Era madrugada de terça-feira (24) quando, por volta das 5 horas, o telefone de Lívia Machado Amador, 38 anos, moradora do bairro Igara, em Canoas, começou a receber diversas ligações. As notícias não eram boas: o quiosque Bah! (tenda 14), à beira da praia de Capão da Canoa, estava em chamas.
“Por conta do horário, meu marido e eu estávamos dormindo em Capão da Canoa devido ao trabalho. Demoramos uns 10 minutos para atender até que fomos surpreendidos com vídeos do local sendo consumido pelo fogo. O vigilante que faz segurança dos quiosques foi o primeiro a nos avisar”, relembra a proprietária do quiosque.
No dia anterior ao incidente, o casal havia abastecido o estabelecimento com peixes, frutos do mar, bebidas e petiscos. “Perdemos cerca de R$ 15 mil somente em mercadorias. O movimento no fim de semana tinha sido bom. Então, na segunda-feira, reabastecemos. Tivemos perda total”, lamenta.
Lívia fala sobre o prejuízo, avaliado em R$ 120 mil. O quiosque estava equipado com cinco freezers, duas geladeiras, duas cervejeiras, três fritadeiras industriais, fogão, microondas, liquidificador, além de equipamentos de informática, como computador e impressora.
“Esse é o nosso terceiro ano aqui. Quando ganhamos a licitação, foi bem na pandemia de Covid-19, ou seja, não houve praticamente lucro”, conta Lívia. A proprietária explica que a licença permite que o quiosque fique durante veraneio da praia. “Em abril precisamos remover. Deixamos fechado em um sítio em Xangri-Lá até o início da próxima temporada. Esse verão optei por abrir o quiosque em dezembro ao invés de novembro porque no ano anterior o movimento tinha sido fraco”, revela.
Lívia diz que aguarda laudo com a análise do Corpo de Bombeiros. “Me recuso a pensar que possa ter sido causado por alguém. No momento só consigo pensar que possa ter sido um dos freezers que eram mais antigos. Recentemente toda a elétrica do local havia sido trocada”, desabafa.
A equipe de Lívia é composta por 10 pessoas. “São famílias que dependem desse trabalho nesse período do ano. Cozinheiras, garçons, todos também estão desolados com o que aconteceu”, salienta. De acordo com Lívia o local não tinha seguro porque nenhuma seguradora aceitou cobrir o tipo de negócio.
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Recomeço e formas de ajudar
“Procuro ser uma pessoa muito espiritualizada, embora tenha sido um enorme baque. Sou de origem humilde, tudo foi conquistado com muito suor. Mas não posso parar, outras pessoas dependem desse trabalho”, ressalta a proprietária. Lívia diz que já alugou um quiosque provisório para ficar no local do anterior. “Será bem mais simples. Falta equipar e ter mercadoria”. Interessados em ajudar podem entrar e contato pelo (51) 99844-1156. A chave PIX para doações é (51) 99953-7289 (Santa Solução).
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