Depois das chuvas intensas no Rio Grande do Sul que foram causadas por um forte evento de El Niño, o Oceano Pacífico entrou em neutralidade. Agora, meteorologistas preveem que ocorrerá uma transição para La Niña, fenômeno pode favorecer a diminuição da chuva e, como consequência, causar estiagem no Sul do Brasil.
A MetSul Meteorologia explica que setembro começou com o Pacífico sob neutralidade, ou seja, sem a influência dos fenômenos El Niño e La Niña. Atualemente, de acordo com o último boletim da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, publicado nesta semana, a anomalia de temperatura da superfície do mar no Pacífico está em -0,1ºC. O valor se enquadra na faixa de neutralidade (-0,4ºC a +0,4ºC).
A previsão é que oceano passe de neutro para o nível de La Niña até o fim deste ano. A confirmação deste novo evento deve sair em até quatro semanas. Assim, até início de outubro já deve-se saber quando começará o La Niña.
A MetSul diz que há dois possíveis cenários, porque as condições esperadas são limítrofes. “No primeiro cenário, um evento de La Niña muito fraco e de curta duração se instala entre a primavera e o verão. No segundo cenário, o Pacífico segue em neutralidade, mas com anomalias de temperatura do mar perto de valores de La Niña, mas sem um caracterização do fenômeno”.
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Quais são os efeitos do La Niña?
O fenômeno La Niña faz com que as águas do Pacífico fiquem mais frias do que o normal. Isso tem efeitos significativos nos padrões de vento, precipitação e temperatura ao redor do mundo. No último La Niña, entre 2020 e 2023, foram registradas estiagens no Sul do Brasil e uma crise hídrica no Uruguai, Argentina e Paraguai.
Mais ao Norte e no Nordeste do Brasil, diferente da seca no Sul, há aumento das chuvas. Mas mesmo com La Niña, podem acontecereventos de chuva excessiva a extrema com enchentes e inundações.
O fenômeno também influencia as temperaturas em diferentes partes do mundo. No Sul do Brasil, o fenômeno favorece maior ingresso de massas de ar frio, que podem ser tardias no primeiro ano do evento e precoces no outono no segundo ano do episódio. Por outro lado, com estiagens, aumenta a probabilidade de ondas de calor e marcas extremas de temperatura alta nos meses de verão no Sul.
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