A celebração de Nossa Senhora de Navegantes levou dezenas pessoas às ruas de Montenegro neste domingo (4), para acompanhar a missa, seguir a carreata e agradecer pelas graças alcançadas. A multidão vestida de azul e branco deixou a Catedral São João Batista, na Rua Olávo Bilac, no Centro, por volta das 8 horas, e chegou à Capela Nossa Senhora dos Navegantes, na divisa com Pareci Novo, cerca de duas horas depois.
Apesar da temperatura quase 30ºC, muitos fiéis mantiveram a tradição de percorrer os cinco quilômetros do percurso a pé. Entre eles estava Joana Verissimo da Silveira Debesaitys, 31.
Ao lado do veículo que transportava a imagem da santa, a emoção e as lágrimas da bancária eram perceptíveis. Levando nas mãos uma toalha com o nome do filho caçula bordado, ela estava ali pagando uma promessa.
John nasceu em 4 de fevereiro de 2023, dia da carreta de Nossa Senhora de Navegantes e passou por um grave problema de saúde. A criança foi diagnosticada com pneumotórax (acúmulo de ar entre os pulmões e a caixa torácica) e precisou de um procedimento de emergência.
“Naquele dia só havia um médico de plantão e ele já estava em cirurgia, ficamos desesperados por que o John estava piorando muito rápido e não dava para esperar”, relembra o pai do menino, Johny Marcel Debesaitys, de 38 anos.
Conforme Debesaitys a família se uniu em oração à Nossa Senhora, foi quando veio a graça. “Foi milagre aquele dia outro médico, ainda por cima pediatra estar na sala de cirurgia acompanhando o procedimento. Ele já estava paramentado, pronto pra operar, e assim o fez, salvando nosso filho”. Com vestindo branco e com asas de anjo, John acompanhou a missa no colo do pai.
Clair Dias, 73, também estava pagando uma promessa. Em 2004, a aposentada sofreu um acidente de carro, passando 15 dias na UTI. “Os médicos diziam que não iria mais andar, eu fiz uma promessa, fui curada e hoje vim agradecer novamente a ela. Há dez anos eu caminho com ela”, afirmou a aposentada que veio de Portão participar da procissão, um ritual que repete há dez anos.
Já a cirurgiã-dentista Débora Froener, 62, e a mãe, Estela Froener, 87, retornavam à procissão para agradecer à saúde e à família. “A gente fica muito tempo só recebendo as bênçãos mas esquece de agradecer e só quer falar com Nossa Senhora quando aparece algum problema”, frisou Estela. “Essa é a hora de retribuir o que Nossa Senhora faz por nós”, completou Débora.
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