No próximo domingo (29) será celebrado o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). A data serve de alerta para a importância da prevenção e dos cuidados com a doença que mais mata no País. Segundo a Organização Mundial de AVC, 70 mil brasileiros morrem da doença todos os anos. Também conhecida como derrame, ela é ainda uma das principais causas incapacidade com sequelas permanentes no Brasil.
Na região, o tratamento do AVC tem em Sapucaia do Sul uma de suas referências. O município, que já tem o Hospital Municipal Getúlio Vargas (HMGV) certificado internacionalmente como excelência em AVC, recebeu nesta sexta-feira (27) o título de 1ª Cidade Angels do RS. O Programa Cidade Angels é desenvolvido pela Iniciativa Angels, uma organização global que trabalha para melhorar a qualidade do atendimento ao AVC.
O programa tem como objetivo qualificar cidades que estão comprometidas em melhorar a linha de cuidado do AVC em suas comunidades. Ainda por meio do Angels, Sapucaia desenvolve, desde setembro, o projeto Fast Heroes 192, que inicialmente capacitou professores e orientadores educacionais de 24 escolas da Rede Municipal na identificação dos sintomas da doença e que agora será realizado com os estudantes.
“A estratégia é fazer com que as crianças sejam introduzidas neste assunto relevante, uma doença tão importante do ponto de vista epidemiológico do nosso país”, comenta o coordenador da Linha de Cuidado do AVC do HMGV, o neurologista Diógenes Zãn.
Formação com quase 5 mil estudantes
As oficinas do projeto com os estudantes devem começar na próxima segunda-feira (30). Neste ano, o projeto será desenvolvido com mais de 4,9 mil estudantes de 3º a 5º anos do Ensino Fundamental. A partir do ano que vem, a iniciativa abrangerá apenas estudantes do 3º ano, atingindo mais de 1,7 mil alunos de 57 turmas. “Este projeto é um farol de esperança para todas as vítimas do AVC e suas famílias”, comenta a secretária municipal da Educação, Djoidy Felipin.
Professora na Escola Municipal Lurdes Fontoura, Jô Rubim Nobre, perdeu a vó recentemente, vítima de AVC. Para ela, o projeto tem papel fundamental na sala de aula. “É sempre importante trabalhar a prevenção e a promoção da saúde principalmente nas escolas públicas, onde a gente atende uma comunidade muito carente e que é carente, também, de informação. Muitas pessoas não sabem como proceder, nem como identificar o AVC”, diz. Com as crianças o tema será desenvolvido de forma lúdica, com personagens de super-heróis.
De olho nos sintomas
De acordo com o neurologista Diógenes Zãn, o início do tratamento pode ser realizado em até 4h30 horas dos primeiros sintomas.
“Aqui em Sapucaia, no HMGV tem o tratamento para o AVC que é a trombólise endovenosa. No entanto, a gente precisa que as pessoas que são acometidas pela doença reconheçam os sintomas para ir receber o tratamento. Quase metade das pessoas que coemçam com sintomas não procuram atendimento médico, porque acham que dormiram em cima do braço, que tomaram um remédio a mais e que por conta disso, ficaram com estes sintomas e acabam demorando para procurar ajuda. Tem pacientes que acabam levando até dois dias para chegar ao hospital. Por isso, é muito importante que as pessoas reconheçam a doença”, diz.
Os principais sintomas, segundo o especialista, são boca torta e dificuldades de fala e de movimentação dos membros. Diante da suspeita de AVC, a recomendação do médico é de que seja feito imediatamente contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) pelo número 192.
LEIA TAMBÉM