Ivoti realiza neste domingo (26), a penúltima edição do ano da Feira da Colônia Japonesa. E além das delícias gastronômicas, o espaço conta com atrações que evidenciam a cultura japonesa. Entre elas está a oficina de origami. A aula é ministrada por Hideki Murata na Escola de Língua Japonesa.
“Na aula deste domingo (26), fizemos uma caixinha em dois formatos. Qualquer pessoa pode participar da oficina. Vou acompanhando e auxiliando passo a passo”, conta Murata, que junto com a esposa Miyuki Murata representa a Yakami Origami.
Hideki explica que a arte milenar utiliza, geralmente, um papel quadrado de 15 centímetros por 15 centímetros e de gramatura fina, com 60 gramas.
“O papel ele tem um padrão e isso é para facilitar a dobra. O origami é uma técnica de dobradura, mas ao mesmo tempo uma brincadeira e, no nosso caso, a oficina é sinônimo de encontro. Tem gente que participa de todas, como uma professora, por exemplo, que vem para aprender e ensinar aos seus alunos”, diz.
A técnica, segundo Hideki, aguça a motricidade fina e também ajuda a amenizar a ansiedade.
Já o artesão Igor Hatanda, utiliza a técnica japonesa takezaiku. “Take é bambu e zaiku é ofício, trabalho. Nesta técnica eu extraio a casca do bambu e quando tenho centenas, milhares de tiras começo a trançar a peça. O cesto, por exemplo, levei semanas para fazer. Peças conceituais levam mais tempo e, por isso, são mais caras”, diz.
Hatanda aprendeu a arte quando morou no Japão. “Me formei em Desenho Industrial no Brasil, mas percebi que minha habilidade não era em escritório, mas com as mãos. A partir de 2012, comecei a aplicar a técnica e fui aprendendo cada vez mais”, explica o artesão que ganhou em 2023, o primeiro lugar no prêmio Bunkyo.
“O Bunkyo cuida de todas as questões culturais e artísticas relacionadas ao Japão em São Paulo. Me inscrevi no edital, passei por todas as etapas e ganhei. São poucos no Brasil que utilizam a takezaiku. Nesta técnica japonesa fica tudo muito bem finalizado e de uma forma agradável, que não machuca. A estética tem muito gabarito, é tudo muito simétrico.”
A feira
A penúltima edição segue até às 17 horas deste domingo (26) e a última edição do ano já tem data, será no dia 17 de dezembro.
O evento de Ivoti recebe visitantes de diversas cidades. A excursão guiada por Neuza Lúcia Costa,60, saiu de Osório rumo à Ivoti no começo da manhã. “Os clientes gostam muito de novidades. Tenho uma colega que veio com a família conhecer Ivoti e me indicou. Coloquei nas redes da nossa agência e teve adesão rápida. Viemos ficar o dia todo, vamos também ao Núcleo de Casas Enxaimel”, comenta.
O grupo visitou todos os espaços, entre eles o Memorial da Colônia Japonesa. “Achei muito lindo, é ótimo conhecer outras culturas”, relata a faxineira aposentada Oremir Marques, 76, que é moradora de Osório.
A visita ao Memorial foi conduzida pelo sociólogo e membro da organização cultural, Marco Ushida. “Uma das novidades é o mural de fotos com todas as atividades que envolvem a colônia japonesa no Rio Grande do Sul”, destaca Ushida.
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