A seca que assola as plantações em Nova Santa Rita atingiu nível crítico, gerando perdas significativas aos agricultores. Nesta semana, a prefeitura chegou a decretar situação de emergência por conta da estiagem. De acordo com o engenheiro agrônomo Igor De Bearzi, da Emater/RS-Ascar, os prejuízos chegam a mais de R$ 10 milhões.
A queda de produtividade das lavouras de grãos, hortaliças, folhosas, raízes, bulbos e tubérculos foi de 50%; a soja teve perda de 35%; o tradicional melão gaúcho, de 30%; já o arroz irrigado e o arroz orgânico tiveram perda de 8%. Os dados são da Emater.
“Nos últimos quatro meses, choveu equivalente a dois. A média mensal ideal é de 150 milímetros. Os níveis dos açudes estão cerca de um metro abaixo. Isso gera outro problema: o risco da mortandade de peixes. A última de que tivemos registro foi em novembro”, sinaliza De Bearzi.
O engenheiro agrônomo lembra que, para parte dos agricultores de Nova Santa Rita, as perdas são irreversíveis. “A grande maioria não possui seguro privado, ou seja, já está tendo prejuízo”, enfatiza.
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Reflexo no mercado
As perdas impactam diretamente o comércio, a indústria e o consumidor final, explica De Bearzi. “Os investimentos serão cada vez mais segurados. A falta de produto faz com que o preço suba consideravelmente”, afirma. “O mercado exige um padrão de qualidade. Quando a cultura não atinge a padronização, aquele produto é automaticamente descartado. Ele fica na lavoura”.
A produção de leite também está comprometida devido à falta de pasto em decorrência da estiagem. “No Estado, já temos cerca de 150 municípios que decretaram situação de emergência por conta da falta de chuva”, salienta o engenheiro agrônomo.
A previsão do tempo indica chuva abaixo da média para as próximas semanas.
Decreto e ações
Os laudos com o diagnóstico e balanço das lavouras feitos pela Emater/RS foram encaminhados à Defesa Civil. “A prefeitura acertou em decretar situação de emergência, isso abre a possibilidade de o município adquirir serviços e equipamentos em caráter de emergencial, além de possíveis intervenções de ajuda do Estado e do governo federal”, explica De Bearzi.
O profissional destaca a importância de ações por parte da adminsitração municipal. “A abertura de novos açudes, quatro retroescavadeiras hidráulicas foram utilizadas, caminhões-pipa estão levando água para cerca de 20% da população que está sendo afetada”, elenca.
Em Canoas, município da região, a Defesa Civil diz que está atenta à situação do Rio dos Sinos, mas que, até o momento, não há de desabastecimento.
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