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PREVISÃO DO TEMPO: Chuva forte pode trazer riscos ao RS nesta semana; confira
Instabilidade no Sul do Brasil poderá gerar condições de chuva orográfica; entenda o que é e os riscos
Última atualização: 18/11/2024 17:30
A região Sul do Brasil terá um episódio de forte instabilidade entre esta terça (19) e quarta-feira (20), conforme alerta a MetSul Meteorologia. Com chuva, por vezes, localmente forte a torrencial e altos volumes, é possível que os acumulados sejam superiores a 100 milímetros em alguns pontos.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina devem ser os estados com os maiores acumulados de chuva. Mas durante os dois dias pode chover forte, de forma isolada, também em partes do Paraná, quando o ar quente e úmido formará nuvens mais carregadas.
"A instabilidade se intensifica nesta terça-feira no Sul do Brasil a partir de uma área de menor pressão atmosférica que vai formar nuvens mais carregadas, de desenvolvimento vertical, favorecendo a ocorrência de chuva", explica a MetSul.
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Em algumas áreas do território gaúcho e catarinense a chuva chega ainda pela manhã, mas deve aumentar no período da tarde para a noite — quando aumenta o risco de chuva localmente forte. Contudo, o risco maior será entre a madrugada e a manhã de quarta-feira, quando há possibilidade de precipitações mais intensas, inicialmente no centro do Rio Grande do Sul e avançando para leste e nordeste, em direção aos vales, à Grande Porto Alegre, à parte da Serra e do litoral norte.
Já entre a tarde e a noite, a parte mais intensa da instabilidade começa a migrar para o oceano e o tempo começa a abrir na maior parte do Estado. Ainda que com diminuição da instabilidade e presença do sol entre nuvens em diversos pontos, a quinta-feira (21) deve registrar momentos de maior nebulosidade com chuva isolada e passageira.
Acumulados de chuva
Segundo a MetSul, temporais isolados associados à instabilidade não podem ser descartados, mas o risco maior é de chuva volumosa. Além disso, o contraste de pressão entre a área de baixa pressão no sul do Brasil e um centro de alta pressão de quase 1030 hPa a leste da Argentina deverá gerar vento moderado e, por vezes, com rajadas fortes do quadrante leste.
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Os maiores acumulados devem se dar do centro para o norte do Rio Grande do Sul, com marcas de 50 a 100 milímetros em diversos pontos, mas que localmente devem ser superiores. O cenário deve ser parecido em partes de Santa Catarina.
Os volumes altos serão capazes de gerar alagamentos e inundações repentinas, e deslizamentos de terra. Porto Alegre e a região metropolitana estão na área de risco de chuva forte, especialmente na primeira metade da quarta-feira, destaca a MetSul.
Chuva orográfica
"Vento moderado a forte do quadrante leste, do mar para o continente, carregado de umidade e com a temperatura do Atlântico acima da média, pode gerar condições de chuva orográfica associada ao relevo no norte do litoral norte gaúcho e no sul e no leste de Santa Catarina", afirma a MetSul, que ressalta que a condição é a "precipitação induzida pelo relevo".
Conforme os especialistas, a umidade que vem do oceano, trazida por vento, ascende na atmosfera ao se deparar com a barreira do relevo da Serra do Mar e, à medida que se eleva na atmosfera com camadas mais frias, encontra temperatura mais baixa. Isso, então, leva à condensação e à ocorrência de chuva induzida pelo relevo.
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A MetSul exemplifica: "O que acontece se você chega na frente de um espelho e soltar ar da sua boca? O espelho que tem uma superfície mais fria vai ficar embaçado (úmido) e molhado. Com a chuva orográfica ocorre o mesmo", pontua e segue: "O ar mais úmido e quente (analogia com ar que sai da boca) encontra um obstáculo físico que é o relevo (como o espelho) e ao chegar nesta barreira que são os morros sobe na atmosfera e encontra temperatura mais baixa, condensando-se o vapor de água e formando chuva."
Episódios de chuva orográfica são de alto risco, conforme a MetSul, por trazerem acumulados de precipitação localmente muito altos, podendo até mesmo superar as projeções dos modelos numéricos.