O valor do quilo da batata vem assustando consumidores de Novo Hamburgo. Um dos legumes principais no prato dos gaúchos, especialmente na salada de maionese que faz dobradinha com o churrasco e o galeto, está beirando a casa dos 14 reais.
Em uma pesquisa feita em supermercados de Novo Hamburgo entre quarta (7) e quinta-feira (8), o valor mais baixo do legume foi encontrado por R$ 7,98 na batata branca, em um mercado da Avenida Primeiro de Março, e o mais alto foi R$ 13,39 na batata rosa.
A gerente de restaurante Maristela Balbina Nunes, 60 anos, conta que deparou-se com o preço da batata a 12 reais em um supermercado do bairro Canudos. “É um absurdo o preço. A batata é um complemento que podemos usar para maionese, batatinha no forno. Em um supermercado encontrei a batata nesse valor e ainda nem estava em boas condições. Às vezes, a batata está pequeninha”, comenta.
A aposentada Marlene Regina da Silva, 54 anos, conta que já pagou a batata a 11 reais o quilo. “Bah, está um absurdo”, comenta a moradora do bairro Canudos, que tem preferência pela batata branca.
Período
Gerente de um supermercado no bairro Rincão, Luís César da Silva, constata que nos últimos 15 dias o valor do quilo aumentou. “Não tem nem entrado em promoção e não passaram ainda previsão de baixar. Acho que vai continuar com o preço alto”, orienta.
Motivos
Levantamento da Ceasa/RS (Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul) aponta que o valor no atacado estava em 7 reais o quilo, contra os R$ 3,90 do mesmo mês do ano passado. Já em fevereiro de 2024, o quilo está em R$ 6,40, contra os 3 reais do mesmo mês do ano passado. Em 2022, o quilo da batata inglesa estava R$ 1,90 em janeiro e R$ 3,20 em fevereiro.
O engenheiro agrônomo da Ceasa/RS, Léo Omar Duarte Marques, aponta três fatores para o aumento no valor. A chuvarada de setembro, período de plantio, provocou atraso na produção do legume, o tempo úmido daquele período resultou em quebra de produtividade por conta de doenças – especialmente a requeima, e a redução de área do plantio.
“Se a safra gaúcha de batata estivesse em um ano bom, estaria com preço barato, mas quando falta produto do mercado, diminui a oferta e aumenta o valor”, explica.
Para o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antonio Cesa Longo, há uma série de fatores pressionando o preço da batata. Ele cita o aumento de custos de produção e sobretudo a questão climática, já que o excesso de chuvas prejudicou o plantio e o rendimento das produções de batatas, cenouras e outros itens. “Há pouco produto no mercado, por isso é uma situação temporária de oferta e procura. Em algumas semanas o preço deverá começar a normalizar.”
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