POLÍTICA
Prédio que já é de utilidade pública pode abrigar a Câmara de Vereadores de São Leopoldo
Imóvel fica na esquina das ruas Brasil e Saldanha da Gama
Última atualização: 18/11/2024 10:15
Erguido na década de 1960 para abrigar uma concessionária de automóveis e um posto de combustíveis, o prédio que está na mira do Legislativo leopoldense para instalar a Câmara de Vereadores já tem sua utilidade pública declarada pela prefeitura. O decreto 9.770, de 28 de janeiro de 2021, destinava o imóvel localizado na esquina das Ruas Brasil e Saldanha da Gama para as secretarias municipais de Saúde (Semsad) e Educação (Smed), sendo alterado em 8 de novembro do ano passado pelo decreto 10.286, ficando para uso exclusivo da Smed. Entretanto, o processo de desapropriação não prosperou.
Com isso, os proprietários do imóvel arrematado em leilão recentemente (o lance mínimo era de R$ 2,8 milhões) tentam convencer os 13 vereadores de que o espaço de 1.774,06 metros quadrados e três pavimentos seria o ideal para abrigar gabinetes, salas administrativas e o plenário. Na visita que os edis fizeram ao local na terça-feira não se falou em preço por aluguel ou compra, mas especialistas do mercado imobiliário consultados pela reportagem avaliam a estrutura em cerca de R$ 7 milhões.
Para locação, calculam entre R$ 35 mil e R$ 50 mil por mês — hoje o parlamento paga R$ 37,8 mil mensais ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais (Iaps), o proprietário dos imóveis localizados junto da Praça do Imigrante.
Conversas
Presidente da Câmara, o vereador Marcelo Antônio, o Dentinho (PTB), liderou a visita ao prédio e está articulando com os colegas. "A Câmara já deveria ter se mudado há alguns anos, visto que o atual prédio precisa de inúmeras reformas e, por ser histórico, há muitas restrições quanto a mudanças que são necessárias", explica. Dentinho destaca que a atual sede não dispõe de qualquer acessibilidade. "Além disto, um prédio próprio irá gerar economia a longo prazo, visto que hoje a Câmara está em um prédio que é alugado", reforça.
O chefe do Legislativo acrescenta que a mudança de endereço é uma ação dos 13 vereadores, que entendem a real necessidade de oferecer ao cidadão um local acessível e seguro. "Já visitamos um prédio que pode ser o novo local do Legislativo, pois fica de fácil acesso para a população e tem espaço físico que atende ao que a Câmara precisa hoje. Porém, ainda não há negociação", esclarece.
Construção de sede nova cogitada
No fim do seu mandato à frente da Câmara em 2021, a então presidente Ana Affonso (PT) anunciou que a Câmara teria um prédio novo. “Desde 2015, os bombeiros apresentam as condições precárias do imóvel, como telhado, rachaduras”, disse, na época. Então, assinou um termo de cooperação com a prefeitura, que destinou uma área entre a Estação Rodoviária Germano Hauschild e o local onde será construída a futura sede da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp) para a instalação do Legislativo. O município iria adquirir os três prédios históricos do Iaps e transformá-los em um centro de cultura. Porém, ao longo de 2022, sob a gestão de Tarzan Côrrea (Republicanos), nada avançou.
História das sedes
Dois anos depois de São Leopoldo elevar-se à categoria de município, em 1848, a Câmara de Vereadores foi criada em num imóvel da Rua do Passo (atual Independência), entre a Dom João Becker e Osvaldo Aranha. “Em 1885, ela foi para o prédio próprio. Esse prédio ficava exatamente no local onde fica a prefeitura velha”, conta o vice-presidente do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, Cássio Tagliari. Em 1937, ela foi extinta formalmente pelo Estado Novo. Com a redemocratização, em 1946, voltou a funcionar no mesmo local.
O historiador Elton Krause acrescenta que a Câmara funcionava no andar superior da antiga prefeitura, com as sessões no salão nobre e salas ao fundo até 1984. “Em 1984, transferiu-se para o prédio secular, às margens do Rio dos Sinos, tombado pelo patrimônio histórico”, acrescenta. Mas como o espaço precisou de reforma, teve que se mudar.
Tagliari recorda que por muitos anos funcionou no prédio da antiga prefeitura. Ali ficava o plenário, enquanto os gabinetes eram em salas alugadas no edifício Burgos, na Rua Primeiro de Março, no Centro. Em dezembro de 1997, o Legislativo mudou-se de novo para os prédios históricos que abrigaram o antigo Seminário Evangélico, onde funciona até hoje.
Erguido na década de 1960 para abrigar uma concessionária de automóveis e um posto de combustíveis, o prédio que está na mira do Legislativo leopoldense para instalar a Câmara de Vereadores já tem sua utilidade pública declarada pela prefeitura. O decreto 9.770, de 28 de janeiro de 2021, destinava o imóvel localizado na esquina das Ruas Brasil e Saldanha da Gama para as secretarias municipais de Saúde (Semsad) e Educação (Smed), sendo alterado em 8 de novembro do ano passado pelo decreto 10.286, ficando para uso exclusivo da Smed. Entretanto, o processo de desapropriação não prosperou.
Com isso, os proprietários do imóvel arrematado em leilão recentemente (o lance mínimo era de R$ 2,8 milhões) tentam convencer os 13 vereadores de que o espaço de 1.774,06 metros quadrados e três pavimentos seria o ideal para abrigar gabinetes, salas administrativas e o plenário. Na visita que os edis fizeram ao local na terça-feira não se falou em preço por aluguel ou compra, mas especialistas do mercado imobiliário consultados pela reportagem avaliam a estrutura em cerca de R$ 7 milhões.
Para locação, calculam entre R$ 35 mil e R$ 50 mil por mês — hoje o parlamento paga R$ 37,8 mil mensais ao Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Servidores Municipais (Iaps), o proprietário dos imóveis localizados junto da Praça do Imigrante.
Conversas
Presidente da Câmara, o vereador Marcelo Antônio, o Dentinho (PTB), liderou a visita ao prédio e está articulando com os colegas. "A Câmara já deveria ter se mudado há alguns anos, visto que o atual prédio precisa de inúmeras reformas e, por ser histórico, há muitas restrições quanto a mudanças que são necessárias", explica. Dentinho destaca que a atual sede não dispõe de qualquer acessibilidade. "Além disto, um prédio próprio irá gerar economia a longo prazo, visto que hoje a Câmara está em um prédio que é alugado", reforça.
O chefe do Legislativo acrescenta que a mudança de endereço é uma ação dos 13 vereadores, que entendem a real necessidade de oferecer ao cidadão um local acessível e seguro. "Já visitamos um prédio que pode ser o novo local do Legislativo, pois fica de fácil acesso para a população e tem espaço físico que atende ao que a Câmara precisa hoje. Porém, ainda não há negociação", esclarece.
Construção de sede nova cogitada
No fim do seu mandato à frente da Câmara em 2021, a então presidente Ana Affonso (PT) anunciou que a Câmara teria um prédio novo. “Desde 2015, os bombeiros apresentam as condições precárias do imóvel, como telhado, rachaduras”, disse, na época. Então, assinou um termo de cooperação com a prefeitura, que destinou uma área entre a Estação Rodoviária Germano Hauschild e o local onde será construída a futura sede da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Comunitária (Semusp) para a instalação do Legislativo. O município iria adquirir os três prédios históricos do Iaps e transformá-los em um centro de cultura. Porém, ao longo de 2022, sob a gestão de Tarzan Côrrea (Republicanos), nada avançou.
História das sedes
Dois anos depois de São Leopoldo elevar-se à categoria de município, em 1848, a Câmara de Vereadores foi criada em num imóvel da Rua do Passo (atual Independência), entre a Dom João Becker e Osvaldo Aranha. “Em 1885, ela foi para o prédio próprio. Esse prédio ficava exatamente no local onde fica a prefeitura velha”, conta o vice-presidente do Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, Cássio Tagliari. Em 1937, ela foi extinta formalmente pelo Estado Novo. Com a redemocratização, em 1946, voltou a funcionar no mesmo local.
O historiador Elton Krause acrescenta que a Câmara funcionava no andar superior da antiga prefeitura, com as sessões no salão nobre e salas ao fundo até 1984. “Em 1984, transferiu-se para o prédio secular, às margens do Rio dos Sinos, tombado pelo patrimônio histórico”, acrescenta. Mas como o espaço precisou de reforma, teve que se mudar.
Tagliari recorda que por muitos anos funcionou no prédio da antiga prefeitura. Ali ficava o plenário, enquanto os gabinetes eram em salas alugadas no edifício Burgos, na Rua Primeiro de Março, no Centro. Em dezembro de 1997, o Legislativo mudou-se de novo para os prédios históricos que abrigaram o antigo Seminário Evangélico, onde funciona até hoje.