Denúncias de maus-tratos a animais resultaram, nesta segunda-feira (6), na prisão em flagrante de cinco pessoas em Dois Irmãos. Quatro deles são pai, mãe, filha e filho, proprietários de gatis e canis em Dois Irmãos e Ivoti. O quinto envolvido é um médico veterinário atuante nos locais, que também teve o consultório vistoriado pela Polícia Civil.
Dos três endereços ligados à família, as irregularidades foram encontradas em dois, ambos localizados no bairro Travessão, em Dois Irmãos, a menos de um quilômetro de distância entre eles. No estabelecimento de Ivoti, nenhuma irregularidade foi constatada. Nos demais espaços, segundo o delegado Felipe Borba foram localizados cães da raça Lulu da Pomerânia e gatos em gaiolas, “nitidamente doentes”, potes de água e comida sem higienização e alguns, inclusive, com larvas vivas.
O investigador aponta que os cachorros e gatos foram encontrados em ambientes completamente fechados, sem ventilação ou acesso à luz solar. Além disso, em um dos endereços, uma espingarda calibre 20, sem registro, foi encontrada. “Num dos canis, encontramos descartes inadequados de materiais, como seringas, vidros de vacinas, que eram incendiados nos fundos da propriedade e restos mortais de animais enterrados sem qualquer observância das normas”, explicou o delegado.
Fraude
Borba diz ainda que foram apreendidos diversos documentos com indicativo de fraude, como cartões de vacinas de animais com aparente adulteração de assinatura do veterinário responsável, “sendo que, no local, havia dois carimbos do mesmo profissional que foram apreendidos, além de autorizações de viagem, atestado de boa saúde e receitas sem preenchimento, mas já assinadas pelo veterinário”.
Segundo a Polícia, os funcionários confirmaram que o descarte de materiais usados em vacinas não seguiam as normas sanitárias e que o veterinário responsável autorizava que os colaboradores usassem seu carimbo profissional para assinarem por ele os cartões de vacinação.
Os crimes
Os envolvidos foram autuados por crimes contra o meio ambiente – maus-tratos e poluição ambiental – e pelo crime de posse de arma. Até as 19 horas, eles ainda estavam na Delegacia de Polícia, mas serão encaminhados ao Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp) em Porto Alegre.
Quanto à fraude documental, Borba explica que será apurado no desdobramento do inquérito policial. “A investigação vai prosseguir com o intuito de identificar outras pessoas que mereçam a responsabilização criminal pertinente”.
Além de equipes de Dois Irmãos, Novo Hamburgo, Sapiranga, Ivoti, Campo Bom e Estância Velha, a Polícia Civil estava acompanhada por fiscais do Conselho de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul. Os espaços continuavam abrigando os animais nesta segunda-feira. O caso foi encaminhado à vigilância sanitária de Dois Irmãos, que deve realizar os devidos encaminhamentos nos próximos dias.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pela Polícia.
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