Com uma caminhada e o som alegre da bandinha alemã, os moradores de Igrejinha reavivaram o Kerb da cidade no sábado (3). A festividade começou pelo cortejo entre a Igreja Gabriel, a qual foi a inspiração para o nome do município, até o Pavilhão Evangélico, onde o evento foi realizado.
Mesmo que Igrejinha seja reconhecida por sua Oktoberfest, o Kerb não ocorria há muitos anos. O resgate cultural, é devido ao bicentenário de imigração alemã. O evento é realizado em parceria entre a Associação de Amigos da Oktoberfest de Igrejinha (Amifest), a Igreja Gabriel e a prefeitura.
Com a aproximação da celebração dos 200 anos da chegada dos alemães na região, essa recuperação da tradição se tornou ainda mais essencial. “A retomada foi principalmente pela comemoração do bicentenário, que casa com o início da Igreja Evangélica de Confissão Luterana, somando também os 60 anos de emancipação da cidade”, explica Egon Delmar Wallauer, presidente da Associação de Amigos da Oktoberfest de Igrejinha.
A coordenadora das relações sociais da Oktoberfest, Raissa Mirella Schafer, explica que o Kerb é a festividade que deu início a toda a Oktoberfest de Igrejinha, sendo parte importante da cultura dos imigrantes. “Se comemorava com as famílias e amigos e com o passar dos anos deixou de existir. Depois vimos a importância de não perder essa cultura. A caminhada significa essa retomada e também celebra o aniversário da igreja que originou o nome da nossa cidade”, disse ela.
O prefeito de Igrejinha, Leandro Marciano Horlle, afirma que o Kerb irá se repetir nos próximos anos e que a administração municipal acredita ser um evento vital, devido a todo o contexto histórico e cultural. “O Kerb vem da comemoração do aniversário da igreja que deu o nome a cidade. Prendemos, sim, dar continuidade para este evento nos próximos anos, o município entrou como patrocinador”.
“Iva schön”
Quando questionada sobre uma expressão que define o Kerb de Igrejinha, a moradora Dolores hedi Kullmann, de 84 anos, disse “Iva schön”, que quer dizer, “muito bonito”, em alemão.
A aposentada se emociona ao recordar das festas de Kerb de antigamente. “Lembro de um Kerb que ficamos até as 6h30 dançando. Veio uma linha de ônibus, convidamos todas as pessoas que estavam no ônibus circular para descer, eles desceram e dançaram bandinha conosco, atrasamos o ônibus em mais de uma hora”.
Ela também conta que o Kerb era uma data especial para reunir familiares e amigos que vinham de todos os lugares.“No Kerb tínhamos quase que obrigação de fazer pelo menos dois vestidos novos, durava sábado, domingo, segunda e terça. Recebíamos visita de muitos parentes, a comida era toda feita em casa”.
A moradora de Porto Alegre, Sandra Elisabeth da Silva, de 77 anos, conta sobre o seu amor pelo município. “É muito emocionante ver o Kerb sendo retomado, eu nasci e me criei em Igrejinha. Sai para estudar, fazem mais de 60 anos que não moro aqui, mas o meu coração sempre foi daqui. Vim de Porto Alegre só para ver o Kerb, tenho resgatado mais as minhas raízes depois que me aposentei. Reencontrei minhas amigas de infância”, disse ela, com lágrimas de felicidade nos olhos.
Momento Oktoberfest e baile com Musical União movimentam a noite
A programação do Kerb, no sábado (03), iniciou às 14h30min, com o Culto na Igreja Gabriel. Após, cortejo acompanhado de banda até o pavilhão evangélico. A partir das 16 horas, iniciou programação no Espaço Sunset.
A entrada foi gratuita até às 19h30 e depois, teve um custo de 10 reais. Após este horário, ocorreu o jantar típico de Kerb. A festa seguiu com eletrônica e apresentações de Felipe e Maxwell, DJ Menegasso, Instinto Natural e DJ Mateus Farias. No espaço também tinham food trucks, espaço kids, chopeiras, bancos de pallets, ombrelones e banheiros.
O Momento Oktoberfest, a partir das 20 horas, contou com a participação das soberanas e o anúncio da campanha de marketing e divulgação da 35ª Oktoberfest de Igrejinha. O evento chegou ao final com a tradicional polonaise e o baile do Musical União.
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