O que falta para o turismo na região voltar a crescer? Encontro debate sobre importância da mobilidade

Nova Petrópolis foi palco do Encontro do Ecossistema de Turismo, evento promovido pela Sicredi Pioneira na tarde desta segunda-feira (9), com foco no desenvolvimento sustentável e inovador do turismo nas regiões da Serra e do Vale do Sinos. Reunindo representantes de entidades públicas e privadas, o evento destacou a importância da articulação entre municípios para fortalecer o setor turístico, que é uma das bases da economia local.

O gerente de Relacionamento da Sicredi Pioneira, Daniel Hillebrand, destacou os avanços proporcionados por essa iniciativa, realizada anualmente desde 2017. “Nosso trabalho tem sido direcionado para unir os municípios no fomento ao turismo, em colaboração com o Sebrae Serra e Sebrae Sinos. Iniciativas como planos municipais de turismo, conselhos e governanças regionais, além de agendas que promovem o diálogo e o planejamento, são fundamentais para o sucesso dessa jornada.”

Solon Sthal, diretor executivo da Sicredi Pioneira, abordou a visão do cooperativismo como um exemplo de ecossistema integrado e enfatizou a importância do turismo para o desenvolvimento local. “O cooperativismo sempre envolverá pessoas cuidando de pessoas. A nossa missão vai além de marketing ou frases de efeito, é efetivamente construir comunidades melhores. O turismo, especialmente em nossa região, depende do meio ambiente e da colaboração entre os diversos agentes do setor. Para manter sua relevância, o turismo da Serra Gaúcha precisa ser inovador, criativo e acreditar no poder do ecossistema colaborativo”, afirmou.

Paola Schommer Benevenuto, assessora de Turismo da Sicredi Pioneira, explicou a estratégia da cooperativa de fortalecer o ecossistema regional de turismo. “Nosso foco é conectar cidades como Caxias do Sul, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Vale Real e Alto Feliz, entre tantas outras, promovendo a criação de roteiros e experiências turísticas únicas, como o Núcleo de Caxias, o Vale Germânico, a Rota Romântica e Galópolis”, detalhou.

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O encontro destacou a situação das conexões aéreas e terrestres com as regiões, que foram muito prejudicadas nas chuvas de 2024. Representante da Infraero e também do Dnit apresentaram relatórios sobre obras e melhorias.

Conexões terrestres em processo de recuperação

Conforme Daniel Bencke, chefe unidade local do Dnit em Vacaria, as obras ao longo da BR116, desde Picada Café até Caxias do Sul devem ter andamento acelerado a partir de 2025. Ele pontua as obras do Lote 2, de Galópolis, em Caxias do Sul, até a ponte sobre o rio Caí, em Vila Cristina, estão na fase de projetos que tem previsão de duração de 4 meses. “Quantidade de pontos [de obras] é muito grande. A ideia é ir aprovando os projetos paulatinamente, mas começar obras menos complexas o quanto antes.”

Sobre o lote 3, que corresponde ao trecho de Vila Cristina até Nova Petrópolis, a situação é a mesma, com contratação de projetos recém-formalizada. Becke afirma que a quantidade de pontos de intervenções é menor e por isso a ideia é começar antes. “O gargalo das obras são os projetos, que precisam ser aprovados antes de começar a trabalhar”, avalia, apontando que superada essa fase, as obras devem avançar mais rapidamente.

Sobre o trecho entre Nova Petrópolis e Picada Café, o gestor explicou que o contrato que está vigente onde ocorre uma obra será aditado para atender aos dois pontos de desabamento que surgiram. Essas obras são previstas para iniciarem no primeiro trimestre. “A complexidade de cada ponto é diferente”, finaliza.

Ponte entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul liberada antes do Natal

Interditada desde o dia 12 de maio, quando um dos pilares colapsou, a ponte sobre o Rio Caí entre Nova Petrópolis e Caxias do Sul deverá ser liberada para o trânsito até o dia 20 de dezembro.

Região terá aumento significativo em transporte aéreo

As melhorias aeroportuárias ganharam destaque no encontro. entre os principais tópicos discutidos, esteve a reforma do Aeroporto de Canela, pela Infraero e as melhorias no Aeroporto Regional Hugo Cantergiani e a situação de construção do Aeroporto de Vila Oliva, ambos em Caxias do Sul.

Diretor da Infraero e do Aeroporto de Canela, Odone Bizz, falou sobre os avanços nas obras na unidade da Serra. "O aeroporto [de Canela] surge como catalisador do turismo regional. Para alcançar esse objetivo, realizamos ajustes para desenvolver sua infraestrutura e capacidade. No Aeroporto de Canela, entregamos uma pista ampliada em 60 metros, com 30 metros de largura, contra 18 metros anteriormente. Essa adequação permitirá receber aeronaves de maior porte", explicou.

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Bizz também mencionou os planos futuros: "Nosso objetivo é tornar o aeroporto capaz de receber aeronaves de até 72 lugares (ATR), implantar um novo terminal de passageiros, instalar uma rádio para comunicação com pilotos e construir uma estação meteorológica. Esses projetos estão em planejamento para o primeiro semestre de 2025."

Já o secretário de Trânsito e Transportes de Caxias do Sul, Alfonso Willenbring, destacou os desafios enfrentados durante as enchentes, quando o Aeroporto Hugo Cantergiani, foi utilizado como ponto de entrada para todo o estado e mencionou o projeto do novo terminal, com a conclusão do projeto executivo arquitetônico e a finalização dos projetos complementares ainda em 2025.

“Nós temos já no início do ano, a intervenção na pista do aeródromo. É uma recuperação quase que total da pista. Logo na sequência, pretendemos a intervenção na ampliação do terminal de passageiros, qiue vai quase dobrar de tamanho. São dois mil metros quadrados a mais a serem construídos. Temos, ainda dentro do exercício 2025, o planejamento de investimento em tecnologia, que são a ampliação dos canais de expressão, das esteiras de bagagem. Isso tudo é para ser ampliado no mínimo 100% do que temos hoje. E aí, sim, oferecer uma qualidade, um serviço melhor às pessoas que utilizam”, projetou.

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Secretária de Planejamento de Caxias do Sul, Margarete Bender, falou sobre o novo Aeroporto de Vila Oliva, que ocupará uma área total de 445,53 hectares. Ela explicou a importância de um novo aeroporto na região, destacando o potencial turístico e industrial da Serra Gaúcha.

"A região de difícil acesso para transporte de materiais essenciais para a indústria local justifica a necessidade de um novo aeroporto. Em 2015, o governo do Estado identificou a área de Vila Oliva como ideal para a construção de um aeroporto de cargas e passageiros. Embora o aeroporto de Hugo Cantergiani já exista, o novo projeto de Vila Oliva é essencial para a resiliência da região. A licença ambiental foi obtida, e o projeto está em avaliação na Secretaria de Aviação Civil", afirmou.