TRANSPORTE COLETIVO

O que diz a Trensurb e a Metroplan sobre demora no trajeto até Porto Alegre?

Universidades da região metropolitana também estão preocupadas com horário de operação dos trens

Publicado em: 21/06/2024 10:57
Última atualização: 21/06/2024 13:24

O que era uma hora de trajeto virou quase três desde que as enchentes causaram sérios transtornos na região metropolitana. Quem precisa se deslocar entre o Vale do Sinos e a capital, agora precisa acessar os vagões da Trensurb e fazer uma parte do deslocamento de ônibus. 

Desde que os trens retornaram, há quase um mês, com viagens entre Novo Hamburgo e Canoas, os usuários precisam lidar com a demora, os atrasos, as lotações e as inseguranças diárias. 


Viagem de Trensurb até a Estação Mathias Velho Foto: Laura Rolim/GES-Especial

Em nota, a Trensurb afirma que a estimativa de 150 dias para o retorno das viagens nas demais estações se deve ao trabalho de recuperação das subestações de energia Fátima e Farrapos. Sem elas, o trem não pode avançar além da estação Mathias Velho.

Em outros momentos de inundação em estações da Trensurb, ônibus foram fretados para atender a população. Nesse momento, a Trensurb afirma que a responsabilidade fica com a Metroplan, que oferece transporte por meio da Transcal.

Sobre as reclamações de alguns usuários em relação aos veículos da Transcal, a empresa afirma que a ventilação dos veículos é realizada através de equipamentos de ar condicionado, e é automaticamente renovada. Já os casos de goteiras são encaminhados ao departamento de manutenção para os devidos reparos.

Veja trajeto em vídeo

Acúmulo de lixo

Em relação ao acúmulo de lixo relatado por alguns usuários no terminal Mathias Velho, a Prefeitura de Canoas diz que vem desempenhando a Operação Limpeza com o objetivo de remover todos os entulhos em até 45 dias.

Metroplan considera que há ônibus suficientes no trajeto

De acordo com a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), há um total de 25 a 35 veículos atuando diariamente na baldeação entre Canoas e Porto Alegre, para uma demanda de aproximadamente 7 mil passageiros por dia. Questionada sobre a possibilidade de ampliar frotas e itinerários para reduzir os problemas relacionados à lotação, a fundação respondeu, mediante assessoria de imprensa, que isso só pode ser feito caso a demanda aumente. "Ela é suficiente para transportar todos os passageiros", justificou.

A fundação foi questionada também sobre a possibilidade de criação de um terminal no Mercado Público de Porto Alegre, mais conhecido pelos moradores da região metropolitana, e afirmou que, neste caso, a responsabilidade seria da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e, em Porto Alegre.

A EPTC respondeu, mediante assessoria, que toda a operação oriunda de outros municípios é responsabilidade da Metroplan. Portanto, segundo a empresa, para que possa ser criado um terminal no Mercado Público, a Metroplan deve, primeiro, realizar uma solicitação, que será analisada pela EPTC para verificar se este terminal interferiria, ou não, na mobilidade do centro da capital gaúcha.

"O terminal de Canoas sempre foi no terminal Conceição", replica nota da Metroplan, acrescentando que a fundação "não tem gestão sobre os terminais em Porto Alegre". A comunicação da assessoria acrescenta: "Não tem por que a Metroplan solicitar alteração de um terminal definido pela prefeitura."

Universidades também estão preocupadas

Além da falta de trens, o horário de operação do Trensurb preocupa a direção das universidades. "Levamos essa questão para o governador, para mostrar que a universidade e a cadeia produtiva dos municípios precisam retomar a normalidade", diz o reitor da Ulbra Thomas Heimann.

Como as aulas noturnas no campus de Canoas vão até as 22 horas, para atender os alunos no retorno para casa, o trem precisaria operar, no mínimo, até as 23 horas. A reitoria estima que cerca de 200 alunos estejam impossibilitados de atividades presenciais devido aos transtornos no transporte público.

"Estamos trabalhando em um plano B para atender os alunos. Nesse semestre, estamos em uma operação emergencial, mas como há previsão de que o trensurb siga inoperante até o final do ano, todo o segundo semestre nos preocupa", afirma Heimann.

A universidade está em diálogo com a Trensurb e a Transcal. Apesar da possibilidade de flexibilização, não há como alterar o horário das aulas. A Ulbra retomou aulas presenciais no dia 17.

Em São Leopoldo, a Unisinos, que retomou aulas presenciais no dia 10 de junho está disponibilizando duas linhas de ônibus, ambas da central, com saída às 22h15, de segunda a sexta. Uma delas tem destino a Novo Hamburgo e a outra tem destino a Porto Alegre, levando uma média de 50 a 60 estudantes por dia. Para utilizar, os alunos devem se inscrever através do e-mail transportes@unisinos.br.

A linha de Novo Hamburgo segue os trilhos do trem e para em todas as estações. A de Porto Alegre pega a BR-116 parando próximos às estações.

Colaboraram: Amanda Krohn e Valentina Bressan

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