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EDUCAÇÃO

Com paralisação de 38 escolas municipais, professores pedem por aumento de salário e melhores condições de trabalho em São Leopoldo

Ato em frente à Prefeitura reúne dezenas de profissionais nesta terça-feira; 38 escolas tiveram paralisação

Renata Strapazzon
Publicado em: 02/04/2024 às 10h:35
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Professores da rede municipal de ensino de São Leopoldo realizam nesta terça-feira (2) uma manifestação em frente à prefeitura pedindo por aumento de salário e melhores condições de trabalho.

Cátia (à esquerda) confeccionou cartazes durante o ato em frente à Prefeitura



Cátia (à esquerda) confeccionou cartazes durante o ato em frente à Prefeitura

Foto: Renata Strapazzon/GES-Especial

O ato, organizado pelo Ceprol Sindicato, reúne dezenas de pessoas e contará na programação com apresentação de um painel sobre a situação da educação na cidade e roda de conversa, encerrando com assembleia geral. Além disso, 38 das 50 escolas da rede estão com paralisação das atividades, sendo 30 delas com paralisação total e oito, parcial.

De acordo com a presidente do Ceprol Sindicato, Cristiane Mainardi, o pedido inicial da categoria era de reajuste de 8,45%, que depois baixou para 5%.

“Este ano nós sabíamos que a lei eleitoral veda qualquer reajuste acima da inflação, então antecipamos as pautas para tentar que a administração concedesse um reajuste um pouco acima da inflação, mas tivemos a negativa em função de insegurança jurídica. No entanto, a questão que nos traz para a rua hoje vai além do reajuste salarial, ela trata de condições de trabalho nas escolas”, pontua.

Segundo ela, o cenário nas instituições é de salas de aulas lotadas, falta de profissionais e aumento nas turmas de inclusão. “Está sendo bastante difícil o dia a dia nas escolas, por isso chamamos a comunidade para que venha conosco nesta luta, porque é pela qualidade da educação. Para que todos saibam que professoras estão adoecendo, estão desgastadas, sofrendo uma exigência cada vez maior. Queremos que a sociedade compreenda que a gente também está vivendo um cenário difícil dentro das nossas escolas e que estamos dando conta mesmo com baixos salários”, pontua Cristiane.

“Buscamos um olhar para a nossa categoria, alguém que escute o que a gente está querendo falar, porque estamos nos sentindo abandonadas. Somos cobradas de todos os lados para dar conta da educação que não somos só nós as responsáveis. Estamos pedindo ajuda da sociedade, da mantenedora. Hoje é um dia de fazer ouvir a nossa voz”, afirma.

Professora Cátia Morera, que leciona na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santa Marta, participou ativamente do manifesto, confeccionando cartazes junto de outras colegas. “Estamos pedindo por melhores condições de trabalho, nossa escola tem problemas estruturais, necessita de manutenção no prédio. Além disso, temos muitos casos de inclusão e não temos o apoio necessário em sala de aula por conta da falta de pessoal”, desabafa.

Outra profissional que esteve presente no manifesto foi a professora Maria Helena Pires Dorneles. Docente há mais de 30 anos, Maria trabalha na Escola de Ensino Fundamental Paulo Beck e vê o ato como uma importante maneira de chamar a atenção para as questões da categoria. “É o modo de o governo ver que estamos aqui lutando pelos nossos direitos e por um trabalho de qualidade. A valorização do nosso trabalho passa por uma remuneração justa”, destaca.

O que diz a prefeitura

Em nota, a prefeitura de São Leopoldo se manifestou dizendo que entende o ato desta terça-feira como “uma livre manifestação democrática”. “Nesta segunda-feira, em uma nova mesa de negociação, considerando o ano eleitoral e suas restrições, reafirmamos a nossa proposta, de garantia do melhor índice de reajuste da inflação do período no salário e no vale-alimentação. A data base é 10 de abril, quando fecha o índice oficial”, informa o texto. 

“Com relação ao dia de paralisação, algumas escolas aderiram parcialmente e outras totalmente, conforme a participação de professores e professoras no ato convocado pelo sindicato. Quanto ao dia letivo, o mesmo deverá ser recuperado através de calendário enviado pelas escolas e homologado pela Secretaria de Educação (Smed), ao final das negociações”, conclui a nota. 

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