O Centro de Previsão Climática da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) elevou a probabilidade de instalação de um evento do fenômeno El Niño clássico nos próximos meses no Oceano Pacífico Equatorial. A informação é da meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia.
Conforme ela, um episódio de El Niño costeiro já está em andamento nos litorais do Peru e do Equador, trazendo chuva excessiva, inundações, deslizamentos de terra e cheias de rios nos países. O El Niño provoca aumento no volume de chuvas no Sul do Brasil.
A probabilidade de El Niño supera 60% já no trimestre de maio a julho, ou seja, o fenômeno se instalaria entre o final do outono e o início do inverno, e aumenta para cerca de 75% no trimestre de inverno meridional de junho a agosto.
A projeção do Centro de Previsão Climática da NOAA coloca probabilidades ainda mais altas de El Niño no final do inverno e durante a próxima primavera. Para o trimestre da primavera climática de setembro a novembro, a probabilidade estimada de atuação do fenômeno El Niño é de mais de 80% e, para o final do ano, no trimestre de novembro de 2023 a janeiro de 2024, a estimativa é de quase 90%.
De acordo com o último boletim semanal da NOAA, a anomalia de temperatura da superfície do mar era de 0,0ºC na denominada região Niño 3.4, no Pacífico Equatorial Central, que é usada oficialmente para definir se há um El Niño na forma clássica e de impacto global. O valor está na neutralidade absoluta da faixa neutra de -0,4ºC a +0,4ºC.
Por outro lado, a região Niño 1+2, perto das costas do Equador e do Peru, que costuma impactar as precipitações e a temperatura no Sul do Brasil em qualquer época do ano, onde ocorre o chamado El Niño costeiro, estava com anomalia de +2,7ºC, em nível de El Niño costeiro intenso.
Este é o valor médio da área Niño 1+2, mas existem pontos dos litorais do Peru e do Equador em que a temperatura da superfície do mar está perto de 29ºC, ou seja, até 7ºC a 8ºC acima do normal para esta época do ano. Isso explica a chuva muito acima da média que vem se dando nos territórios peruano e equatoriano com sucessivas tempestades, inundações e vítimas.
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