Está em fase final a elaboração de estudos e projetos básicos de engenharia para as obras de prolongamento da BR-448, a Rodovia do Parque, de Esteio até o entroncamento da RS-240, em Portão. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estima que em até 90 dias as empresas Magna e Enecon, que integram o consórcio contratado para realizar este trabalho, entreguem os documentos necessários para o encaminhamento da licitação da obra.
O prazo de conclusão desta etapa já deveria estar concluído, conforme planejamento inicial do Dnit, entretanto, precisou ser alterado ainda no final do ano passado em razão das inundações registradas na região do Vale do Sinos, inclusive na área por onde é projetada a extensão da rodovia. “Esperamos que o projeto seja entregue nos próximos meses, entre outubro e novembro, para que a gente possa encaminhar logo uma nova licitação para a contratação da empresa que irá executar a obra”, projeta o superintendente regional do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva.
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O ministro Paulo Pimenta, designado para atuar no processo de reconstrução do Estado a partir da catástrofe climática, reconhece que a enchente provocou o atraso na entrega do projeto básico, mas afirma que o governo quer celeridade nesse processo. “Cobro quase toda a semana o Hiratan, e acredito que temos totais condições de concluir esse projeto ainda este ano. Incluímos a extensão da 448 no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), já que essa é uma obra prioritária para nosso governo, no coração da região metropolitana”, disse.
Modelo de licitação deve acelerar início da obra
O Dnit pretende, se tudo correr como o esperado, encaminhar essa nova licitação já no começo de 2025. Após tratativas com o Ministério dos Transportes, a autarquia definiu que o modelo de licitação para a realização desta obra será a contratação integrada, que passou a ser permitida com o advento da nova lei de licitações.
Com isso, o chefe do Dnit no Rio Grande do Sul prevê ganhos. “Com esse modelo, a empresa executora fica responsável pelo detalhamento do projeto executivo. Com isso, a gente vence algumas etapas importantes, como o do licenciamento e de definição e soluções altamente executáveis, vamos dizer assim”, pontua.
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Como exemplo desses ganhos, Hiratan Pinheiro da Silva usa as obras do novo Complexo Scharlau. “Do projeto original para a execução dele, a gente teve várias mudanças e ajustes necessários que possibilitaram a conclusão das obras em tempo recorde”, coloca. Ou seja, o Consórcio BR-116 Norte, que venceu a licitação, pode tomar a iniciativa de fazer ajustes pontuais no projeto a partir de situações concretas que apareceram ao longo da construção.
Mapa mostra que enchente de maio inundou 78,8% da área por onde passará rodovia
Um mapa com a mancha de inundação da enchente de maio deste ano mostra que as águas atingiram cerca de 14,5 quilômetros do trecho por onde passa o traçado de prolongamento da BR-448 (imagem abaixo). A extensão da rodovia terá 18,4 quilômetros, portanto, a enchente atingiu 78,8% do prolongamento da Rodovia do Parque.
O mapa, com data de agosto deste ano, é apenas um das centenas de documentos que fazem parte do estudo que é realizado pelo consórcio responsável pela elaboração do projeto básico. Foi justamente por conta do avanço importante das águas pela área por onde passará a nova 448 é que o projeto inicialmente planejado sofreu alterações e atrasou.
Conforme o Dnit, inicialmente se trabalhava com a hipótese de 6 quilômetros de rodovia elevada. “A gente pegou essa mancha de cheias e aumentamos o percentual. Hoje estamos trabalhando com aproximadamente 9 quilômetros de estrada elevada. Será uma rodovia mais resiliente a eventos climáticos”, destaca Silva.
O superintendente regional do Dnit explica que a decisão foi tomada para evitar que a rodovia seja interditada por inundações, como ocorreu na BR-116 na enchente de maio, quando boa parte da rodovia ficou alagada, atrapalhando o fluxo logístico do RS. “Não queremos que isso aconteça na nova 448. Esse trecho terá a capacidade de manter a trafegabilidade num próximo evento [inundação], se ocorrer”, afirma.
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