Quinze apenados idosos participaram da colheita de uvas no Complexo Prisional de Canoas. A iniciativa, denominada “Um dia na horta”, teve o intuito de conscientizar sobre a necessidade de uma alimentação saudável para a população prisional idosa, faixa etária dos participantes da ação.
Com a coordenação da cozinha geral e apoio do setor técnico do complexo, a ação possibilitou a um grupo de custodiados idosos a primeira colheita de uvas do estabelecimento prisional.
A ideia de construir o parreiral no complexo surgiu em 2020 e, a partir de então, o policial penal e hoje policial civil, Diogo Stelmach, buscou viabilizar o projeto junto à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Após a sua saída, o policial penal Nelson Quevedo assumiu o projeto e encaminhou um dos apenados para uma capacitação junto à Embrapa.
A partir do treinamento, como forma de tratamento penal, o custodiado teve a oportunidade de aprender sobre o plantio, o cultivo, o manejo e o tempo de produção das uvas. Depois disso, foi permitido ao recluso replicar os conhecimentos com outros custodiados. Nos últimos meses de 2022, surgiram os primeiros cachos prontos para a colheita no complexo.
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Medicamentos
Segundo Nelson Quevedo, a maioria dos idosos reclusos têm na alimentação uma das principais vias de manutenção de saúde. Além disso, ele ressalta que já é comum para a população prisional idosa o uso contínuo de medicamentos para o tratamento de doenças como diabetes, hipertensão, saúde mental, dentre outras.
“Junto a isso, existe a dificuldade no cumprimento da lei da prisão domiciliar para idosos acima de 70 anos e com doenças crônicas, seja pela falta de acesso a cuidados médicos, seja pelo entendimento do Poder Judiciário”, explica Quevedo. “É importante frisar que possibilitar aos apenados a vivência de momentos como este na horta favorece a adesão ao tratamento penal e a procura por uma alimentação saudável”, completa.
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