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AGRICULTURA

Prejuízos por conta da estiagem superam R$ 10 milhões em Nova Santa Rita

Estimativa da Emater considera perda de produtividade das lavouras. Nesta semana, cidade decretou situação de emergência devido à falta de chuva

Taís Forgearini
Publicado em: 25/01/2023 às 09h:33 Última atualização: 22/01/2024 às 10h:19
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A seca que assola as plantações em Nova Santa Rita atingiu nível crítico, gerando perdas significativas aos agricultores. Nesta semana, a prefeitura chegou a decretar situação de emergência por conta da estiagem. De acordo com o engenheiro agrônomo Igor De Bearzi, da Emater/RS-Ascar, os prejuízos chegam a mais de R$ 10 milhões.

Plantações foram afetadas pela falta de chuva regular



Plantações foram afetadas pela falta de chuva regular

Foto: PAULO PIRES/GES

A queda de produtividade das lavouras de grãos, hortaliças, folhosas, raízes, bulbos e tubérculos foi de 50%; a soja teve perda de 35%; o tradicional melão gaúcho, de 30%; já o arroz irrigado e o arroz orgânico tiveram perda de 8%. Os dados são da Emater.

“Nos últimos quatro meses, choveu equivalente a dois. A média mensal ideal é de 150 milímetros. Os níveis dos açudes estão cerca de um metro abaixo. Isso gera outro problema: o risco da mortandade de peixes. A última de que tivemos registro foi em novembro”, sinaliza De Bearzi.

O engenheiro agrônomo lembra que, para parte dos agricultores de Nova Santa Rita, as perdas são irreversíveis. “A grande maioria não possui seguro privado, ou seja, já está tendo prejuízo”, enfatiza.

Reflexo no mercado

As perdas impactam diretamente o comércio, a indústria e o consumidor final, explica De Bearzi. “Os investimentos serão cada vez mais segurados. A falta de produto faz com que o preço suba consideravelmente”, afirma. “O mercado exige um padrão de qualidade. Quando a cultura não atinge a padronização, aquele produto é automaticamente descartado. Ele fica na lavoura”.

A produção de leite também está comprometida devido à falta de pasto em decorrência da estiagem. “No Estado, já temos cerca de 150 municípios que decretaram situação de emergência por conta da falta de chuva”, salienta o engenheiro agrônomo.

A previsão do tempo indica chuva abaixo da média para as próximas semanas.

Decreto e ações

Os laudos com o diagnóstico e balanço das lavouras feitos pela Emater/RS foram encaminhados à Defesa Civil. “A prefeitura acertou em decretar situação de emergência, isso abre a possibilidade de o município adquirir serviços e equipamentos em caráter de emergencial, além de possíveis intervenções de ajuda do Estado e do governo federal”, explica De Bearzi.

O profissional destaca a importância de ações por parte da adminsitração municipal. “A abertura de novos açudes, quatro retroescavadeiras hidráulicas foram utilizadas, caminhões-pipa estão levando água para cerca de 20% da população que está sendo afetada”, elenca.

Em Canoas, município da região, a Defesa Civil diz que está atenta à situação do Rio dos Sinos, mas que, até o momento, não há de desabastecimento.

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