificar ainda mais a saída dos modelos matemáticos atualmente utilizados para monitorar o tempo no Rio Grande do Sul, em especial para eventos potencialmente causadores de desastres como as enchentes de maio, com foco especial nos eventos de risco hidrológico e meteorológico.
Com as informações, integrantes do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, terão detalhes sobre eventos meteorológicos e suas consequências para subsidiar a tomada de decisão e possibilitar a adoção de medidas preliminares para ações de prevenção, mitigação e preparação para ocorrência de eventos adversos. “Consequentemente, teremos maior capacidade e qualidade de produzir alertas antecipados sobre a possibilidade de ocorrência de eventos adversos”, complementa a meteorologista.
Avisos e Alertas
Cátia Valente também ressalta que há uma diferença grande entre Aviso e Alerta. Enquanto os avisos são emitidos com maior antecedência, os alertas são informações com, no máximo, 12 horas de antecedência e são enviados via SMS, com informações mais pontuais e de maior criticidade. "Portanto, são ferramentas complementares", finaliza.