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QUEDA DE AVIÃO EM GRAMADO: Meteorologia é ponto-chave da investigação, dizem especialistas

Condições meteorológicas no Aeroporto Regional de Canela eram péssimas no momento do acidente

Publicado em: 22/12/2024 17:46
Última atualização: 22/12/2024 17:46

A investigação da Aeronáutica e das polícias Civil e Federal sobre as circunstâncias e responsabilidades do acidente aéreo que matou dez pessoas e feriu ao menos 17 em Gramado, na manhã deste domingo (22), terá nas condições climáticas da região um ponto crucial.


Perícia trabalha no local da queda de avião, perto da Avenida das Hortênsias, em Gramado Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

A manhã deste domingo era de muita neblina e momentos de chuva na região do Aeroporto Regional de Canela, de onde o avião Piper, prefixo PR-NDN, decolou em direção a Jundiaí (SP). As dez pessoas a bordo morreram. O avião pertencia e era pilotado pelo empresário Luiz Claudio Salgueiro Galeazzi, de 61 anos.

O meteorologista da MetSul Luiz Fernando Nachtigall, especialista em meteorologista aeronáutica e que já coordenou a meteorologia do Aeroporto Internacional Salgado Filho, avalia que a investigação do acidente passa obrigatoriamente pelas condições meteorológicas.

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"No momento do acidente com avião em Gramado, uma frente fria avançava pelo Nordeste do Rio Grande do Sul com abundante nebulosidade e chuva de variada intensidade entre a Serra, a Grande Porto Alegre e o Litoral Norte. Este sistema frontal era responsável pelo forte nevoeiro em Gramado com visibilidade horizontal de poucas dezenas de metros", informou Nachtigall.

Piloto internacional que chegou a diretor operacional da extinta Varig, Nelson Riet concorda que as condições climáticas eram adversas no momento da decolagem, às 9h12, mas salienta que o avião teria condições de um voo por instrumentos.

"Teoricamente o avião poderia ter decolado naquelas condições. Mas vamos aguardar as investigações e ver qual será a conclusão", salienta. Riet confirma que o modelo não possui gravadores de voz e dados, o que dificultará o trabalho das autoridades.

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O piloto e presidente do Aeroporto de Novo Hamburgo, Alceu Feijó Filho, concorda que a meteorologia é ponto-chave da investigação. "O clima do jeito que estava pode levar ao que se chama de desorientação espacial", exemplifica.

Feijó destaca que considera arriscado fazer um voo complexo como o desta manhã, diante de condições climáticas adversas, somente com um piloto. "É muita coisa para uma pessoa só", opina Feijó. Segundo ele, o aeroporto de Canela não tem serviço de meteorologia e nem torre de comando.

O comandante Fábio Borille, especialista em segurança na aviação, destaca que opera com frequência no aeroporto de Canela e que "é uma região complicada para voar quando o tempo não está aberto". Na manhã deste domingo a visibilidade era mínima.

Ele explica que, em aeroportos não controlados, como o de Canela, a decisão de decolar ou não é do piloto. "A aeronave tem condições de um voo por instrumentos, mas nesse aeroporto não temos carta de saída de voo por instrumentos. [O piloto] não deveria ter decolado naquelas condições", opinou.

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Embora o mais usual seja, após a decolagem, os aviões fazerem uma curva à esquerda, passando por cima do Centro de Gramado, no caso deste domingo o avião fez uma curva à direita, o que não é, necessariamente, indicativo de algum problema. Ainda não se sabe ao certo se ele tentou voltar ao aeroporto ou se a curva à direita fazia parte de seu plano de voo. "O piloto pode ter tido uma desorientação espacial", opina Borille.

Por meio de nota, a empresa Galeazzi & Associados assegurou que "todos os registros e autorizações da aeronave estavam devidamente em ordem". O avião pertencia e era pilotado pelo CEO da companhia, Luiz Galeazzi.

Os dez mortos na queda de avião em Gramado

Morreram no acidente o prórpio Galeazzi; a esposa dele, Tatiana Natucci Niro; as três filhas do casal, Maria Eduarda Niro Galeazzi, Maria Elena Niro Galeazzi e Maria Antonia Niro Galeazzi; Lilian Natucci, sogra de Galeazzi; Veridiana Natucci Niro, irmã da esposa de Galeazzi; Bruno Cardoso Munhoz Guimaraes Araújo, diretor da empresa e marido de Veridiana; e as filhas do casal, Giulia e Matteo.

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