EDUCAÇÃO
Problemas na rede elétrica e de infraestrutura preocupam escolas estaduais da região
Entre os locais considerados de urgência pelo governo do RS para o recebimento de melhorias, estão escolas de Canoas, Novo Hamburgo, São Francisco de Paula e São Leopoldo
Última atualização: 25/01/2024 15:45
O ano letivo para a rede estadual de educação iniciou na última quinta-feira (23) e muitas escolas retornaram às atividades ainda com situações precárias em sua infraestrutura. Problemas com a rede elétrica e hidráulica e salas de aulas interditadas são alguns dos problemas encontrados em 24 escolas da região que estão entre as 176 instituições gaúchas que receberão obras de recuperação imediata.
Entre os locais considerados de urgência pelo governo do Estado para o recebimento das melhorias, estão escolas de Campo Bom, Canoas, Capela de Santana, Montenegro, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Riozinho, São Francisco de Paula, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Taquara.
Para as reformas nas 176 escolas em situação de emergência, o governo do Estado destinará, ao todo, R$ 3 milhões. E mesmo sem saber como o valor será repartido entre as instituições, as direções das escolas seguem fazendo a lista dos problemas que convivem há anos.
Na Escola Estadual Dr. Breno Oswaldo Ritter, de Taquara, as quedas de luz são frequentes e os alunos precisam conviver com a falta de rede elétrica adequada. De acordo com a diretora Ana Lucia Neves Almeida, a escola já existe há 90 anos e ao longo dos 28 anos em que leciona no local diz nunca ter visto a rede elétrica ser trocada por completo. O local atende mais de 300 alunos do ensino fundamental. "Para se ter uma ideia, em cada sala só tem uma tomada e no refeitório é o nosso maior problema, se ligar o liquidificador e um forno elétrico ao mesmo tempo, cai a rede da escola inteira", afirma.
Além disso, a instituição também tem como meta consertar o muro que divide o pátio com um terreno vizinho e que caiu, e conseguir cobrir a quadra poliesportiva.
"Temos goteira na lâmpada e não estamos podendo usar uma das salas. Temos também o problema com alagamento nos banheiros. Não se pode usar os banheiros porque causa infiltração nas salas de baixo", detalha a diretora.
A rede elétrica também é uma adversidade para o Instituto Estadual Madre Benícia, de Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Segundo a diretora da escola, Cristiane Gazola Santos Fonseca, a instituição tem mais de 80 anos e relata problemas com instabilidade na energia. "A gente tem gastado todo ano milhares de reais em tomadas e reformas paliativas", afirma ela. Em São Sebastião do Caí, no Instituto Estadual Paulo Freire, a situação é a mesma e a diretora da escola, Vanessa Radeke Padilha, relata que já teve eletrônicos queimados por conta disso.
*Colaboraram: Giordanna Vallejos e Taís Forgearini
Adequações na estrutura
Em Sapiranga, no Instituto Estadual Mathilde Zatar, os problemas estão relacionados à estrutura. Conforme o diretor Alexandre Machado, o espaço não comporta a quantidade de alunos que a instituição tem (cerca de 700). "A gente teve que colocar mesas fora do refeitório e o banheiro dos professores fica junto ao refeitório, o que não é o mais adequado", relata. A outra demanda que a escola tem é a cobertura da quadra poliesportiva.
Também em Taquara, na Escola Estadual de Ensino Fundamental 27 de Maio, durante o temporal que atingiu a cidade no fim de janeiro, parte do prédio foi destelhado e duas salas de aulas precisaram ser interditadas. Conforme a supervisora da escola, Adriana Vassi, para o ano letivo de 2023, duas turmas precisaram ser remanejadas.
Acessibilidade e mais inúmeras melhorias
Em São Leopoldo, a diretora da Escola Prof. Haydee Mello Rostirolla, Rosane Soares, aponta problemas de acessibilidade. "Tivemos muitas necessidades que apontamos no ano passado. Uma delas foi o caso de uma professora que se acidentou na escola e o Samu teve dificuldade de resgatar por causa das escadas, apontando o grande problema da falta de acessibilidade", diz, indicando ainda que a rede elétrica é antiga. "Tem 39 anos."
Já o diretor do Instituto Professor Pedro Schneider, Vinicius Vilella, explica que muita coisa foi feita com uma reforma recente, mas ainda há muitas outras melhorias que precisam ser realizadas, que não estavam contempladas no projeto original, como a substituição de portas e janelas, restauração dos pisos das salas, instalação de redes de proteção nas quadras, substituição da rede de telefone e Internet e a instalação de câmeras.
Décadas sem reformas cobram seu preço
Em Sapucaia do Sul, a diretora da Escola Olaria Daudt, Andrea Zajaczkowski, explica que a escola necessita de aporte financeiro para várias obras. "Precisamos de reparos no telhado, forro, elétrica, hidráulica, portões, quadra de esportes, vestiários, sanitário e salas de aula. Chove dentro das salas. A elétrica é importante para poder usar o ar-condicionado e tomadas. Temos a mesma rede desde 1998."
Já o diretor do Colégio Guianuba, Laerte Ferraz da Silva, aponta para problemas crônicos. "A escola tem quase 50 anos. Nas redes hidráulica e elétrica, nunca foram feitas reformas significativas. A rede elétrica é a que está mais comprometida, queima lâmpada e a fiação da cozinha já pegou fogo. Nosso refeitório e biblioteca são pequenos, a quadra precisa de reforma."
Precariedade também é realidade em colégios de Canoas
Em Canoas, os principais problemas encontrados também estão na rede elétrica. De acordo com o diretor da Escola André Leão Puente, Felipi Vidal Fraga, a necessidade mais urgente é em relação à energia elétrica. "Precisamos de uma subestação de energia para ampliar a quantidade de salas com ar-condicionado. Também necessitamos ter quadras cobertas."
Na Escola Canoas, segundo o diretor Marcos Dalbó, a situação estrutural é crítica. "A iluminação noturna é precária, temos infiltração no telhado e alagamento do pátio em dias de chuva."
No Colégio Jussara Maria Polidoro, a direção afirma que não possui problemas urgentes, já que conseguiram fazer melhorias na rede elétrica e em infiltrações. "Agora, é mais a questão de manutenção e melhorias", pontuam. A Escola São Francisco de Assis ainda está fazendo levantamento das prioridades.
Início das obras indefinido
Mesmo com a lista de escolas necessitando de reformas emergenciais estando definida, as obras ainda não tem prazo para iniciar, conforme a Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Além dos das 176 escolas, um recurso de R$ 27 milhões será enviado para outros 2.311 colégios. Em visita à Escola Estadual de Ensino Fundamental Willy Oscar Konrath, de Sapiranga, na segunda-feira (27), o subsecretário de Infraestrutura e Serviços Escolares, Rômulo Campos, afirmou que recurso começa a ser depositado nesta semana.
Escola sem caixa d'água
Em Montenegro, no Colégio Ivo Buhler CIEP, a caixa d'água que abastece o local foi condenada e a escola necessita que uma nova seja construída. A verba também será destinada para refazer o telhado em uma parte da escola destruído durante um temporal em 2017. "As telhas foram destruídas. Hoje nós temos zinco, mas precisamos refazer o telhado", explica o diretor Samuel Borges.
Outras escolas da região
Ainda constam na lista as escolas Fernando Ferrari, de Campo Bom; Elvira Jost, de Nova Hartz; Delfina Dias Ferraz, de Montenegro; Manoel Fausto Pereira Fortes, de São Sebastião do Caí; Instituto Manoel de Almeida Ramos e Escola Nojagta, de Capela de Santana; Arandu Pora, de Riozinho; escolas Vanheky Vei Tcha Teie e Orestes Leite, de São Francisco de Paula; e escolas Professora Helena Câmara e Comunidade Indígena Kaingang por Fi, de São Leopoldo.
O ano letivo para a rede estadual de educação iniciou na última quinta-feira (23) e muitas escolas retornaram às atividades ainda com situações precárias em sua infraestrutura. Problemas com a rede elétrica e hidráulica e salas de aulas interditadas são alguns dos problemas encontrados em 24 escolas da região que estão entre as 176 instituições gaúchas que receberão obras de recuperação imediata.
Entre os locais considerados de urgência pelo governo do Estado para o recebimento das melhorias, estão escolas de Campo Bom, Canoas, Capela de Santana, Montenegro, Nova Hartz, Novo Hamburgo, Riozinho, São Francisco de Paula, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sapiranga, Sapucaia do Sul e Taquara.
Para as reformas nas 176 escolas em situação de emergência, o governo do Estado destinará, ao todo, R$ 3 milhões. E mesmo sem saber como o valor será repartido entre as instituições, as direções das escolas seguem fazendo a lista dos problemas que convivem há anos.
Na Escola Estadual Dr. Breno Oswaldo Ritter, de Taquara, as quedas de luz são frequentes e os alunos precisam conviver com a falta de rede elétrica adequada. De acordo com a diretora Ana Lucia Neves Almeida, a escola já existe há 90 anos e ao longo dos 28 anos em que leciona no local diz nunca ter visto a rede elétrica ser trocada por completo. O local atende mais de 300 alunos do ensino fundamental. "Para se ter uma ideia, em cada sala só tem uma tomada e no refeitório é o nosso maior problema, se ligar o liquidificador e um forno elétrico ao mesmo tempo, cai a rede da escola inteira", afirma.
Além disso, a instituição também tem como meta consertar o muro que divide o pátio com um terreno vizinho e que caiu, e conseguir cobrir a quadra poliesportiva.
"Temos goteira na lâmpada e não estamos podendo usar uma das salas. Temos também o problema com alagamento nos banheiros. Não se pode usar os banheiros porque causa infiltração nas salas de baixo", detalha a diretora.
A rede elétrica também é uma adversidade para o Instituto Estadual Madre Benícia, de Lomba Grande, em Novo Hamburgo. Segundo a diretora da escola, Cristiane Gazola Santos Fonseca, a instituição tem mais de 80 anos e relata problemas com instabilidade na energia. "A gente tem gastado todo ano milhares de reais em tomadas e reformas paliativas", afirma ela. Em São Sebastião do Caí, no Instituto Estadual Paulo Freire, a situação é a mesma e a diretora da escola, Vanessa Radeke Padilha, relata que já teve eletrônicos queimados por conta disso.
*Colaboraram: Giordanna Vallejos e Taís Forgearini
Adequações na estrutura
Em Sapiranga, no Instituto Estadual Mathilde Zatar, os problemas estão relacionados à estrutura. Conforme o diretor Alexandre Machado, o espaço não comporta a quantidade de alunos que a instituição tem (cerca de 700). "A gente teve que colocar mesas fora do refeitório e o banheiro dos professores fica junto ao refeitório, o que não é o mais adequado", relata. A outra demanda que a escola tem é a cobertura da quadra poliesportiva.
Também em Taquara, na Escola Estadual de Ensino Fundamental 27 de Maio, durante o temporal que atingiu a cidade no fim de janeiro, parte do prédio foi destelhado e duas salas de aulas precisaram ser interditadas. Conforme a supervisora da escola, Adriana Vassi, para o ano letivo de 2023, duas turmas precisaram ser remanejadas.
Acessibilidade e mais inúmeras melhorias
Em São Leopoldo, a diretora da Escola Prof. Haydee Mello Rostirolla, Rosane Soares, aponta problemas de acessibilidade. "Tivemos muitas necessidades que apontamos no ano passado. Uma delas foi o caso de uma professora que se acidentou na escola e o Samu teve dificuldade de resgatar por causa das escadas, apontando o grande problema da falta de acessibilidade", diz, indicando ainda que a rede elétrica é antiga. "Tem 39 anos."
Já o diretor do Instituto Professor Pedro Schneider, Vinicius Vilella, explica que muita coisa foi feita com uma reforma recente, mas ainda há muitas outras melhorias que precisam ser realizadas, que não estavam contempladas no projeto original, como a substituição de portas e janelas, restauração dos pisos das salas, instalação de redes de proteção nas quadras, substituição da rede de telefone e Internet e a instalação de câmeras.
Décadas sem reformas cobram seu preço
Em Sapucaia do Sul, a diretora da Escola Olaria Daudt, Andrea Zajaczkowski, explica que a escola necessita de aporte financeiro para várias obras. "Precisamos de reparos no telhado, forro, elétrica, hidráulica, portões, quadra de esportes, vestiários, sanitário e salas de aula. Chove dentro das salas. A elétrica é importante para poder usar o ar-condicionado e tomadas. Temos a mesma rede desde 1998."
Já o diretor do Colégio Guianuba, Laerte Ferraz da Silva, aponta para problemas crônicos. "A escola tem quase 50 anos. Nas redes hidráulica e elétrica, nunca foram feitas reformas significativas. A rede elétrica é a que está mais comprometida, queima lâmpada e a fiação da cozinha já pegou fogo. Nosso refeitório e biblioteca são pequenos, a quadra precisa de reforma."
Precariedade também é realidade em colégios de Canoas
Em Canoas, os principais problemas encontrados também estão na rede elétrica. De acordo com o diretor da Escola André Leão Puente, Felipi Vidal Fraga, a necessidade mais urgente é em relação à energia elétrica. "Precisamos de uma subestação de energia para ampliar a quantidade de salas com ar-condicionado. Também necessitamos ter quadras cobertas."
Na Escola Canoas, segundo o diretor Marcos Dalbó, a situação estrutural é crítica. "A iluminação noturna é precária, temos infiltração no telhado e alagamento do pátio em dias de chuva."
No Colégio Jussara Maria Polidoro, a direção afirma que não possui problemas urgentes, já que conseguiram fazer melhorias na rede elétrica e em infiltrações. "Agora, é mais a questão de manutenção e melhorias", pontuam. A Escola São Francisco de Assis ainda está fazendo levantamento das prioridades.
Início das obras indefinido
Mesmo com a lista de escolas necessitando de reformas emergenciais estando definida, as obras ainda não tem prazo para iniciar, conforme a Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Além dos das 176 escolas, um recurso de R$ 27 milhões será enviado para outros 2.311 colégios. Em visita à Escola Estadual de Ensino Fundamental Willy Oscar Konrath, de Sapiranga, na segunda-feira (27), o subsecretário de Infraestrutura e Serviços Escolares, Rômulo Campos, afirmou que recurso começa a ser depositado nesta semana.
Escola sem caixa d'água
Em Montenegro, no Colégio Ivo Buhler CIEP, a caixa d'água que abastece o local foi condenada e a escola necessita que uma nova seja construída. A verba também será destinada para refazer o telhado em uma parte da escola destruído durante um temporal em 2017. "As telhas foram destruídas. Hoje nós temos zinco, mas precisamos refazer o telhado", explica o diretor Samuel Borges.
Outras escolas da região
Ainda constam na lista as escolas Fernando Ferrari, de Campo Bom; Elvira Jost, de Nova Hartz; Delfina Dias Ferraz, de Montenegro; Manoel Fausto Pereira Fortes, de São Sebastião do Caí; Instituto Manoel de Almeida Ramos e Escola Nojagta, de Capela de Santana; Arandu Pora, de Riozinho; escolas Vanheky Vei Tcha Teie e Orestes Leite, de São Francisco de Paula; e escolas Professora Helena Câmara e Comunidade Indígena Kaingang por Fi, de São Leopoldo.