SERVIÇO CLANDESTINO
Polícia Federal alerta para a formação de milícias na segurança privada
Instituição se posiciona sobre a morte de jovem de 18 anos em complexo gastronômico de Xangri-Lá
Última atualização: 18/01/2024 09:59
Ao se manifestar sobre a morte de um jovem no Litoral Norte no fim de semana passado e outras intervenções desastradas de empresas de segurança privada no Estado, a Polícia Federal (PF) faz um duro alerta para a formação de "milícias, exércitos particulares e justiceiros". Em comunicado emitido na tarde desta quinta-feira (19), a instituição afirma que as firmas envolvidas funcionavam na clandestinidade, sem autorização e controle da PF.
A mais recente atuação trágica dessas empresas resultou no homicídio de Renan de Oliveira Rosa, 18 anos, morador de Osório, atacado por um ex-brigadiano que trabalhava como segurança no complexo gastronômico Las Ramblas, em Xangri-Lá, na madrugada do sábado passado (14). Renan já estava no carro para ir embora, após uma confusão, quando foi puxado para fora e levou uma estocada de canivete no abdômen. O agressor e colegas, conforme as investigações, não prestaram socorro. A vítima morreu no hospital.
O ex-policial Rogério Camargo, 58, que havia sido expulso da BM após duas décadas na corporação, foi preso em flagrante pelo homicídio. Era o primeiro dia na segurança do Ramblas. Com ele foram apreendidos uma faca, um revólver 32 e três canivetes. Segundo o delegado Roland Short, o homem tem diversos antecedentes, entre eles por roubo, cárcere privado e lesão corporal. O La Ramblas, em nota, argumenta que o agressor era segurança contratado de um estacionamento, e não do complexo gastronômico.
Conforme a PF, a empresa Elite, responsável pela vigilância no Ramblas, estava funcionando de forma irregular, sem o aval da Delegacia de Controle da Segurança Privada (Delesp) da Polícia Federal, órgão que controla a atividade. É a mesma situação, segundo a PF, de empresas envolvidas em casos recentes de tortura em supermercados. A reportagem não conseguiu contato com a Elite.
Despreparo, truculência e crimes
"São postuladas diversas exigências para que o cidadão brasileiro possa exercer a profissão de vigilante, inclusive com a aferição de seus antecedentes criminais e judiciais, avaliação de vida pregressa, de sua saúde física e aptidão psicológica, sempre com o objetivo de se evitar que pessoas despreparadas usem de força física e coerção na sociedade em nome de particulares, seus contratantes", diz a nota, acrescentando que o segmento de entretenimento também deve se submeter à legislação.
"Os empresários de eventos esportivos e culturais de massa promovem grandes espetáculos, gerando concentração de centenas ou milhares de pessoas em espaços reduzidos, passando a ser responsáveis por sua incolumidade." E avisa: "Para que fique registrado o posicionamento da Polícia Federal e que sirva de esclarecimento à população e ao mercado, seguiremos atuando coibindo práticas ilegais e investigando os responsáveis no âmbito de nossas competências".
Ao se manifestar sobre a morte de um jovem no Litoral Norte no fim de semana passado e outras intervenções desastradas de empresas de segurança privada no Estado, a Polícia Federal (PF) faz um duro alerta para a formação de "milícias, exércitos particulares e justiceiros". Em comunicado emitido na tarde desta quinta-feira (19), a instituição afirma que as firmas envolvidas funcionavam na clandestinidade, sem autorização e controle da PF.
A mais recente atuação trágica dessas empresas resultou no homicídio de Renan de Oliveira Rosa, 18 anos, morador de Osório, atacado por um ex-brigadiano que trabalhava como segurança no complexo gastronômico Las Ramblas, em Xangri-Lá, na madrugada do sábado passado (14). Renan já estava no carro para ir embora, após uma confusão, quando foi puxado para fora e levou uma estocada de canivete no abdômen. O agressor e colegas, conforme as investigações, não prestaram socorro. A vítima morreu no hospital.
O ex-policial Rogério Camargo, 58, que havia sido expulso da BM após duas décadas na corporação, foi preso em flagrante pelo homicídio. Era o primeiro dia na segurança do Ramblas. Com ele foram apreendidos uma faca, um revólver 32 e três canivetes. Segundo o delegado Roland Short, o homem tem diversos antecedentes, entre eles por roubo, cárcere privado e lesão corporal. O La Ramblas, em nota, argumenta que o agressor era segurança contratado de um estacionamento, e não do complexo gastronômico.
Conforme a PF, a empresa Elite, responsável pela vigilância no Ramblas, estava funcionando de forma irregular, sem o aval da Delegacia de Controle da Segurança Privada (Delesp) da Polícia Federal, órgão que controla a atividade. É a mesma situação, segundo a PF, de empresas envolvidas em casos recentes de tortura em supermercados. A reportagem não conseguiu contato com a Elite.
Despreparo, truculência e crimes
"São postuladas diversas exigências para que o cidadão brasileiro possa exercer a profissão de vigilante, inclusive com a aferição de seus antecedentes criminais e judiciais, avaliação de vida pregressa, de sua saúde física e aptidão psicológica, sempre com o objetivo de se evitar que pessoas despreparadas usem de força física e coerção na sociedade em nome de particulares, seus contratantes", diz a nota, acrescentando que o segmento de entretenimento também deve se submeter à legislação.
"Os empresários de eventos esportivos e culturais de massa promovem grandes espetáculos, gerando concentração de centenas ou milhares de pessoas em espaços reduzidos, passando a ser responsáveis por sua incolumidade." E avisa: "Para que fique registrado o posicionamento da Polícia Federal e que sirva de esclarecimento à população e ao mercado, seguiremos atuando coibindo práticas ilegais e investigando os responsáveis no âmbito de nossas competências".