A partir da maior catástrofe climática que o Rio Grande do Sul já vivenciou, um sonho foi realizado para Daiane Thomas da Silva, de 41 anos, e Roberto Valmir da Rosa Rieffel, 58, moradores do bairro São Miguel.
Junto com outros três casais que estiveram em abrigos municipais, a confeiteira e o vendedor autônomo ganharam um casamento coletivo gratuito no Foro de São Leopoldo na noite desta quarta-feira (31).
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Para a leopoldense, a experiência, mesmo que inusitada, foi um sonho realizado. “Eu estava bem ansiosa, bem nervosa. Nem comi o dia inteiro. Eu nunca imaginei, na minha idade, realizar o sonho de casar, e casar aos 41 anos, vestida de noiva.” A confeiteira disse que pediu seu namorado (agora marido) em casamento no abrigo do Monte Alverne, de forma tão única quanto foi a cerimônia.
“Foi de repente: a gente mora junto há quatro anos, e no Dia dos Namorados, estava em um abrigo. Eu sempre fiz uma coisa romântica pra nós, uma janta… mas ali, a gente não tinha o que fazer. Eu olhei pra ele meia-noite e pedi em casamento, e ele aceitou. Fiz o pedido lavando a louça”, contou a noiva.
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“Já tinha terminado o test-drive, né? Estava na hora de oficializar”, brincou o vendedor autônomo.
O casamento coletivo ocorreu no Foro de São Leopoldo, em uma parceria com a Corregedoria-Geral da Justiça e o Registro Civil do município. Segundo a juíza Jacqueline Bervian, idealizadora da ação, a demanda surgiu em um dos atendimentos do Projeto Recomeçar é Preciso!, que atuou na recuperação de documentos das pessoas atingidas pela enchente, nos abrigos temporários.
Além de Daiane e Rieffel, também foram beneficiados: Mariléa da Rosa, 41, e Diônatan Alves Corrêa, 33, que moravam no bairro Campina e mudaram-se para o bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, devido às cheias; Tainara Viviane da Silva Borges, 28, e Jonathan Alan Jardim Santos, 21, do bairro Santos Dumont; e Márcia Fabiane Telles de Mattos, 46, e Luís Alexandre de Oliveira, 46, do bairro Vicentina.
Recomeçar
“Essas mulheres chegaram até mim, disseram que tinham vontade de casar, falaram ‘vamos fazer um casamento coletivo?’, e a gente comprou essa ideia”, diz Jacqueline. “Para quem vai recomeçar, nada mais bonito e mais simbólico do que o início de uma família, que é o que o casamento representa”, acrescenta.
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Para auxiliar na organização da cerimônia, diversas parcerias voluntárias com a comunidade ofereceram serviços como fotografias, decoração, salão de beleza, apresentação musical, entre outros. Além do casamento, cada casal também ganhou um fogão e uma cozinha completa, doados pelo Lions Clube, além de travesseiros, cobertores, cestas básicas e kits de limpeza doados pela Igreja ABA.
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