CRIPTOMOEDAS
Operadora de moedas virtuais furtou R$ 900 mil em energia
Hamburguense dono do negócio em Morro Reuter pagou R$ 10 mil de fiança e foi solto
Última atualização: 19/06/2024 17:37
Desde que passou a operar com moedas virtuais em discreta chácara no interior de Morro Reuter, em fevereiro do ano passado, um empresário de Novo Hamburgo furtou R$ 900 mil em energia elétrica. O laudo da RGE saiu na tarde de quarta-feira (2). Pela manhã, o dono do negócio pagou R$ 10 mil de fiança, estipulada pelo Judiciário, e foi solto. Ele tinha sido preso em flagrante na segunda-feira. O nome não é informado por conta da Lei de Abuso de Autoridade.
"Como a atividade exige vários computadores ligados 24 horas, só seria economicamente viável com a subtração de energia elétrica", observa o delegado de Dois Irmãos e Morro Reuter, Felipe Borba. A operação Krypto, que desbaratou o esquema, é inédita no Estado. Prendeu o empresário por furto qualificado, sem direito à fiança. O juiz de plantão na região, no entanto, estipulou o valor para soltura, que foi pago, e o indiciado foi para casa após uma noite no xadrez da Central de Polícia de Novo Hamburgo. Ele não tinha antecedentes criminais.
Entenda o que é mineração de criptomoeda e como funciona este mercado de investimento
Alta tensão
Profissional da área de informática, o acusado já teve provedor de Internet no Vale do Sinos. "Possui empresas de diversos ramos. A principal no setor industrial", comenta o delegado. No momento, os negócios funcionam também em Campo Bom e Dois Irmãos.
A estrutura em Morro Reuter surpreendeu os agentes. Encontraram um prédio rústico na localidade de Linha Cristo Rei, onde estava escondido o transformador que recebia a rede de alta tensão desviada da rua. Era praticamente uma subestação de energia, com complexo sistema de cabeamento, que espantou também os técnicos da RGE. "Comentaram que somente o transformador custa em torno de R$ 100 mil." Ou seja, o popular "gato", porém mais sofisticado.
A análise dos computadores, conforme o delegado, pode levar a uma rede criminosa que se vale da Internet não rastreável para fazer transações financeiras. “Não descartamos a identificação de organizações que lavam dinheiro e sejam remuneradas por criptomoedas, pela dificuldade de monitoramento.” A navegação seria pela deep web, a Internet profunda, onde está a dark web, a Internet sombria. Há indícios, segundo Borba, de que máquinas eram vendidas para outros garimpadores, conhecidos como traders, que podem estar exercendo a atividade de forma legal ou ilegal.
O delegado conta que a Polícia recebeu denúncia no fim do ano passado. "Os moradores reclamavam das constantes quedas de luz e associavam ao que funcionava naquela chácara, mesmo sem saber do que se tratava. Também achavam estranho o que acontecia ali." Mesmo com paredes acústicas, o ruído contínuo intrigava a vizinhança, que não tinha conhecimento que era de computadores. "O primeiro passo foi analisar quem teria vínculo com o endereço e identificamos o proprietário. Durante as investigações, chamou a atenção o fato de terem sido contratadas duas empresas de Internet para prestar o serviço naquele local", conta Borba.
A atividade desvendada no bunker é conhecida como mineradora de criptomoedas, principalmente Bitcoins. Não é ilegal e sequer exige alvará. “Não precisaria de autorização municipal. A legislação no Brasil não proíbe. Qualquer pessoa com um computador em casa consegue”, explica Borba. Ele reitera que a necessidade maior é de energia elétrica. “E demanda muito. Através do programa, os computadores vão monitorando de forma ininterrupta. Pelo custo da energia no Brasil, não seria atrativo operar com estrutura desse tamanho. A investigação exigiu pesquisas e estudos, pelas quais esclarecemos que a mineração de criptomoedas, apesar de lícita, acaba associada à prática de furto de energia."
A construção ocultava um bunker, espécie de fortaleza subterrânea, com dezenas de computadores ligados. Eram 106, avaliados em R$ 1 milhão, que foram apreendidos. As paredes eram forradas com material acústico. Na propriedade, apenas o chacareiro foi preso. Estava em uma casa ao lado, com um revólver calibre 38 municiado. Indiciado por posse irregular de arma de fogo, pagou fiança de R$ 4 mil e foi solto. "Já o dono da propriedade e da empresa clandestina de moedas virtuais prendemos em Campo Bom."
Empresário confessou e há mais investigados
De acordo com o delegado, o empresário foi interrogado e confessou. "Em síntese, disse que tinha consciência do furto de energia. Confirmou que recebeu proposta e aceitou a ligação clandestina. Também declarou que sabia do risco de ser descoberto, mas resolveu arriscar." Borba revela que a Operação Krypto ainda apura quem executou o serviço técnico e outros possíveis beneficiados. "Certamente não foi o indiciado quem puxou a fiação diretamente do poste e a fez passar pelo transformador para chegar às máquinas."
Especialista explica o negócio
Dono de empresa de investimentos, o empresário André Luis Momberger explica que mineração de criptomoeda é um sistema que cria o enfileiramento de dados, chamado de blockchain. "Na medida em que você vai minerando, vai criando esses códigos que geram os blocos, que garantem a segurança das criptomoedas. É um processo bastante complexo de se fazer. Precisa de muitas máquinas e de uma quantidade bizarra de energia." Pelo custo do serviço, conforme ele, o negócio não é atrativo no Brasil. "Há muitas mineradoras se transferindo para o Paraguai e outros países onde a energia é mais barata. Há casos de mineradoras colocando máquinas debaixo do oceano para que haja resfriamento mais rápido das máquinas e elas consumam menos energia."
Investigação pode levar a rede secreta de crimes
A análise dos computadores, conforme o delegado, pode levar a uma rede criminosa que se vale da Internet não rastreável para fazer transações financeiras. “Não descartamos a identificação de organizações que lavam dinheiro e sejam remuneradas por criptomoedas, pela dificuldade de monitoramento.” A navegação seria pela deep web, a Internet profunda, onde está a dark web, a Internet sombria. Há indícios, segundo Borba, de que máquinas eram vendidas para outros garimpadores, conhecidos como traders, que podem estar exercendo a atividade de forma legal ou ilegal.
Vizinhos reclamavam das quedas de luz
É uma mineradora de dinheiro na Internet
A atividade desvendada no bunker é conhecida como mineradora de criptomoedas, principalmente Bitcoins. Não é ilegal e sequer exige alvará. “Não precisaria de autorização municipal. A legislação no Brasil não proíbe. Qualquer pessoa com um computador em casa consegue”, explica Borba. Ele reitera que a necessidade maior é de energia elétrica. “E demanda muito. Através do programa, os computadores vão monitorando de forma ininterrupta. Pelo custo da energia no Brasil, não seria atrativo operar com estrutura desse tamanho. A investigação exigiu pesquisas e estudos, pelas quais esclarecemos que a mineração de criptomoedas, apesar de lícita, acaba associada à prática de furto de energia.”
Era um bunker com 106 computadores
A construção ocultava um bunker, espécie de fortaleza subterrânea, com dezenas de computadores ligados. Eram 106, avaliados em R$ 1 milhão, que foram apreendidos. As paredes eram forradas com material acústico. Na propriedade, apenas o chacareiro foi preso. Estava em uma casa ao lado, com um revólver calibre 38 municiado. Indiciado por posse irregular de arma de fogo, pagou fiança de R$ 4 mil e foi solto. "Já o dono da propriedade e da empresa clandestina de moedas virtuais prendemos em Campo Bom."
Empresário confessou e há mais investigados
De acordo com o delegado, o empresário foi interrogado e confessou. "Em síntese, disse que tinha consciência do furto de energia. Confirmou que recebeu proposta e aceitou a ligação clandestina. Também declarou que sabia do risco de ser descoberto, mas resolveu arriscar." Borba revela que a Operação Krypto ainda apura quem executou o serviço técnico e outros possíveis beneficiados. "Certamente não foi o indiciado quem puxou a fiação diretamente do poste e a fez passar pelo transformador para chegar às máquinas."
Especialista explica o negócio
Dono de empresa de investimentos, o empresário André Luis Momberger explica que mineração de criptomoeda é um sistema que cria o enfileiramento de dados, chamado de blockchain. "Na medida em que você vai minerando, vai criando esses códigos que geram os blocos, que garantem a segurança das criptomoedas. É um processo bastante complexo de se fazer. Precisa de muitas máquinas e de uma quantidade bizarra de energia." Pelo custo do serviço, conforme ele, o negócio não é atrativo no Brasil. "Há muitas mineradoras se transferindo para o Paraguai e outros países onde a energia é mais barata. Há casos de mineradoras colocando máquinas debaixo do oceano para que haja resfriamento mais rápido das máquinas e elas consumam menos energia."
Desde que passou a operar com moedas virtuais em discreta chácara no interior de Morro Reuter, em fevereiro do ano passado, um empresário de Novo Hamburgo furtou R$ 900 mil em energia elétrica. O laudo da RGE saiu na tarde de quarta-feira (2). Pela manhã, o dono do negócio pagou R$ 10 mil de fiança, estipulada pelo Judiciário, e foi solto. Ele tinha sido preso em flagrante na segunda-feira. O nome não é informado por conta da Lei de Abuso de Autoridade.
"Como a atividade exige vários computadores ligados 24 horas, só seria economicamente viável com a subtração de energia elétrica", observa o delegado de Dois Irmãos e Morro Reuter, Felipe Borba. A operação Krypto, que desbaratou o esquema, é inédita no Estado. Prendeu o empresário por furto qualificado, sem direito à fiança. O juiz de plantão na região, no entanto, estipulou o valor para soltura, que foi pago, e o indiciado foi para casa após uma noite no xadrez da Central de Polícia de Novo Hamburgo. Ele não tinha antecedentes criminais.
Entenda o que é mineração de criptomoeda e como funciona este mercado de investimento
Alta tensão
Profissional da área de informática, o acusado já teve provedor de Internet no Vale do Sinos. "Possui empresas de diversos ramos. A principal no setor industrial", comenta o delegado. No momento, os negócios funcionam também em Campo Bom e Dois Irmãos.
A estrutura em Morro Reuter surpreendeu os agentes. Encontraram um prédio rústico na localidade de Linha Cristo Rei, onde estava escondido o transformador que recebia a rede de alta tensão desviada da rua. Era praticamente uma subestação de energia, com complexo sistema de cabeamento, que espantou também os técnicos da RGE. "Comentaram que somente o transformador custa em torno de R$ 100 mil." Ou seja, o popular "gato", porém mais sofisticado.
A análise dos computadores, conforme o delegado, pode levar a uma rede criminosa que se vale da Internet não rastreável para fazer transações financeiras. “Não descartamos a identificação de organizações que lavam dinheiro e sejam remuneradas por criptomoedas, pela dificuldade de monitoramento.” A navegação seria pela deep web, a Internet profunda, onde está a dark web, a Internet sombria. Há indícios, segundo Borba, de que máquinas eram vendidas para outros garimpadores, conhecidos como traders, que podem estar exercendo a atividade de forma legal ou ilegal.
O delegado conta que a Polícia recebeu denúncia no fim do ano passado. "Os moradores reclamavam das constantes quedas de luz e associavam ao que funcionava naquela chácara, mesmo sem saber do que se tratava. Também achavam estranho o que acontecia ali." Mesmo com paredes acústicas, o ruído contínuo intrigava a vizinhança, que não tinha conhecimento que era de computadores. "O primeiro passo foi analisar quem teria vínculo com o endereço e identificamos o proprietário. Durante as investigações, chamou a atenção o fato de terem sido contratadas duas empresas de Internet para prestar o serviço naquele local", conta Borba.
A atividade desvendada no bunker é conhecida como mineradora de criptomoedas, principalmente Bitcoins. Não é ilegal e sequer exige alvará. “Não precisaria de autorização municipal. A legislação no Brasil não proíbe. Qualquer pessoa com um computador em casa consegue”, explica Borba. Ele reitera que a necessidade maior é de energia elétrica. “E demanda muito. Através do programa, os computadores vão monitorando de forma ininterrupta. Pelo custo da energia no Brasil, não seria atrativo operar com estrutura desse tamanho. A investigação exigiu pesquisas e estudos, pelas quais esclarecemos que a mineração de criptomoedas, apesar de lícita, acaba associada à prática de furto de energia."
A construção ocultava um bunker, espécie de fortaleza subterrânea, com dezenas de computadores ligados. Eram 106, avaliados em R$ 1 milhão, que foram apreendidos. As paredes eram forradas com material acústico. Na propriedade, apenas o chacareiro foi preso. Estava em uma casa ao lado, com um revólver calibre 38 municiado. Indiciado por posse irregular de arma de fogo, pagou fiança de R$ 4 mil e foi solto. "Já o dono da propriedade e da empresa clandestina de moedas virtuais prendemos em Campo Bom."
Empresário confessou e há mais investigados
De acordo com o delegado, o empresário foi interrogado e confessou. "Em síntese, disse que tinha consciência do furto de energia. Confirmou que recebeu proposta e aceitou a ligação clandestina. Também declarou que sabia do risco de ser descoberto, mas resolveu arriscar." Borba revela que a Operação Krypto ainda apura quem executou o serviço técnico e outros possíveis beneficiados. "Certamente não foi o indiciado quem puxou a fiação diretamente do poste e a fez passar pelo transformador para chegar às máquinas."
Especialista explica o negócio
Dono de empresa de investimentos, o empresário André Luis Momberger explica que mineração de criptomoeda é um sistema que cria o enfileiramento de dados, chamado de blockchain. "Na medida em que você vai minerando, vai criando esses códigos que geram os blocos, que garantem a segurança das criptomoedas. É um processo bastante complexo de se fazer. Precisa de muitas máquinas e de uma quantidade bizarra de energia." Pelo custo do serviço, conforme ele, o negócio não é atrativo no Brasil. "Há muitas mineradoras se transferindo para o Paraguai e outros países onde a energia é mais barata. Há casos de mineradoras colocando máquinas debaixo do oceano para que haja resfriamento mais rápido das máquinas e elas consumam menos energia."
Investigação pode levar a rede secreta de crimes
A análise dos computadores, conforme o delegado, pode levar a uma rede criminosa que se vale da Internet não rastreável para fazer transações financeiras. “Não descartamos a identificação de organizações que lavam dinheiro e sejam remuneradas por criptomoedas, pela dificuldade de monitoramento.” A navegação seria pela deep web, a Internet profunda, onde está a dark web, a Internet sombria. Há indícios, segundo Borba, de que máquinas eram vendidas para outros garimpadores, conhecidos como traders, que podem estar exercendo a atividade de forma legal ou ilegal.
Vizinhos reclamavam das quedas de luz
É uma mineradora de dinheiro na Internet
A atividade desvendada no bunker é conhecida como mineradora de criptomoedas, principalmente Bitcoins. Não é ilegal e sequer exige alvará. “Não precisaria de autorização municipal. A legislação no Brasil não proíbe. Qualquer pessoa com um computador em casa consegue”, explica Borba. Ele reitera que a necessidade maior é de energia elétrica. “E demanda muito. Através do programa, os computadores vão monitorando de forma ininterrupta. Pelo custo da energia no Brasil, não seria atrativo operar com estrutura desse tamanho. A investigação exigiu pesquisas e estudos, pelas quais esclarecemos que a mineração de criptomoedas, apesar de lícita, acaba associada à prática de furto de energia.”
Era um bunker com 106 computadores
A construção ocultava um bunker, espécie de fortaleza subterrânea, com dezenas de computadores ligados. Eram 106, avaliados em R$ 1 milhão, que foram apreendidos. As paredes eram forradas com material acústico. Na propriedade, apenas o chacareiro foi preso. Estava em uma casa ao lado, com um revólver calibre 38 municiado. Indiciado por posse irregular de arma de fogo, pagou fiança de R$ 4 mil e foi solto. "Já o dono da propriedade e da empresa clandestina de moedas virtuais prendemos em Campo Bom."
Empresário confessou e há mais investigados
De acordo com o delegado, o empresário foi interrogado e confessou. "Em síntese, disse que tinha consciência do furto de energia. Confirmou que recebeu proposta e aceitou a ligação clandestina. Também declarou que sabia do risco de ser descoberto, mas resolveu arriscar." Borba revela que a Operação Krypto ainda apura quem executou o serviço técnico e outros possíveis beneficiados. "Certamente não foi o indiciado quem puxou a fiação diretamente do poste e a fez passar pelo transformador para chegar às máquinas."
Especialista explica o negócio
Dono de empresa de investimentos, o empresário André Luis Momberger explica que mineração de criptomoeda é um sistema que cria o enfileiramento de dados, chamado de blockchain. "Na medida em que você vai minerando, vai criando esses códigos que geram os blocos, que garantem a segurança das criptomoedas. É um processo bastante complexo de se fazer. Precisa de muitas máquinas e de uma quantidade bizarra de energia." Pelo custo do serviço, conforme ele, o negócio não é atrativo no Brasil. "Há muitas mineradoras se transferindo para o Paraguai e outros países onde a energia é mais barata. Há casos de mineradoras colocando máquinas debaixo do oceano para que haja resfriamento mais rápido das máquinas e elas consumam menos energia."
"Como a atividade exige vários computadores ligados 24 horas, só seria economicamente viável com a subtração de energia elétrica", observa o delegado de Dois Irmãos e Morro Reuter, Felipe Borba. A operação Krypto, que desbaratou o esquema, é inédita no Estado. Prendeu o empresário por furto qualificado, sem direito à fiança. O juiz de plantão na região, no entanto, estipulou o valor para soltura, que foi pago, e o indiciado foi para casa após uma noite no xadrez da Central de Polícia de Novo Hamburgo. Ele não tinha antecedentes criminais.