Conteúdo Especial | Núcleo 360
Nascido em São Leopoldo e atualmente com moradia em Chicago, nos Estados Unidos, o pianista Rodolfo Faistauer tem se destacado no exterior pelo seu talento com o instrumento e por suas pesquisas na música. Já há alguns anos, ele vem se apresentando na Europa, Brasil e Estados Unidos.
No ano passado, Rodolfo recebeu a Fellowship do Gilmore Piano Festival e foi convidado para a academia de pianos históricos da Cornell University. Ainda em julho de 2022 se apresentou na série de concertos da Embaixada do Brasil em Paris e em Strasbourg gravou uma obra de Hugues Dufourt, na presença do reconhecido compositor. A gravação fará parte de um CD do selo alemão Coviello Classics. Em Chicago, Rodolfo concluiu recentemente o doutorado em Piano na Northwestern University. Essa qualificação possibilitou a ele se tornar professor na mesma universidade e, hoje, dá aulas de Literatura do Piano.
Nesta entrevista, Rodolfo conta alguns detalhes sobre seu trabalho:
Qual é o significado de ter vencido o Fellowship do Gilmore Piano Festival?
Esse é um dos principais festivais de piano dos Estados Unidos. Parte da missão do Gilmore é propor alternativas inovadoras para fomentar carreiras nesse mercado tão competitivo da música clássica. Dentre essas iniciativas, está o programa de Fellowship. Após uma seleção bastante rigorosa, tive a surpresa de ser um dos escolhidos para a edição inaugural desse programa. Lá, desenvolvemos projetos e ampliamos contatos com pessoas importantes no meio, além de convivermos proximamente com pianistas que admiramos.
Quando será lançado o material gravado com a obra de Dufourt?
Deverá estar nas principais plataformas digitais ainda este ano. Será lançada em um CD com a obra completa para piano de Dufourt. Em 2022, tive a oportunidade de trabalhar diretamente com o compositor francês Hugues Dufourt. Ele é importante figura na música dos séculos 20 e 21. Gravei Meeresstille, obra inspirada no poema de Goethe e na música de Debussy. Dufourt é uma mente brilhante, não só um músico importante, mas um filósofo respeitado. Além de assistir ao meu recital, ele participou de toda a sessão de gravação, o que por um lado é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade em traduzir com precisão tudo que ele imagina sobre a obra.
Recentemente você tocou na Cornell University, reconhecido centro de pesquisa em música clássica. Como foi essa experiência?
Em julho do ano passado, participei da Forte/Piano Academy na Cornell, onde há uma das maiores coleções de pianos históricos no mundo e grande centro de pesquisa. Pude tocar a música de Schubert em um piano original de 1825, igual ao do compositor. Também toquei Chopin em um piano feito em 1847. Essa apresentação foi parte da série de concertos de verão naquela universidade. Convivi com pianistas de vários países, todos com esse mesmo interesse por instrumentos antigos. Entre os pianistas estava Malcolm Bilson, pioneiro no movimento de pianos históricos. Quem quiser saber como soava um piano de Mozart pode ouvir as gravações desse pianista, são uma referência!
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