VIOLÊNCIA
Polícia investiga ataque a nordestinos, com um morto, em praça histórica de Ivoti
Industriário e enteado, de Natal, foram baleados por homem que fugiu em um Virtus cinza
Última atualização: 29/07/2024 15:13
Um ponto histórico de Ivoti, alvo de vandalismo nos últimos anos, agora é também cenário para a investigação de um homicídio, tipo de crime raro na cidade. Sob circunstâncias ainda desconhecidas, um nordestino foi assassinado, e o enteado dele, baleado na madrugada de sábado (12) na Praça Neldo Holler.
Conforme testemunhas, no momento do crime, havia cerca de 30 pessoas na praça, que fica na Avenida Presidente Lucena, principal via de Ivoti.
Por volta de 1 hora, uma discussão acabou em tiros. Atingido no abdome, o industriário Zanetty Nascimento, 23 anos, pedia socorro. No chão, ao lado de bancos de concreto, estava o padrasto, o também industriário Idoberto Patrício da Rocha, 51, já morto com um tiro na cabeça.
Revólver e carro
O matador, que estava de revólver calibre 38, teria fugido em um Virtus cinza. Bombeiros socorreram Zanetty ao Hospital São José, e policiais militares isolaram a praça para perícia. Até a noite de domingo (13), não havia informação sobre o carro, nem notícias do paradeiro do suspeito.
Segundo a delegada Raquel Peixoto, que responde por Ivoti, serão analisadas imagens de câmeras de segurança e ouvidas testemunhas. Ela prefere não entrar em detalhes para não atrapalhar a investigação.
Família está há mais de cinco anos na cidade
Há pouco mais de cinco anos, de acordo com amigos, Idoberto e a esposa, que é mãe de Zanetty, deixaram Natal, no Rio Grande do Norte, para morar e trabalhar em Ivoti. O rapaz veio pouco depois.
“O Idoberto tinha mais parentes aqui, como mãe e irmão. Era um homem trabalhador, empregado no almoxarifado de empresa na entrada de Ivoti. O enteado é funcionário de indústria no bairro Morada do Sol. Estava em estado crítico. Foi transferido de hospital, passou por cirurgia e está se recuperando, graças a Deus”, conta um parente, que pede para não ser identificado.
'Saí correndo para socorrer meus amigos'
Um baiano de 29 anos, também morador e industriário em Ivoti, é uma das testemunhas que prestará depoimento nesta segunda-feira (14). Ele conta que não viu o atirador, nem o Virtus. Também afirma que não presenciou o ataque.
“A gente estava de boa na praça. Fui ao banheiro e ouvi três tiros em sequência. Teve briga, mas não vi. Quando percebi o que tinha acontecido, saí correndo para socorrer meus amigos.”
O homem lembra que logo percebeu que Idoberto já estava morto. “Não se mexia. Não respirava. Nos resta torcer pela vida do enteado.” Ele afirma não saber o que poderia ter motivado a briga e acredita que o matador tenha cúmplices.
“Não tinha como fazer isso sozinho. Esse pessoal não é daqui”, supõe, acrescentando que parentes e amigos ainda estão muito perplexos. “É muita violência. Se eu tivesse ficado ali na mesa, tinha ido (morrido) também.”
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