O friozinho dos últimos dias não inibiu o público de conferir o primeiro final de semana da Feira do Mel, Rosca e Nata de Ivoti. Neste domingo (30), o movimento no Núcleo de Casas Enxaimel iniciou logo cedo e, por volta das 11 horas, já começava a ficar difícil de circular pela área do evento, mas nada que impedisse o público de conferir as delícias da feira.
O dia de sol e frio foi um convite à extravagância gastronômica. A massoterapeuta Rita Isaura Gossler, 52 anos, que o diga. Nem mesmo os 2 graus registrados no amanhecer do dia a impediram de sair de casa, em Bom Princípio, de moto. “Vim conferir se a feira era isso tudo que sempre falaram. É minha primeira vez aqui, e está tudo maravilhoso e lindo”, disse. Ela não só aprovou a feira como saiu carregada de sacolas, com diversos produtos adquiridos.
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Os apicultores são os grandes protagonistas da feira, mas são as padarias que chamam a atenção pela produção de roscas e demais produtos coloniais em tempo real nos dois finais de semana do evento. A produção acaba se tornando um atrativo, que ativa a curiosidade dos visitantes, e também acaba estimulando as vendas. “Quando as pessoas percebem que sai uma fornada de rosca, querem logo garantir um produto fresquinho”, explica Salete Baratto, dona da padaria Doce Sabor, que participa da feira desde a primeira edição.
Somente a Doce Sabor produz 400 roscas por hora, o que pode ultrapassar a produção de 3 mil produtos por dia, explica o padeiro Radael Linck, 37. Este ano, Salete preparou dois sabores diferentes de rosca: uma de páprica com parmesão e outra de parma. “Em meio a produção das roscas, vamos assando outras coisas, como os pães recheados com calabresa ou torresmo”, coloca.
De pai para filho
No espaço da agricultura familiar também tem rosca para vender com o diferencial de ser feita por uma família cuja tradição passa por gerações. O confeiteiro Lucas Utsig, 30, segue trilhando os passos dos pais na produção de produtos coloniais. “Por aqui, o carro chefe é a rosca tradicional, não adianta. As nossas cucas também fazem sucesso”, revela. Lucas conta que toda a família se dedica à produção colonial na localidade de Picada Feijão. “Desde pequenos, eu e minha irmã ajudamos o pai e a mãe”, pontua.
O mel cremoso de um apicultor de 77 anos
O apicultor Lauro Exner, 77, afirma ser o inventor do mel cremoso, que ganha cada vez mais o público pela consistência. Exner conta que o mel cremoso é resultado de um experimento. “É um mel cristalizado, que é batido até ficar com essa cremosidade. As pessoas preferem ele porque não fica escorrendo da rosca, como o mel tradicional”, pontua. O mel cremoso do apicultor é bastante procurado desde a primeira edição da Feira do Mel, que acontece há quase 20 anos.