abc+

ECONOMIA

Pesquisa aponta cenário com consumidor mais cauteloso na hora das compras

Estudo divulgado pela Fecomércio-RS indica queda na intenção de consumo das famílias gaúchas

Taís Forgearini
Publicado em: 04/05/2023 às 09h:44 Última atualização: 06/03/2024 às 10h:52
Publicidade

A mais recente pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS) divulgada pela Fecomércio-RS aponta uma queda no indicador antecedente das vendas do comércio varejista e de serviços voltados às famílias. O resultado do levantamento atingiu 83,8 pontos.

Estela Abreu diz estar em busca de promoções



Estela Abreu diz estar em busca de promoções

Foto: PAULO PIRES/GES

A pontuação abaixo dos 100 pontos indica insatisfação dos consumidores. No cálculo são medidos sete indicadores: emprego atual, renda atual, nível de consumo, perspectiva profissional, perspectiva de consumo, acesso ao crédito e momento para adquirir bens duráveis.

Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Canoas, Éverton Netto, a carga de obrigações (contas de início de ano) e a instabilidade política foram os principais fatores que influenciaram para a queda de intenção de consumo.

“Passado o primeiro trimestre, a tendência é de maior otimismo no varejo. O consumidor mais contido é reflexo desse período mais turbulento de começo de ano em que tivemos troca de governo. Contudo, estamos esperançosos para o Dia das Mães”, ressalta Netto.

O quadro atual mostra que o consumidor deve continuar mantendo uma postura cautelosa. O economista e professor da Unilasalle, Moisés Waismann, explica que o aumento dos preços e a redução na renda são os principais fatores que impulsionam para que os consumidores estejam mais receosos na hora das compras.

“A diminuição da renda está diretamente ligada aos baixos salários, à inflação e à taxa de juros de 13,75%. As pessoas estão na expectativa que a ‘maré’ fique mais favorável, mas enquanto isso não ocorre, o cenário permanece de incertezas e a roda da economia não gira como deveria”, justifica.

Para o economista, o País vive uma incerteza política e econômica (em sequência) há quase uma década. “Quanto mais confusão, menos investimentos teremos. Os investidores estrangeiros não sentem segurança em um cenário instável. De modo geral, as pessoas têm comprado o mínimo”, pondera.

Waismann cita o momento pandêmico como um agravante. “A pandemia contribuiu para desorganizar ainda mais a situação dos brasileiros, que tiveram uma queda violenta de renda”, destaca.

A troca de estação e o Dia das Mães podem movimentar o comércio, em especial, de vestuário. “Existem sinais, ainda que tímidos, de que as coisas possam melhorar. Estamos acompanhando uma leve tendência de novas contratações.”

Troca de estação

Raphaela Zahran, gerente de uma loja de vestuário no Calçadão de Canoas, projeta um aumento de cerca de 10% nas vendas para o Dia das Mães. “Embora os clientes estejam segurando um pouco mais na hora das compras, a expectativa é positiva”, afirma.

A gerente diz que aguarda para que as temperaturas baixem mais. “A mudança de clima ajuda a impulsionar as vendas. As pessoas geralmente acabam precisando renovar pelo menos alguma peça do guarda-roupa. O setor infantil é o primeiro a ter mais saída porque as crianças crescem é precisam de roupas novas”, finaliza.

A dona de casa Estela Abreu, de 59 anos, conta que tem por hábito comprar peças de roupas da estação anterior. “As lojas costumam fazer queima de estoque, se pesquisar dá para conseguir bons descontos. Comprei roupas de verão, por exemplo, mais baratas agora no outono. é preciso garimpar por bons preços das roupas da estação atual”, detalha Estela.

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade