O movimento de diversas máquinas e trabalhadores na Avenida Mauá, entre os bairros Rio dos Sinos e Santos Dumont, próximo à Ponte Ingá – a ponte viária que fica junto à linha da Trensurb -, tem chamado a atenção de quem passa frequentemente pelo trecho. Mas, quem observa o andamento dos trabalhos talvez nem imagine a importância que a série de intervenções realizada sob os trilhos têm e os benefícios que pode trazer para uma grande parcela dos leopoldenses.
Trata-se da instalação de uma nova adutora na Região Nordeste de São Leopoldo, obra de responsabilidade do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) e, que, depois de concluída, deve beneficiar diretamente cerca de 100 mil leopoldenses, além de garantir o abastecimento das regiões Norte e Nordeste pelos próximos 30 anos, segundo a autarquia.
Não destrutivo
A obra tem três etapas no total. Nesta fase inicial, são três quilômetros de tubulação instalada pelo MND (Método Não Destrutivo), que passa na extensão da Avenida Mauá, do bairro Rio dos Sinos, até o bairro Santos Dumont, na altura da Rua Leopoldo Wasun.
Diretor-geral do Semae, Maurício Miorim explicou que, pelo método, as equipes escavam em pontos específicos onde devem passar os canos, não precisando fazer grandes buracos, o que facilita o andamento e evita transtornos. Na região atual da obra, segundo Miorim, serão oito pontos de distribuição na avenida, quatro para o lado do bairro Santos Dumont e outros quatro para o lado do bairro Rio dos Sinos.
Até um ano
“Essa região sofre muito com baixa pressão da água e desabastecimento. Ela é abastecida por um reservatório da Scharlau. No momento que estiver pronta vamos conseguir proporcionar melhor abastecimento, além de termos melhor controle de perdas”, disse o diretor, destacando que já com a conclusão desta primeira parte, parte dos problemas de desabastecimento da região deve ser resolvido.
Conforme Miorim, a obra foi iniciada em fevereiro. A previsão contratual é de até um ano para a conclusão da primeira parte. “Mas pelo ritmo, temos quase certeza que conseguiremos entregar antes”, estima o diretor-geral.
Seis quilômetros de extensão
A adutora Nordeste está sendo construída com tubos PEAD de 450 milímetros (mm) a 280mm, material de polietileno de alta densidade. A extensão da estrutura, após todas as etapas da obra, será de seis quilômetros, saindo da Estação de Tratamento de Água Imperatriz Leopoldina (ETA-2), passando pela Avenida Mauá e chegando até o limite com Novo Hamburgo.
Abastecimento de grande parte da cidade
O diretor-geral também falou sobre a importância da obra para a cidade a médio e longo prazo. “Para se ter uma ideia do tamanho dela, a garantia de abastecimento de grande parte da cidade está ali”, ressaltou Miorim. “Nós vivemos o passado, estamos no presente trazendo essa preocupação com o Município em garantir o abastecimento, e, com essa obra, vislumbramos o futuro”, acrescentou.
Durante vistoria ao local, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi lembrou que a obra já vinha sendo projetada há algum tempo e mencionou outras melhorias realizadas pensando na comunidade. “Essa obra é estratégica nesta região. Nós calçamos a maioria das ruas destes bairros, mas faltava essa segurança à população de ter água todos os dias em suas casas. Estamos cumprindo esse compromisso com a comunidade. O bairro, hoje, tem novos comércios, empresas, e está cada vez mais estruturado.”
Investimento de cerca de R$ 46 milhões
De acordo com Miorim, a primeira etapa tem investimento de R$ 8,4 milhões, recurso 100% financiado pela Caixa. A segunda etapa da obra abrange a extensão da Estação de Tratamento de Água (ETA) 2, na Avenida Imperatriz Leopoldina, até a ETA 1, que fica no bairro São José. Já na terceira fase, será realizada a interligação da etapa 1 com a etapa 2, após a construção da rede e da travessia sobre o Rio dos Sinos.
Não há prazo específico para o início da segunda fase da adutora, mas Miorim salienta que o projeto já está sendo encaminhado para a aprovação da Caixa. No total, a previsão é de que cerca de R$ 46 milhões sejam investidos nas três etapas da obra, parte de financiamento e outra parte de recursos próprios.
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