"Perdi tudo novamente": Enchente atinge casa de moradora que havia adquirido novos móveis e eletrodomésticos com Auxílio Reconstrução
Dona de casa, o marido e os três filhos só conseguiram sair de casa na manhã desta segunda-feira de barco
Última atualização: 17/06/2024 15:28
O sentimento de desespero tomou conta da moradora Tassiana da Silva, 35 anos, ao chegar no abrigo do Parque Centenário, em São Sebastião do Caí, na manhã desta segunda-feira (17). É que com a enchente que atingiu o município entre a noite de domingo (16) e esta manhã, ela perdeu novamente todos os móveis e eletrodomésticos.
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Apenas na semana passada a dona de casa havia conseguido reequipar o imóvel, que fica às margens do Rio Caí, no bairro Navegantes, com os R$ 5,1 mil pagos pelo Governo Federal através do programa Auxílio Reconstrução. “Tudo que comprei com esses R$ 5 mil ficou dentro de casa, vai tudo embora de novo”, afirma.
Desde domingo (16), a moradora aguardava um caminhão da prefeitura para retirar os objetos de casa. Contudo, sua vez não chegou e ela precisou abandonar o imóvel com os móveis recém adquiridos. Por volta das 10 horas desta segunda, Tassiana, o marido e três filhos saíram de casa, resgatados pelo Corpo de Bombeiros em um barco, apenas com a roupa do corpo e uma mochila, onde colocou documentos importantes.
Para não dizer que perdeu absolutamente tudo outra vez, ela afirma que conseguiu salvar duas TVs. “No mais, perdi tudo novamente, o dinheiro, os móveis, tudo. Se eu sonhasse com isso [nova enchente], teria ao menos guardado o dinheirinho para gastar com outras coisas”, disse.
A moradora destaca que recebeu a notícia de que é uma das famílias contempladas para receber o auxílio aluguel social, entretanto, até o momento, o auxílio não começou a ser pago pelo governo, o que a impede de procurar um novo lugar para morar.
Moradores e comerciantes do Centro agem preventivamente
Com a rápida elevação do nível do Rio Caí, nesta manhã, moradores e comerciantes da área central decidiram não esperar para iniciar a retirada de móveis e mercadorias de imóveis e estabelecimentos. “Nada de esperar para ver o que pode acontecer”, afirmou o pedreiro Rodrigo Fritsch, 39. Ele e amigos aproveitaram que a Rua Coronel Guimarães ainda estava seca para retirar geladeiras, colchões, entre outros objetos de uma casa localizada na esquina com a Rua Floriano Peixoto.
Perto dali, o dono de uma clínica geriátrica também enchia um caminhão com móveis e pertences dos idosos. Os pacientes já haviam sido levados para outro local em razão do risco de a água invadir o local.