Em discussão há mais de uma década, a possibilidade de se construir um novo aeroporto de grande porte na Região Metropolitana de Porto Alegre ganha impulso nesta terça-feira (18), quando representantes dos ministérios do Turismo e Extraordinário da Reconstrução vão conhecer detalhes do projeto do Aeroporto Internacional 20 de Setembro.
Foto: Igor Müller/GES-Especial
Alternativas tanto emergenciais quanto de longo prazo ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, fechado desde 3 de maio, estão em debate no Estado. Nos próximos dias a Base Aérea de Canoas (Baco) deve passar a receber mais voos diários e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) emitirá laudo sobre o uso do Aeroporto Regional de Torres.
O projeto do 20 de Setembro não é uma alternativa ao fechamento temporário do Salgado Filho, mas sim ao esgotamento do terminal nos próximos anos. O aeroporto de Porto Alegre é o menor em área ocupada nas capitais dos Estados e não tem mais espaço para futuras expansões.
Representantes do Comitê Pró-Aeroporto 20 de Setembro estarão em Porto Alegre para encontro com o ex-deputado Ronaldo Zulke, que integra a equipe do ministro Paulo Pimenta (PT), e com o ex-presidente da Anac e atual diretor do Ministério do Turismo, Milton Zuanazzi.
“É preciso reconhecer o trabalho que vem sendo feito pela Fraport no Salgado Filho, mas é preciso salientar que, independente da enchente, o aeroporto já tinha seu futuro de longo prazo questionado. Há mais de uma década estamos chamando atenção para a necessidade de o RS avançar na construção de um novo aeroporto, maior e com mais possibilidades”, diz o comandante Nelson Riet, ex-piloto da Varig que coordena o Comitê Pró-Aeroporto 20 de Setembro.
Novo aeroporto sem dinheiro público
Segundo Riet, a proposta é construir um novo aeroporto privado, sem necessidade de investimento público. Um dos exemplos é o São Paulo Catarina Aeroporto Executivo, empreendimento privado inaugurado recentemente na Grande São Paulo. Riet visitou o local neste fim de semana.
Para o 20 de Setembro, uma área de 2.100 hectares já está reservada no Plano Diretor do município de Portão. “O que precisamos neste momento é de apoio político e institucional para elaboração do estudo de viabilidade do novo aeroporto. Com isso será possível ir em busca de investidores”, resume Riet.
Pelo projeto, o 20 de Setembro contaria com duas pistas e possibilidade de operação simultânea inclusive de aviões maiores que os que operam no Salgado Filho. Uma pista teria 3,2 quilômetros de extensão, o mesmo tamanho da única pista de Porto Alegre, e outra teria 2,7 quilômetros.
Ao longo de mais de uma década de discussões, o Comitê Pró-Aeroporto 20 de Setembro já submeteu o projeto de Portão a líderes dos governos estadual e federal, bem como a órgãos técnicos e até mesmo ao Comando da Aeronáutica.
“Todas as análises confirmam que, tecnicamente, o projeto tem plenas condições de sair do papel. Está inclusive em uma área sem risco de alagamento e com menor incidência de nevoeiros. É a última grande área com condições tão boas em toda a Região Metropolitana”, exemplifica Nelson Riet.
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