PREÇO SALGADO

Preço dos alimentos em quiosques do litoral norte assustam veranistas: "Um pouco abusivo"

Reportagem do ABCmais pesquisou o preço médio dos pratos mais pedidos

Publicado em: 16/01/2025 17:44
Última atualização: 16/01/2025 20:17

O cenário é típico: pé na areia, som das ondas, quiosques coloridos oferecendo bebidas geladas e alimentos que complementam o momento de lazer. No entanto, aproveitar a beira-mar tem exigido um orçamento mais generoso dos veranistas que frequentam o litoral norte gaúcho nesta temporada.

Uma pesquisa informal realizada pelo ABCmais em quiosques das praias de Tramandaí e Imbé, nesta quinta-feira (16), revelou que itens como caipirinha, milho verde, pastel e porções de peixe apresentam preços médios significativamente mais altos em comparação ao verão anterior.


Veranistas destacam que preços subiram e que a alternativa é alimentos e bebidas de casa Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Os valores assustam os veranistas. Quem gosta de apreciar o mar tomando uma caipirinha vai pagar caro, já que o preço médio da bebida gira em torno de R$ 20. Até é possível encontrar o copo da bebida por R$ 13, mas é preciso pesquisar bastante.

O Quiosque do Mineiro, em Imbé, é um desses locais. “Conseguimos manter os preços de muitos produtos na mesma margem do ano passado. Nossa caipira é a mais barata do litoral norte, a R$ 13”, garante Protásio Júnior, 38 anos, que atribui o diferencial ao fato de o quiosque ser próprio, sem custos de aluguel.


Protásio Júnior e a mãe, donos do Quiosque do Mineiro, afirmam que conseguiram manter os mesmos preços do ano passado Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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Já a espiga de milho verde cozida, vendida a R$ 10 em todos os quiosques consultados, é um dos poucos itens com valor tabelado. No verão passado, a espiga custava em torno de R$ 6. Outros produtos, como pastéis e porções de peixe, também registraram aumentos consideráveis. A água de coco saí por volta de R$ 20.

A porção de violinha não sai por menos de R$ 70, e o pastel custa mais de R$ 15. “Tive que subir o preço de praticamente tudo aqui. A violinha era R$ 65 na temporada passada, e agora está R$ 70, por exemplo. Não posso pagar para trabalhar, e os veranistas nem reclamam porque sabem que a inflação fez tudo subir”, explica Maria Santa Nunes Medeiros, dona do quiosque da Magrinha, em Tramandaí.

“Um pouco abusivo”: Veranistas avaliam o aumento do preço dos produtos

A professora de Novo Hamburgo, Michele Endres, 43, que está veraneando em Imbé, afirmou que os preços estão salgados. “A gente traz lanchinhos de casa, principalmente para as crianças, mas acabamos consumindo caipirinha, milho verde e água de coco nos quiosques. Os preços, tanto dos ambulantes quanto dos quiosques, subiram bastante. O queijinho, por exemplo, que no ano passado custava R$ 10, agora está R$ 15. É uma diferença significativa, tá bem salgadinho este ano”, opina.

Michele aponta aumentosIsaías Rheinheimer/GES-Especial
Michele e a família levam alimentos de casa, mas também consomem dos quiosquesIsaías Rheinheimer/GES-Especial

Já Sabrina Medeiros Jorge, 45, que é de Esteio, mas está curtindo as férias em Imbé, destacou o valor elevado de alguns produtos. “Achei o preço da água de coco um pouco abusivo, assim como o do milho e da caipirinha. Os alimentos, em geral, até não estão tão caros, mas poderiam ser mais acessíveis”, comenta.


Sabrina Jorge e a amiga decidiram consumir dos quiosques e se assustaram com os preços Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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Em Tramandaí, Paulo Manini, 46, autônomo de Garibaldi, também sentiu no bolso os reflexos da alta. “Hoje de manhã comprei uma caipirinha e fiquei espantado com o preço. Vou ter que maneirar nas doses [de caipirinha] e no que consumimos na praia. Mas, ao mesmo tempo, estando aqui, diante do mar, vale o sacrifício. Afinal, o que não está caro no Brasil hoje?”, ponderou.


Paulo Manini e a esposa Deise aproveitaram o dia na praia, mas precisaram maneirar nas doses de caipirinha Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Gedi Bitelo, 72, morador de Liberato Salzano, compartilhou experiência semelhante. Ele adquiriu uma porção de violinha por R$ 70 para dividir com a família e resumiu o momento: “O que é bom custa caro”.


Gedi Bitelo pagou R$ 70 na porção de violinha Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Alternativa é levar de casa

Com os preços de alimentos e bebidas à beira-mar mais caros, uma alternativa é levar alimentos e bebidas de casa, especialmente para famílias com crianças, como fez a professora Michele. “Para as crianças, a gente acaba trazendo lanchinhos mais saudáveis, para que não fiquem consumindo apenas frituras”, pontua.

Já o paulista Ivan Bitelo, 44, que acompanhava Gedi, foi ao supermercado antes de ir à praia e comprou chope e um fardo de cerveja. Ele colocou tudo em um cooler e assim conseguiu economizar consideravelmente. “Trouxe a bebida de casa para conseguir comprar a violinha aqui [num dos quiosques à beira-mar]”, conta.

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