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CICLONE ATÍPICO

Qual a diferença do ciclone subtropical e por que fenômeno recebe nome de Biguá

Normalmente, ciclones que atingem o Rio Grande do Sul são de natureza extratropical

Stefany de Jesus Rocha
Publicado em: 14/12/2024 às 15h:38 Última atualização: 14/12/2024 às 15h:39
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O intenso e compacto ciclone Biguá, que se forma neste sábado (14) muito rente à costa do Sul do Rio Grande do Sul — trazendo chuva e rajadas de vento fortes no Sul e no Leste gaúcho —, tende a ser de natureza subtropical, conforme os indicativos dos modelos observados pela MetSul Meteorologia

Normalmente, ciclones que atingem o Rio Grande do Sul são de natureza extratropical | abc+



Normalmente, ciclones que atingem o Rio Grande do Sul são de natureza extratropical

Foto: Pixabay

Esse tipo de ciclone costuma receber nome, assim como os ciclones tropicais, por serem atípicos. Por terem parte do seu centro quente e serem menos frequentes, os ciclones subtropicais são nomeados pela Marinha do Brasil.

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“Se a Marinha nomear o sistema, o que nem sempre faz e acreditamos fará neste evento pela sinalização que fez em boletim publicado no final da sexta, o ciclone será batizado de Biguá (ave marinha na língua tupi)”, ressalta a MetSul.

Os mais comuns no Atlântico Sul são os ciclones extratropicais, que têm centro frio e não recebem nome.

Como vai agir o Biguá

O ciclone Biguá pode trazer rajadas de vento, de fortes a intensas, sobretudo no Sul e no Leste do Estado. A ação dele deve ocorrer neste fim de semana e é possível seguir nas primeiras horas da segunda-feira (16).

“Há um consenso agora entre os vários modelos matemáticos que analisamos que o centro de baixa pressão se aprofunda muito na costa do Litoral Sul do Rio Grande do Sul nas próximas horas, convertendo-se no ciclone neste sábado”, avalia a meteorologista Estael Sias.

Na sequência, o fenômeno deve se deslocar para a região da Campanha, de Leste para Oeste e do mar para o continente, seguindo, depois, em direção à Lagoa dos Patos e voltando para o oceano — quando, então, deve perder força e organização.

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As rajadas de vento provocadas pelo Biguá neste fim de semana devem ficar entre 50 e 80 quilômetros por hora na maioria das áreas do sul e no leste do território gaúcho. Em alguns pontos, no entanto, os ventos devem alcançar marcas ao redor ou acima dos 100 quilômetros por hora.

Os ventos devem ser mais intensos no Sul do Estado, principalmente no litoral, onde devem chegar a até 120 quilômetros por hora, não sendo descartado marcas superiores de forma isolada. Pontos da Campanha e de áreas entre a Lagoa dos Patos e a costa também podem enfrentar vento intenso.

Neste cenário, é alto o risco de queda de árvores, postes, destelhamentos e colapso de estruturas. É, ainda, provável que haja falta de luz, principalmente no Sul e no Leste gaúcho. Além disso, a formação do Biguá reforça o risco de chuva forte.

“Pancadas localmente fortes a torrenciais em alguns momentos podem ser afetar o Sul o Leste do estado neste fim de semana. Não será chuva volumosa generalizada e tampouco contínua, mas em alguns pontos pode atingir marcas até de 100 milímetros ou mais”, alerta a MetSul. 

A meteorologista destaca que, nos locais onde chover mais, há risco de alagamentos e inundações.

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