O presidente do Aeroclube de Canela, Marcelo Sulzbach, confirma que as condições meteorológicas eram adversas na manhã de domingo (22) na região do Aeroporto Regional de Canela, de onde partiu o avião bimotor que, um minuto depois, caiu junto à Avenida das Hortênsias. As dez pessoas que estavam a bordo morreram. Todas eram da família Galeazzi.
Marcelo Sulzbach explica que as condições meteorológicas pioraram consideravelmente na decolagem. “O teto estava um pouco baixo, com nevoeiro. No momento que a aeronave iniciou o taxiamento, a meteorologia mudou”, explica. Segundo ele, Canela é uma cidade que conta com um clima mais volátil, suscetível a mudanças rápidas.
“[O clima] deu uma boa piorada. O nevoeiro engrossou após a decolagem”, diz Sulzbach. Segundo ele, a densa neblina pode ter aumentado a carga de trabalho do piloto, que teria precisado confiar exclusivamente nos instrumentos, dada a falta de visibilidade. “Já que está dentro da nuvem, não tem referência”, completou.
De acordo com Sulzbach, o recém-reformado aeroporto — agora administrado pela Infraero — não conta com controle de tráfego aéreo e opera apenas em condições de voo visuais. Nessas situações, cabe ao próprio piloto coordenar as manobras e decidir se as condições são seguras para a decolagem.
“A decisão de decolar ou não é do piloto. Agora, temos que esperar a investigação para elucidar os fatos”, reforçou o presidente do aeroclube. Segundo ele, as mudanças bruscas nas condições meteorológicas durante a decolagem podem ter sido um fator contribuinte para o acidente, embora a confirmação dependa de análise mais detalhada.
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