Desde que milhares de pessoas tiveram que deixar suas residências por conta das enchentes que afetaram a região, o trabalho de voluntários se tornou essencial para dar conta de atender as necessidades da população. Já são mais de 20 dias mobilizados em diversas frentes, seja na produção de marmitas, na entrega de roupas e alimentos, ou no suporte aos que mais precisam.
Foto: Laura Rolim/GES-Especial
Conforme os dias vão passando, no entanto, é normal que as pessoas precisem retomar suas atividades diárias e voltar ao trabalho. Com isso, o tempo para ajudar aos afetados acaba ficando curto. Desde o início da tragédia, há quase um mês, centenas de voluntários que haviam se mobilizado precisaram encerrar as atividades para dedicar tempo às suas próprias famílias.
Mesmo assim, milhares de moradores afetados de cidades da região seguem fora de casa e necessitam de ajuda, o que gera preocupação aos municípios atingidos, já que ainda há muita demanda e o número de voluntários começou a diminuir.
Em Novo Hamburgo, conforme a procuradora-geral do Município e uma das coordenadoras gerais de atendimento às vítimas da enchente, Fernanda Luft, a Fenac segue necessitando de voluntários para a triagem de roupas doadas.
“Também há necessidade de voluntários para ajudar a cuidar de animais resgatados, que estão nos dois abrigos mantidos pela Prefeitura (no antigo hotel da Fenac e no ginásio Agostinho Cavasotto)”, lembra Fernanda.
Segundo a procuradora, desde o início do mês foram mais de 6.200 voluntários cadastrados. “Atualmente, há poucos voluntários na ativa”, menciona. Para quem quiser ajudar, o cadastro pode ser feito diretamente na Fenac, no pavilhão principal com acesso pelo portão da Rua Araxá.
Já em São Leopoldo, conforme a Prefeitura, são várias áreas de atuação que as pessoas da comunidade têm ajudado. Para seguir com a corrente de apoio e solidariedade, a Administração Municipal segue com cadastro aberto, pois há necessidade de voluntários.
Nos últimos dias, conforme relatou na semana passada a diretora administrativa da Secretaria de Cultura e Relações Internacionais, Lionella Goulart, os abrigos tiveram uma redução no número de voluntários atuantes, o que fez o Município abrir um novo cadastramento de interessados em ajudar.
“Tivemos uma pequena redução nos últimos dias, em razão do retorno de voluntários às suas atividades de trabalho e até pelo auxílio a familiares no retorno às suas casas. Fizemos mais um chamamento nas redes para cadastros e recebemos novas inscrições”, conta.
Os voluntários podem auxiliar nos diferentes serviços prestados nos abrigos. Segundo a Prefeitura, uma das áreas com mais demanda é no abrigo de animais resgatados, localizado no antigo Big.
A orientação é para que, antes de se cadastrar, o candidato veja se tem condições de se deslocar até os postos em segurança. Os voluntários devem ter mais de 18 anos e menores de idade devem ser acompanhados pelos responsáveis. O formulário de inscrição está disponível nas redes sociais oficiais da Prefeitura, site e grupos de voluntários. Ele pode ser acessado aqui.
Canoas, assim como muitos outros municípios, está enfrentando um movimento de redução no número de voluntários, mas a ajuda segue sendo essencial na cidade, especialmente porque mais de 10 mil pessoas estão abrigadas em abrigos institucionais.
Atualmente, a demanda de auxílio concentra-se principalmente na limpeza das residências das pessoas que estão retornando aos seus lares. A causa animal também requer atenção urgente, uma vez que existem 9 abrigos no município, com um total de 4253 animais necessitando de cuidados e assistência.
Diocese convoca voluntários para mutirão de limpeza
Além de contar com voluntários nos centros de distribuições de doações e em abrigos, a Diocese de Novo Hamburgo, agora, pede a ajuda da comunidade para auxiliar na limpeza de residências e paróquias atingidas pelas enchentes.
Foto: Pascom/Gabriel Machado
Conforme explica o Padre Márcio Lavratti, nesta semana, a Diocese está numa força tarefa para limpar a Paróquia São Jorge, no bairro Campina, e a Capela Jesus Operário, no bairro Rio dos Sinos, ambas em São Leopoldo.
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“Essas paróquias estão em pontos centrais, nos bairros que mais foram atingidos. Estamos dando atenção a esses locais, para que quando estejam limpos, tenhamos um ponto de referência para os moradores buscarem doações de material de limpeza ou algo para comer. Será um ponto de referência de acolhida para essas pessoas”.
Segundo o sacerdote, há muito serviço para ser feito e o número de voluntários diminuiu. “Precisamos muito, muito de voluntários mesmo. Tem trabalho para todos que queiram ajudar, seja no centro de triagem, na distribuição de cestas básicas ou roupas, seja ajudar na limpeza dos abrigos…”, convoca o padre.
O cadastro de voluntários pode ser acessado através das redes sociais da Diocese de Novo Hamburgo ou através do formulário, que pode ser acessado aqui.
Wallau encerra produção de marmitas com quase 72 mil refeições entregues
Empenhados em fornecer alimentação para os atingidos pela enchente desde o início do mês, o grupo de voluntários da Wallau Centro de Esportes, no bairro Rondônia, encerrou a produção de marmitas no último sábado (25).
Conforme o empresário Tiago Rafael Nitz, 32, a ajuda não deve parar por aqui, já que a demanda segue em outras frentes. Foram 23 dias produzindo refeições e lanches para a população atingida, chegando ao número de 71.896 marmitas.
“Agora estamos rumando a outras etapas do processo. A segunda etapa é o pessoal retornar para suas casas, e nós temos que suprir eles”, afirma Nitz. O empresário também percebe que houve uma baixa no número de voluntários, que tem a ver com a volta da rotina das pessoas.
“O pessoal precisa voltar a trabalhar e voltar a sua rotina. Queremos montar equipe para fazer limpeza nas casas, mas precisamos de voluntários, que sempre são bem vindos”, convida Nitz. Para quem quiser ajudar, o contato pode ser feito através do Instagram: @wallaucentrodeesportes