Produtos artesanais que representam e respeitam a cultura, o modo de produção, os insumos locais e com valorização territorial. Esses são alguns dos critérios básicos para que o Ministério da Agricultura e Pecuária faça a certificação de identidade e qualidade de itens alimentícios de origem animal, através do Selo Arte.
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Nesta semana, queijos e doces de leite de produtores de Gramado e Canela receberam a distinção federal, que permite que esses produtos sejam comercializados em todo o Brasil. Um passo considerado importante para ampliar o mercado, as possibilidades de comercialização e, ainda, levar o nome dos municípios para os mais diversos cantos do País. O projeto é realizado em parceria com o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), governo do Estado, Emater e Sebrae.
Em Gramado, os queijos artesanais inspirados nos sabores franceses e regionais da Locanda Moscerino, os queijos colonial e temperados e o doce de leite da Laticínios Ruppenthal são os primeiros agraciados do município.
A médica veterinária responsável pelo SIM em Gramado, Sântila Bravo, informa que a primeira etapa para a conquista é a inspeção rotineira desses estabelecimentos. “Precisam obedecer boas práticas sanitárias, de fabricação. É preciso que os produtos se enquadrem na artesanalidade e que tenham processos mais manuais”, explica.
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A partir do desejo do produtor, é possível fazer o pedido junto ao Ministério da Agricultura. Na cidade, a tramitação iniciou após o período da catástrofe climática que atingiu o Estado. Por causa na diminuição do número de visitantes na região, os produtores sentiram a necessidade de vender a produção para outros Estados. Até maio, o programa tinha 50 selos no Rio Grande do Sul, hoje, já ultrapassou os 100, segundo o Sebrae.
Fomento a novos negócios no meio rural
A extensionista da Emater no município, Janete Basso, comenta que o selo é um incentivo para a continuidade do trabalho rural e que se torna também um fomento para novas agroindústrias. A fala é endossada pelo secretário da Agricultura de Gramado, Eliézer de Lima. “A regulamentação é muito importante para os nossos produtores. A gente assegura um produto de qualidade. É um momento de celebração”, atesta.
Para o médico veterinário da Secretaria da Agricultura do Estado e diretor técnico da Associação Gaúcha de Laticinistas e Laticínios (AGL), Danilo Cavalcanti, Gramado é referência em políticas públicas agrícolas. “Não estamos falando só em produtos, mas de história, de inovação, de família e de cultura. O selo é uma manutenção, uma proteção da artesanalidade”, garante.
Os produtos gramadenses podem ser adquiridos na Casa do Colono, que fica localizada na Praça das Etnias. O doce de leite da Laticínios Ruppenthal é encontrado em potes de 300 gramas ou de 650 gramas e custa, respectivamente, R$ 23 e R$ 42. Já os queijos em uma média de R$ 88 o quilo. Os queijos da Locanda Moscerino são vendidos em torno de R$ 160 o quilo. No local, os produtos são comercializados em embalagens menores.
“É um orgulho”, diz o produtor Everson Ruppenthal ao citar a conquista do selo. Ele e a família, além dos queijos e doce de leite, produzem também iogurtes. A atenção com a produção inicia desde o cuidado com as vacas leiteiras da propriedade, que fica na Linha Marcondes.
Começo autodidata
Luiz Carlos Moschen, mais conhecido como Mosquito, conta que decidiu se dedicar ao mundo dos queijos em 2019.
Chef de cozinha com formação internacional, iniciou a produção da Locanda Moscerino de forma autodidata com os conhecimentos adquiridos ao longo da carreira. O intuito era se aventurar em queijos mais finos e com toque francês. Após muitas tentativas e erros, chegou nas receitas ideais. Até um laboratório montou na propriedade da Linha Tapera.
Com a possibilidade de vender em todo o Brasil, vai começar uma etapa de estudos para garantir que os produtos cheguem sempre com qualidade. Há projeção para a comercialização nas cidades de Porto Alegre e Pelotas e também em São Paulo.
“Novo capítulo para a nossa história”
Em Canela, o selo foi concedido ao doce de leite e queijo artesanal yamandú, produzidos pela agroindústria Alvorada Missioneira. A entrega do certificado ocorreu, na segunda-feira, dia 12, na sede da Prefeitura. “Agora podemos vender para o Brasil nossos produtos que são feitos com muito carinho e dedicação. Com a certificação, estamos escrevendo um novo capítulo na nossa história”, comenta o responsável pelo negócio, Vanderlei Kaefer.
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