Anunciada pelo governo federal no fim de janeiro, a aplicação da vacina bivalente contra a Covid-19 começará a ser feita em todo o País ainda este mês. Na última semana, o Rio Grande do Sul recebeu do governo federal o primeiro lote do imunizante da Pfizer, com 32,4 mil doses. As vacinas já foram repassadas a municípios, e a aplicação no Estado começa oficialmente nesta terça-feira (14). Nesta primeira fase, a imunização é dirigida a pessoas que vivem em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs). (Saiba mais abaixo).
A nova vacina serve como mais um reforço e só pode ser tomada por quem completou, pelo menos, o esquema primário de vacinação (duas doses de vacinas da Pfizer, duas da AstraZeneca, duas da CoronaVac, ou uma dose da Janssen).
Diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), o pediatra e professor universitário Juarez Cunha explica que pessoas que eventualmente não tenham se vacinado precisarão realizar as etapas anteriores da imunização antes de receberem a bivalente. Este imunizante foi desenvolvido após mutações do vírus original causador da Covid-19. “As vacinas bivalentes incluem a proteção para a cepa ancestral e para a variante Ômicron.”
O médico destaca ainda a importância da atualização do esquema vacinal. “É importante salientar que a pandemia não acabou. Sabemos que a utilização das vacinas, elas têm um potencial protetor bastante elevado para evitar mortes”, justifica. Confira, a seguir, outros pontos esclarecidos pelo especialista.
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Tire dúvidas sobre a vacina bivalente
O que é o imunizante?
Com o avanço da Covid-19, novas variantes do vírus causador da doença surgiram, o que levou à necessidade de desenvolvimento de novos imunizantes. As vacinas bivalentes contam com cepas atualizadas contra o coronavírus, incluindo proteção contra a variante Ômicron. A bivalente não pode ser utilizada como vacina primária, pois só tem eficácia como reforço.
Quem pode tomar?
A imunização no Estado começará com foco nos idosos que vivem em Instituições de Longa Permanência (ILPIs) e, depois, será estendida a outros públicos. Esta primeira etapa nas ILPIs é uma antecipação do que o Ministério da Saúde definiu como Fase 1, que inclui pessoas de 70 anos ou mais, imunocomprometidos e comunidades indígenas. Estes grupos deverão ser atendidos na sequência, conforme a chegada de novas remessasao RS.
Poderão se vacinar, conforme calendário definido pelo governo federal, pessoas que já tiverem completado o esquema vacinal primário (formado por uma ou duas doses a depender da fabricante).
O intervalo mínimo para aplicação da vacina bivalente é de 4 meses, contados a partir da última dose de reforço ou da última dose do esquema primário (básico).
Por que se vacinar?
Novos casos de Covid-19 vêm sendo registrados em diversos países, especialmente na China. A contínua circulação do coronavírus pode causar o surgimento de novas cepas. A imunização evita o desenvolvimento de uma forma grave da doença, além de ajudar a conter a disseminação do vírus e, consequentemente, de novas variantes.
A vacina bivalente é segura?
Cunha reforça que as vacinas foram testadas e são seguras, e lamenta que notícias falsas tenham reduzido a cobertura vacinal no País. “Um dos grandes problemas que a gente tem observado é o abalo na confiança da vacina pelas ‘fake news’ e pela desinformação”, pontua.
O médico lembra que reações ao imunizante são raras e muito menos danosas se comparadas à doença. “Os eventos adversos que são relatados com a vacinação são, em geral, leves”, ressalta. “Com certeza, as consequências da Covid são muito mais graves do que os raríssimos eventos que podem acontecer com a vacina.”
Reforço anual será necessário?
De acordo com Cunha, ainda é difícil saber se será necessário um reforço anual da vacina, como ocorre no caso da gripe, já que isso depende da evolução das variantes.
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