Quem nunca recebeu o convite para comer cuca ou aquele pedido: “traz uma cuca pra mim?”, provavelmente não seja morador aqui da região.
A receita típica da culinária alemã caiu no gosto dos gaúchos e, independentemente de ter antepassados germânicos ou não, é difícil ter alguém que nunca tenha saboreado um pedaço de “Kuchen”.
Há quase 200 anos, quando os primeiros imigrantes chegaram em São Leopoldo, a cuca passou a ser produzida por aqui.
E, desde então, tornou-se um alimento presente em muitas famílias, além de produto certo em padarias e supermercados. Está entre os principais legados gastronômicos deixados pelos colonizadores.
Rolante, no Vale do Paranhana, tornou-se a Capital Nacional da Cuca, por meio de uma lei municipal criada em 2005, e a Kuchenfest, Festa da Cuca, foi incluída no calendário oficial do Estado. A cada ano, um novo sabor é lançado na festividade.
Além disso, em 2023 foi instituída a data de 7 de março como o Dia Municipal do Cuqueiro e Cuqueira.
Na 24ª Kuchenfest, no ano passado, mais de 10 mil cucas foram comercializadas entre os mais de 30 sabores, sendo que a novidade foi a receita Frida, recheada com ameixa, coco e doce de leite.
Os primeiros imigrantes alemães chegaram no município por volta de 1880 e povoaram as localidades de Ilha Nova e Alto Rolante.
Hoje é a Associação de Cuqueiras e Cuqueiros de Rolante (Ascur) responsável por manter a tradição e produzir a iguaria na cidade.
Tanto que os saberes e modos de fazer a cuca se tornarão Patrimônio cultural imaterial de Rolante. O jeito como se misturam a farinha, ovos, manteiga ou banha, açúcar e se preparar o forno à lenha serão um conhecimento preservado, para se ter a certeza de que continuarão a passar de geração em geração.
Na Alemanha, a cuca é chamada de Streuselkuchen, que significa “bolo de flocos”. No Estado, desde 2021, a cuca é patrimônio histórico, cultural e gastronômico de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo.
LEIA TAMBÉM