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AQUECIMENTO

PREVISÃO DO TEMPO: Retorno do calor? Tempo ameno está com os dias contados e janeiro terá dias de 40°C no RS

Meteorologistas destacam que temperaturas mais baixas e atípicas para época do ano não vieram para ficar e onda de calor começará a ser sentida nos próximos dias

Eduardo Amaral
Publicado em: 09/01/2025 às 09h:17 Última atualização: 09/01/2025 às 09h:25
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O servidor público de Sapiranga, Osmar de Souza, 76 anos, está positivamente surpreso com os primeiros dias de janeiro de 2025. Ao contrário dos anos anteriores, ele tem conseguido dormir melhor graças à temperatura mais amena, um tanto atípica para a época do ano marcado por dias e noites escaldantes.

Os dias mais amenos tem garantido um sono de qualidade para Osmar de Souza, 76 anos | abc+



Os dias mais amenos tem garantido um sono de qualidade para Osmar de Souza, 76 anos

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

“Está mais agradável, muito melhor do que aquele calorão danado. No verão normalmente é mais difícil deitar cedo e não levantar três ou quatro vezes durante a noite”, relata Souza, que diz ter costume de dormir às 21 horas para cedo estar de pé.

Mesmo beirando os 80 anos, Souza ainda trabalha e conta que pela manhã já precisou por algumas vezes apelar para um vestuário pouco usual para o período do ano. “Às vezes tem que usar uma roupa mais quente para ir para o serviço e depois tem que socar tudo no carro para levar embora”, conta.

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No ano mais quente

Um começo de verão ameno em 2025 contrasta com o preocupante dado divulgado nesta semana pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Com temperaturas médias de 25,02°C, o ano de 2024 foi o mais quente desde 1961. Em relação a média histórica entre 1991/2020 a temperatura subiu 0,79°C.

A tendência de alta na temperatura média anual já havia sido notada em 2023, quando a média de temperatura do ano foi de 24,92°C, 0,69°C acima da média histórica. Em termos globais, a temperatura do planeta teve um crescimento de 1,54°C acima da média histórica de 1850/1900.

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Meteorologista da Metsul Meteorologia, Estael Sias, diz que a alta nas temperaturas é uma tendência já registrada em anos anteriores. Porém, em 2024, um fenômeno climático ampliou a tendência. “O ano de 2024 foi o mais quente da história em função do El Niño e do aquecimento global, que vem se intensificando ano a ano”, explica.

O calor vai voltar

Segundo Estael, essas temperaturas atípicas e mais baixas neste começo de ano não são uma tendência para o restante do ano, sequer do mês de janeiro. “Não dá para achar que essa vai ser a regra do ano inteiro. Esses períodos curtos de frio também aconteceram em 2024. A gente teve temperatura baixa lá em novembro e dezembro, inclusive com temperatura negativa”, lembra.

De acordo com ela, esse momento de temperaturas mais amenas no Rio Grande do Sul é consequência de uma série de fenômenos climáticos que estão mais frequentes. “O que está acontecendo agora é uma frequência maior de ciclones, que é resultado do índice negativo da Oscilação Antártica. Quando esse índice está negativo, o cinturão de vento que segura as massas de ar frio no Polo Sul, esse cinturão vai ficando mais fraco e as massas de ar frio saem daquela região, o que gera mais contraste aqui no continente sul-americano”, explica Estael, citando ainda uma influência, ainda que moderada, do La Niña, o fenômeno que gera o resfriamento das águas do Oceano Pacífico.

Quando o calor retorna?

Por essas razões, Estael deixa claro que nos próximos dias as temperaturas devem voltar ao calor típico tanto durante o dia quanto à noite. “Na semana que vem mesmo a vamos ter temperaturas próximas de 40ºC”, projeta.

Retorno do calor? Tempo ameno está com os dias contados e janeiro terá dias de 40°C no RS | abc+



Retorno do calor? Tempo ameno está com os dias contados e janeiro terá dias de 40°C no RS

Foto: Arquivo/GES

Em relação ao restante do ano, com a tendência de neutralidade do La Niña a partir do outono, a meteorologista diz que apenas ao final de 2025 será possível ter um quadro real sobre a temperatura média. Caso 2025 siga a tendência registrada nos últimos dois anos o Brasil pode encerrar o ano com mais um registro de recorde nas temperaturas, como consequência do aquecimento global.

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