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SITUAÇÃO DOS RIOS

PREVISÃO DO TEMPO: O pior das enchentes já passou no RS? Saiba o que esperar desta quinta-feira

Uma nova frente fria ingressou no Estado e trouxe chuva na quarta-feira (22)

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Publicado em: 23/11/2023 às 08h:58 Última atualização: 23/11/2023 às 09h:09
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O grande volume de chuva que atingiu o Rio Grande do Sul entre o feriado de 15 de novembro e o último final de semana causou transtornos em 179 cidades, segundo a Defesa Civil. De acordo com a última atualização, o Estado tem 24.095 pessoas desalojadas e 3.847 desabrigadas. Cinco pessoas morreram em decorrência do mau tempo.

Enchente de novembro é a sétima registrada neste ano em Campo Bom | Jornal NH



Enchente de novembro é a sétima registrada neste ano em Campo Bom

Foto: Fernando Santos/PMCB

Após três dias de tempo firme, na quarta-feira (22) uma frente fria trouxe instabilidade para o território gaúcho. No entanto, o acumulado de chuva registrado não foi o suficiente para agravar a situação das bacias dos rios que estão cheios por conta das últimas enchentes.

Segundo a MetSul Meteorologia, nesta quinta-feira (23) há possibilidade de chuva na metade norte, especialmente perto da divisa com Santa Catarina. Nesta localidade, terá maior cobertura de nebulosidade com chuva e garoa em alguns pontos.

Na maior parte do Estado não deve chover. Aberturas de sol ocorrem principalmente em cidades do Centro para o Oeste e o Sul do estado com tempo muito aberto no extremo Sul gaúcho, de Pelotas e Rio Grande em direção ao Chuí. A temperatura estará agradável para padrões de fim de novembro na maioria das cidades, aquecendo mais no Oeste e no Sul.

Mas, o pior das enchentes já passou?

Devido ao grande volume de chuva dos últimos dias, vários rios enfrentaram ou ainda estão em situações de cheias. De acordo com a MetSul, todos que enfrentam essa situação tem suas nascentes na metade norte, onde o acumulado de chuva na última semana ficaram entre 200 e 300 mm.

Rio do Sinos

O nível chegou a 7,50 m em Campo Bom na segunda-feira (20). Foi a segunda maior cota neste ano, ficando atrás dos 7,60 m registrados na enchente de junho. Embora siga alto, o Rio do Sinos já baixou no vale. Em Canoas, perto de Porto Alegre, segue muito alto por causa do represamento do lago Guaíba. De acordo com a MetSul, “virtualmente em quase toda a bacia o pior já passou”.

Rio Caí

Essa bacia atingiu a sua segunda maior cota desde 1940, segundo dados do Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), isso porque no domingo o Rio Caí atingiu 9,01 m em Montenegro. Cota é superada apenas em 1941, quando a marca foi de 9,20 m. Em São Sebastião do Caí, o rio atingiu 16 metros, o maior registro que a prefeitura tem. “No momento, o rio baixou do seu máximo em toda a sua extensão e o pior já passou”, afirma a MetSul.

Rio Paranhana

As cotas máximas foram registradas entre a noite da sexta-feira (17) e o começo do sábado (18), quando uma cheia de grandes proporções atingiu cidade do vale como, Três Coroas e Igrejinha. “Como rio de resposta muito rápida à chuva, baixou rapidamente após ter atingido o seu máximo no sábado. O pior, assim, já passou”, explica a MetSul.

Gravataí

O Rio Gravataí é formado pelo chamado Banhado Grande, que abrange os municípios de Santo Antônio da Patrulha, Glorinha, Gravataí, Cachoeirinha, Alvorada e Viamão. Em Gravataí, o nível está ao redor do pico da cheia. Nas últimas horas, o acesso à cidade de Cachoeirinha pela Avenida Assis Brasil teve que ser fechado. O Gravataí sofre com o represamento gerado pelo alto nível do Guaíba. Assim, o pior na maior parte da bacia já passou e os pontos críticos seguem mais próximos de Porto Alegre, no final da bacia.

Lago Guaíba 

O Guaíba enfrentou a terceira maior cheia em 150 anos e a mais grave em 82 anos. O pico da cheia se deu às 8h da terça-feira (21) com o Guaíba atingindo 3,46 metros, a maior cota desde a grande enchente de 1941, somente superada pelos 4,76 metros de 1941 e os 3,50 metros de 1873. Após brevíssimo repique por vento Sul ontem, o Guaíba retomou a sua curva de baixa e estava com 3,04 metros na madrugada de hoje, devendo cair abaixo dos 3,00 metros da cota de transbordamento no Centro da capital ao longo do dia. Assim, o pior já passou.

Rio Taquari

O Rio Taquari atingiu na manhã de domingo (19) no Porto de Estrela 28,94 metros. Trata-se da quarta maior cota em 150 anos de observações e a terceira maior nos últimos cem anos. Somente é superada no último século pelos 29,98 metros de 1941 e os 29,62 metros da enchente de setembro deste ano no vale. Duas das três maiores cheias em um século do Taquari, assim, ocorreram com intervalo de apenas três meses (setembro e novembro de 2023). No momento, o rio baixou do seu pico em toda a sua extensão e o pior já passou.

Rio Uruguai 

O Rio Uruguai enfrenta a maior cheia dos últimos anos. Chegou a 15 metros em São Borja e 17,05 metros em Porto Mauá. O Uruguai já baixou em todas as áreas do Noroeste do estado e da Fronteira Oeste até São Borja. O pico da cheia, contudo, ainda está por chegar em Uruguaiana e Itaqui, onde a enchente será grande. Portanto, o pior ainda não ocorreu em parte da Fronteira Oeste, embora na maior parte da extensão do rio pelo Rio Grande do Sul os picos de cheia já tenham sido alcançados.

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