Pela primeira vez, Nova Santa Rita terá um padre ordenado no município. A ordenação presbiteral do nova-santarritense Danton Gabriel Pereira, de 27 anos, ocorre na noite de 26 maio a partir das 20 horas na Paróquia Santa Rita, localizada na Rua Juvenal Machado, 135 – Centro. Uma estrutura com telão será montada na praça da igreja para ampliar o número de lugares disponíveis para a cerimônia e missa.
Foto: PAULO PIRES/GES
Danton teve uma infância simples, quando criança queria colecionar figurinhas de jogadores de futebol, mas a família não tinha condições financeiras. “Um frei amigo dos meus pais andava sempre com santinhos religiosos no bolso. Toda vez que nos víamos ele me dava um diferente. Comecei a colecionar no lugar das figurinhas que não podia comprar. Os santos se tornaram personagens durante minhas brincadeiras”, recorda.
O jovem explica que a partir das imagens começou a se interessar e conhecer mais sobre as histórias dos canonizados.
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Chamado divino da fé
“O santo São José é um dos meus favoritos por causa da história de vida. Ele tinha uma família simples e era carpinteiro, meu pai e avô também são. A história dele me gera identificação”, destaca o diácono.
Na adolescência, Danton foi morar com uma tia para estudar e trabalhar em Porto Alegre. “Terminei o ensino fundamental e fiz o médio na capital. Meu primeiro emprego foi aos 14 anos, como jovem aprendiz na função administrativa de uma empresa de logística”, relembra.
Danton revela que a “virada de chave” ocorreu ainda na adolescência. “Quando morava com meus pais, aos domingos, íamos na missa. Minha tia, embora também católica, não tinha esse hábito. Com o passar do tempo, comecei a sentir um vazio, mesmo estudando e trabalhando a sensação que faltava algo era recorrente. Até que um dia entrei na Catedral em frente à Praça da Matriz. Lá conheci muitos padres, freiras e seminaristas. Recebi o convite para ajudar na missa, me encontrei na fé.”
Auxílio dos encontros vocacionais
Danton frequentou os encontros vocacionais na igreja durante três anos. “Foi quando percebi de forma definitiva que queria ser padre. Na época, precisava decidir se faria o curso que tinha passado via Enem, de engenharia da aviação, ou se seguiria a missão de Deus, de levar a palavra para as pessoas. Terminei o namoro que tinha. Decidi seguir a vida religiosa”, conta.
Dedicação aos estudos, estágio em paróquias, ordenação e devoção
Danton fez três anos de filosofia e quatro anos de teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). “A formação faz parte do que chamamos de seminário. Ao todo, são quase dez anos. Depois do término dos cursos fazemos o equivalente a um estágio. Vamos nas paróquias para colocar em prática o que aprendemos e vivenciar a rotina de padre”, explica.
O nova-santarritense foi seminarista estagiário em três paróquias, entre os anos de 2021 e 2022, no Santuário São Cristóvão (Canoas), na paróquia Senhor Bom Jesus (Porto Alegre) e na paróquia Santa Edwiges (Alvorada).
Em novembro do ano passado, Danton foi ordenado diácono. “É o sacramento da ordem, o diaconato é o primeiro grau para ser padre. Varia de seis meses a dois anos. No meu caso, fiz seis e já estou apto para receber a ordenação presbiteral”, explica.
Danton atua como diácono nas paróquias Santa Rosa de Lima e Divina Misericórdia, em Porto Alegre. Ele diz que não sabe para qual igreja será enviado depois de ordenado. “A única coisa que sei com certeza é que não será aqui em Nova Santa Rita. Não podemos desempenhar o trabalho no local de origem, não poderia atuar na paróquia Santa Rita, não seria ético”, enfatiza. “Podem me realocar para qualquer igreja da região metropolitana. Ou até mesmo para alguma missão fora do País. Estou muito ansioso e feliz. Minha vida toda está ligada ao catolicismo”, finaliza.