SÃO LEOPOLDO

Projeto une estudantes e profissionais no conserto de equipamentos atingidos pela enchente

Iniciativa voluntária ocorre três vezes por semana na escola Frederico Schmidt

Publicado em: 19/09/2024 08:27
Última atualização: 19/09/2024 08:28

Desde o dia 9 de julho, estudantes e profissionais técnicos se reúnem semanalmente na Escola Técnica Estadual Frederico Guilherme Schmidt, em São Leopoldo, para trabalhar de forma voluntária no conserto de eletrodomésticos e eletrônicos de famílias atingidas pela enchente na região.

Jane realiza o trabalho com a supervisão de César Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

Os encontros, que acontecem sempre às terças e quintas à tarde e às quartas, pela manhã, integram o projeto Reparar RS, uma iniciativa do Sindicato dos Técnicos Industriais do Estado do Rio Grande do Sul (Sintec-RS), em parceria com o Conselho Regional dos Técnicos, Associação dos Técnicos da Corsan e Associação dos Técnicos da CEEE.

Até esta semana, de acordo com o diretor-presidente do Sintec-RS, César Borges, cerca de 40 equipamentos já haviam sido recebidos pelo grupo, que conta com aproximadamente 30 alunos inscritos como voluntários. Além disso, três técnicos experientes atuam, também de maneira voluntária, como supervisores das equipes. “Trabalhamos com até quatro alunos por turno. Temos tido uma boa demanda na procura pelo serviço e também na taxa de sucesso no conserto e devolução destes equipamentos”, comenta Borges.

Segundo ele, não há um limite de equipamentos por família, tampouco do tipo de item que pode ser levado para o conserto. “A única ressalva é que, por conta do nosso espaço limitado, conseguimos pegar apenas um equipamento de grande porte, como máquina de lavar ou geladeira, por vez”, esclarece. O cadastro de equipamentos para conserto deve ser feito por meio do preenchimento de um formulário, disponível no site.

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“Vamos chamando conforme disponibilidade. Recebemos os equipamentos aqui, os classificamos e abrimos uma ordem de serviço. Em seguida, começamos a trabalhar. A primeira etapa é a da limpeza. Depois, avançamos para os testes, revisão da parte elétrica, a eletrônica dos componentes, etc”, detalha.

Conforme Borges, os alunos participantes recebem um certificado de horas de trabalho voluntário. “Ainda estamos em busca de alguma forma de usar estas horas no currículo, mas há toda uma burocracia por trás. De qualquer forma, já é um ganho enorme para eles esta prática, isto já agrega bastante, faz com que os alunos se familiarizem com os conceitos”.

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Ele explica, ainda, que inicialmente o projeto foi pensado para ser desenvolvido até dezembro. “Mas estamos tentando estudar uma forma de estendê-lo, de tornar algo recorrente no currículo dos alunos, talvez como um projeto de extensão, de conserto de equipamentos de famílias carentes, ou até mesmo da escola”, diz.

Parceria e cadastro de voluntários

De acordo com Borges, o Reparar RS é realizado com verba conquistada por meio de uma campanha de arrecadação. Por isso, toda ajuda é bem-vinda. “Temos uma série de necessidades que não conseguem ser supridas por conta da nossa limitação financeira. Por isso, empresas que queiram ser parceiras e que queiram nos ajudar com compra de equipamentos, jalecos, lanches para os estudantes, auxílio no transporte dos alunos, na busca dos equipamentos podem nos contatar”, destaca.

Os contatos com o projeto podem ser feitos por meio do telefone (51) 99392-5427 ou pelo e-mail: repararrs@gmail.com. Já para aqueles que queiram atuar como profissionais voluntários, o cadastro deve ser feito pelo link.

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Diretor da escola, Larri Felipe Steyer, comenta que a intenção é dar sequência ao projeto. “Tudo o que está ao nosso alcance, vamos fazer para continuarmos e expandirmos o projeto. É algo que serve de grande incentivo para os nossos alunos, além de ser uma maneira de contribuir e auxiliar com a nossa comunidade, depois de tudo o que aconteceu com a enchente”, destaca.

Merendeira do turno da tarde e aluna do 4º semestre do curso de Eletromecânica à noite, Jane Teresinha Kienas Basso, 46, trabalha como voluntária do projeto todas as quartas-feiras pela manhã. “O projeto já me ensinou muita coisa. Temas que nas aulas teóricas para mim pareciam complicados, na prática se tornaram simples. Além disso, é uma forma de ajudar tanta gente que foi vítima da enchente”, opina. 

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