A Paquetá Calçados, com sede em Sapiranga, teve o processo de recuperação judicial encerrado no último sábado (11) com a publicação da decisão do juiz Alexandre Kosby Boeira. No entanto, a decisão não significa que a situação econômica da empresa foi estabilizada.
A recuperação judicial do Grupo Paquetá começou em 2019, com dívida de R$ 428 milhões e mais de 12 mil credores. A definição do último sábado (11) ocorreu pelo aporte de R$ 7,373 milhões, após determinação judicial que determinou o pagamento sob pena de ser decretada a falência da empresa, o que foi requerido por credores.
Como o valor cobre apenas os débitos com vencimento de até dois anos após o início da recuperação judicial, o que aconteceu em agosto deste ano, os credores poderão pedir execução de outras dívidas e até mesmo pedido de falência. É o que explica o escritório Brizola e Japur Administração Judicial, que atua na administração judicial (fiscal nomeada pelo Juiz).
O administrador judicial Rafael Brizola Marques, representante do escritório jurídico enviou ao Grupo Sinos nesta segunda-feira (13), a nota oficial sobre o processo de recuperação judicial da Paquetá Calçados.
“A Brizola e Japur Administração Judicial atestou o cumprimento das obrigações apontadas pelo Juízo da Vara Regional Empresarial de Novo Hamburgo como indispensáveis ao encerramento do período de fiscalização. Com isso, sobreveio a sentença encerrando a Recuperação Judicial. O encerramento não significa que a empresa cumpriu com todas as obrigações previstas no seu plano de recuperação, mas apenas aquelas com vencimento em até dois anos da concessão do regime. Após o encerramento, em caso de descumprimento, os credores poderão requerer a execução específica da obrigação descumprida ou mesmo ajuizar pedido de falência”, diz a nota.
O Grupo Paquetá ainda não se manifestou sobre o assunto.
Venda de lojas
O plano de recuperação incluiu a venda de 63 lojas das marcas Paquetá, Paquetá Esportes e Gaston para o Grupo Oscar, de São Paulo. A varejista paulista arrematou em leilão, com lance de R$ 90 milhões, lojas nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina – divididas em 29 lojas Paquetá, 28 lojas Gaston e seis lojas Paquetá Esportes.
Situação em Sapiranga
Ao longo do ano a fábrica de Sapiranga atrasou os salários diversas vezes, assim como o pagamento de indenizações a ex-funcionários. Segundo o sindicato que representa a categoria no município, cerca de 300 categorias seguem afastados de suas funções com previsão de retorno no próximo dia 20.
Conforme o residente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região, Júlio Cavalheiro Neto, a empresa se reunirá com a entidade para novas definições a partir desta segunda-feira (13).
Também há atrasos em pagamentos na fábrica da empresa que fica no Ceará.
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