Uma parte da Plataforma Marítima de Atlântida, em Xangri-lá, no litoral norte, foi reaberta neste sábado (21), uma semana após o desabamento. A queda ocorreu no dia 15 de outubro. Não houve feridos.
Os primeiros 70 metros da estrutura, desde a areia até o pedaço que avança sobre o mar chamado de Espigão, já estão liberados para os usuários. Atualmente, um tapume delimita até onde a população pode ter acesso.
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“Um sentimento de esperança”, foi o que o presidente da Associação dos Usuários da Plataforma Marítima de Atlântida (Asuplama), José Luiz Rabadan, disse ter sentido ao ver o trecho sendo reaberto. “A plataforma está viva e o que aconteceu não foi o fim dela”, afirmou.
O processo para a reabertura começou na última quarta-feira (18), quando a Asuplama conseguiu um laudo, feito pelo engenheiro responsável, que atestava a integridade do trecho.
O documento foi entregue ao Corpo de Bombeiros Militar de Capão da Canoa, unidade que atende Xangri-lá, que averiguiou o trecho e aprovou a reabertura. Segundo o comandante desta corporação, tenente Clenio de Melo Klein, após estes 70 metros, a plataforma continua interditada por poder apresentar riscos.
Mais liberações
A previsão da Asuplama é de que a Plataforma Marítima de Atlântida tenha mais trechos liberados, até cerca de 140 metros. De acordo com Rabadan, foi atestado pelo engenheiro que a área não oferece riscos.
O presidente da associação diz ainda que será construída uma barreira física definitiva que impeça a população de chegar até os pontos com problemas estruturais, assim que houver novas liberações. Entretanto, o tenente afirma que novos laudos ou pedidos de reabertura dos pontos interditados ainda não foram feitos ao Corpo de Bombeiros.
Reunião com o MPF
Na última sexta-feira (20), houve uma reunião entre o município de Xangri-lá, a Asuplama, o Ministério Público Federal (MPF), a Superintendência de Patrimônio da União no Estado (SPU/RS) e a Advocacia-Geral da União (AGU).
Outros órgãos participaram do encontro, como a Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (Fepam/RS), a Capitania dos Portos em Tramandaí e o Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
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Ficou decidido que o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que concederia à prefeitura a gestão patrimonial da plataforma, será feito após a elaboração de um laudo técnico que ateste as condições estruturais do píer por completo.
O documento será realizado através do Acordo de Cooperação Técnica com o Leme. Caso o laudo apresente que a estrutura está condenada, a prefeitura não irá aceitar o acordo e a plataforma será demolida, o que Rabadan afirma ser improvável. Em caso de cessão ao município, a participação da Asuplama depende do órgão.
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Atualmente, o local é patrimônio da União. A proposta de concessão vem sendo discutida pelas autoridades desde 2021. Segundo a associação, a mudança pode garantir e viabilizar recursos financeiros para a execução das obras de recuperação estrutural e sua manutenção.
Um dia antes do desabamento, em 14 de outubro, a prefeitura publicou uma nota afirmando que o investimento necessário para a revitalização é de R$ 5,7 milhões.