Quase um mês depois do afastamento do prefeito de Cachoeira do Sul, José Otávio Germano (PP), mais cinco secretários municipais e três assessores de gabinete no âmbito da Operação Fandango, a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul levantou o sigilo de parte da investigação.
QUEM ASSUME A PREFEITURA DURANTE O AFASTAMENTO DE JOSÉ OTÁVIO GERMANO?
Com isso, novos detalhes da investigação. Segundo o MP, Germano teria montado “um escritório do crime dentro da prefeitura, com uma rede de assessores que tinha como objetivo levantar recursos para sustentar suas despesas pessoais e até mesmo orgias em sua casa”. No dia da operação, policiais e promotores encontraram cocaína no quarto de Germano.
Segundo o MP, haveria na prefeitura de Cachoeira do Sul um esquema de recebimento de propina, desvio de combustível – diesel da prefeitura era revendido a terceiros por cerca de R$ 25 mil mensais –, direcionamento de licitações e uso indevido da máquina pública.
Diz a investigação que “o chefe do Executivo montou uma estrutura formada por servidores, empresários e agentes privados para atendimento de seus interesses pessoais, como pagamento das mais diversas despesas”.
Entre as despesas, lista o Ministério Público, estão alimentação, reparo de veículos, pagamento de prostitutas e realização de festas privadas. A partir da quebra de sigilo telefônico e de mensagens o MP flagrou, por exemplo, o prefeito afastado pedindo a um assessor que dobrasse a quantidade de sushi e comprasse determinada marca de uísque para ele e suas convidadas. Também pedia remédio para disfunção erétil.
Em outra gravação, em um fim de madrugada Germano convida um assessor para ir a sua casa, onde estaria com duas mulheres. O assessor se recusa e Germano responde que “já resolve” se receber um Pix de “500 pila”. Em outra escuta o prefeito afastado conversa com uma mulher dizendo que gostaria de fazer um desfile em sua casa, sugerindo que ela vá e leve amigas.
LEIA TAMBÉM