CAMPO BOM
Plantas que tomaram conta de arroio são retiradas para amenizar mau cheiro
Entenda porque a vegetação aquática causa odor semelhante a carniça, como relatam moradores próximos dos local
Última atualização: 04/03/2024 16:46
A Prefeitura de Campo Bom iniciou no começo do mês a retirada da vegetação conhecida como marrequinhas que estavam presentes na represa do Arroio Schmidt, local chamado de açude pela comunidade, no bairro Aurora.
Em fevereiro, análise de amostra de água do local apontou que uma das principais causas do mau cheiro nas imediações era o acúmulo de matéria orgânica no fundo do corpo d'água, provocado pela morte das plantas aquáticas.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, João Flávio da Rosa, a limpeza, que não era realizada há 12 anos, é uma parceria da prefeitura com a empresa de curtumes proprietária do local por onde passa o Arroio Schmidt.
"Após a remoção das plantas aquáticas, a expectativa é que a situação do odor tende a amenizar. Por outro lado, o arroio perpassa diversos bairros, desde suas nascentes até a foz no Rio dos Sinos, e acaba recebendo um grande volume de esgoto doméstico sem tratamento. Combinado com a estiagem, calor e baixa vazão, isso tudo provoca mau cheiro, entre outros problemas ambientais", observa. A expectativa é que o trabalho leve mais 30 dias.
Diretor e sócio fundador do Curtume Mats, Mauro Becker reforça que a limpeza é importante também para a empresa. "Realizamos a captação da água na represa do Arroio Schmidt para o tratamento dos couros. Lamentamos a existência das moradias irregulares e o lançamento de esgoto no local. Temos planos de recuperar a qualidade da água da barragem", salienta.
"Era tão bonito"
Paulo Machado, 63 anos, mora há 40 anos perto do local e recorda da época em que era possível pescar nas águas. "Já pesquei tanto peixe grande ali. Hoje é só cheiro de carniça. O odor que vem para cá é horrível e parece que aumenta pela manhã. Em dias de tempo fechado, um cheiro forte de esgoto. Sem contar nos mosquitos que têm na região. Aquilo ali era tão bonito", ressalta. (Carla Fogaça)