SÃO LEOPOLDO
Número de gatos arremessados de apartamento pode passar de 30, dizem testemunhas
À Polícia, engenheiro alega que felinos eram mortos pelo seu gato de estimação. Sempa diz que não é comum gatos apresentarem esse comportamento
Última atualização: 26/03/2024 22:00
A divulgação do indiciamento pela Polícia Civil de um engenheiro de produção de 34 anos suspeito de arremessar gatos pela janela do prédio onde mora, na Rua Primeiro de Março, no centro de São Leopoldo, gerou revolta na região. O caso, descoberto em novembro do ano passado, foi denunciado na 2ª Delegacia de Polícia da cidade.
Moradores próximos e pessoas engajadas na causa animal, que levaram o caso até as autoridades, revelam que o número de animais mortos pelo engenheiro pode passar de 30. Alguns cadáveres e sacolas, onde há possibilidade de haver outros animais mortos, ainda podem ser vistos no telhado de um prédio comercial que fica ao lado do residencial onde o homem vive.
Segundo o delegado André Serrão, responsável pela investigação, o homem é suspeito da morte de, pelo menos, 11 felinos. Em depoimento, ele afirmou aos policiais que adotava os animais em sites. Após seu gato de estimação matá-los, o homem os lançava pela janela "por não saber o que fazer com os mortos".
Vídeos de câmeras do prédio e de estabelecimentos próximos mostram os gatos caindo no chão. Alguns ainda agonizam dentro de sacolas plásticas. Conforme Serrão, os animais eram jogados de uma altura de aproximadamente 20 metros.
"Chuva de gatos"
Servidora pública e "babá" de animais, Taís Pizzato, 39 anos, foi uma das primeiras pessoas a ter conhecimento das mortes suspeitas de gatos nas imediações do prédio. "Primeiro, pensávamos se tratar de envenenamento, já que alguns animais começaram a aparecer mortos na calha do prédio", conta. No entanto, foi uma situação assustadora que acendeu o alerta de que algo muito mais complexo estava por trás das mortes dos felinos.
"Um senhor que estava realizando um trabalho nas redondezas foi atingido por um gato morto na cabeça quando passava próximo do prédio. No reboque do carro dele haviam outros dois gatos mortos. Ele denunciou o caso da 'chuva de gatos' à Guarda Civil Municipal. Além disso, um outro animal recolhido morto na rua foi levado por uma voluntária à Sempa [Secretaria Municipal de Proteção Animal] para uma autópsia, que revelou que ele não havia sido envenenado", comenta.
Para Taís, o indiciamento do homem não é o suficiente. "Ele é um psicopata, que deve sentir prazer matando os animais, e que quando sair daqui [de São Leopoldo], provavelmente vai continuar fazendo a mesma coisa em outro lugar", analisa.
Indiciado responde em liberdade
De acordo com o delegado André Serrão, o indiciado não possui antecedentes policiais e deverá responder pelo crime de maus-tratos contra os animais qualificado em liberdade.
"Um inquérito policial foi instaurado e no decorrer do procedimento testemunhas foram ouvidas e imagens de videomonitoramento da região coletadas, através das quais foi possível observar alguns animais caindo no chão. A investigação apurou que mais de 10 felinos foram encontrados mortos, sendo que dois sobreviveram, após tratamento veterinário. Em caso de condenação, a pena poderá chegar a mais de cinco anos de reclusão", explica Serrão.
O delegado admite que há relatos de que o número de animais que teriam sido vítimas do homem é maior do que o indicado pela Polícia no inquérito, mas afirma que os demais casos não foram associados a crime por não haver registro. De acordo com Serrão, a comunidade pode colaborar com o trabalho da Polícia Civil através do repasse de informações por mensagem no WhatsApp 997.011.738. O sigilo é garantido.
Animais mortos não apresentavam lesões de briga com outro gato
Titular da Secretaria Municipal de Proteção Animal (Sempa), o veterinário Walter Verbist, conta que não é comum gatos apresentarem o comportamento de matar outros felinos por falta de adaptação. "Nunca vi gatos terem este tipo de comportamento. Já vi cães não se adaptarem a uma situação de outros animais", comenta.
"O que mais nos chamou a atenção é que os dois animais que analisamos na Secretaria nenhum apresentava lesões de briga. Um apresentou incoordenação motora, que suspeitávamos ser por conta de envenenamento, mas este se recuperou. Já o outro chegou morto, com politraumatismos, mas nenhum dos dois tinha lesões compatíveis a mordidas ou arranhadas de um outro gato, estavam com os corpos íntegros neste sentido", explica Verbist.
A divulgação do indiciamento pela Polícia Civil de um engenheiro de produção de 34 anos suspeito de arremessar gatos pela janela do prédio onde mora, na Rua Primeiro de Março, no centro de São Leopoldo, gerou revolta na região. O caso, descoberto em novembro do ano passado, foi denunciado na 2ª Delegacia de Polícia da cidade.
Moradores próximos e pessoas engajadas na causa animal, que levaram o caso até as autoridades, revelam que o número de animais mortos pelo engenheiro pode passar de 30. Alguns cadáveres e sacolas, onde há possibilidade de haver outros animais mortos, ainda podem ser vistos no telhado de um prédio comercial que fica ao lado do residencial onde o homem vive.
Segundo o delegado André Serrão, responsável pela investigação, o homem é suspeito da morte de, pelo menos, 11 felinos. Em depoimento, ele afirmou aos policiais que adotava os animais em sites. Após seu gato de estimação matá-los, o homem os lançava pela janela "por não saber o que fazer com os mortos".
Vídeos de câmeras do prédio e de estabelecimentos próximos mostram os gatos caindo no chão. Alguns ainda agonizam dentro de sacolas plásticas. Conforme Serrão, os animais eram jogados de uma altura de aproximadamente 20 metros.
"Chuva de gatos"
Servidora pública e "babá" de animais, Taís Pizzato, 39 anos, foi uma das primeiras pessoas a ter conhecimento das mortes suspeitas de gatos nas imediações do prédio. "Primeiro, pensávamos se tratar de envenenamento, já que alguns animais começaram a aparecer mortos na calha do prédio", conta. No entanto, foi uma situação assustadora que acendeu o alerta de que algo muito mais complexo estava por trás das mortes dos felinos.
"Um senhor que estava realizando um trabalho nas redondezas foi atingido por um gato morto na cabeça quando passava próximo do prédio. No reboque do carro dele haviam outros dois gatos mortos. Ele denunciou o caso da 'chuva de gatos' à Guarda Civil Municipal. Além disso, um outro animal recolhido morto na rua foi levado por uma voluntária à Sempa [Secretaria Municipal de Proteção Animal] para uma autópsia, que revelou que ele não havia sido envenenado", comenta.
Para Taís, o indiciamento do homem não é o suficiente. "Ele é um psicopata, que deve sentir prazer matando os animais, e que quando sair daqui [de São Leopoldo], provavelmente vai continuar fazendo a mesma coisa em outro lugar", analisa.
Indiciado responde em liberdade
De acordo com o delegado André Serrão, o indiciado não possui antecedentes policiais e deverá responder pelo crime de maus-tratos contra os animais qualificado em liberdade.
"Um inquérito policial foi instaurado e no decorrer do procedimento testemunhas foram ouvidas e imagens de videomonitoramento da região coletadas, através das quais foi possível observar alguns animais caindo no chão. A investigação apurou que mais de 10 felinos foram encontrados mortos, sendo que dois sobreviveram, após tratamento veterinário. Em caso de condenação, a pena poderá chegar a mais de cinco anos de reclusão", explica Serrão.
O delegado admite que há relatos de que o número de animais que teriam sido vítimas do homem é maior do que o indicado pela Polícia no inquérito, mas afirma que os demais casos não foram associados a crime por não haver registro. De acordo com Serrão, a comunidade pode colaborar com o trabalho da Polícia Civil através do repasse de informações por mensagem no WhatsApp 997.011.738. O sigilo é garantido.
Animais mortos não apresentavam lesões de briga com outro gato
Titular da Secretaria Municipal de Proteção Animal (Sempa), o veterinário Walter Verbist, conta que não é comum gatos apresentarem o comportamento de matar outros felinos por falta de adaptação. "Nunca vi gatos terem este tipo de comportamento. Já vi cães não se adaptarem a uma situação de outros animais", comenta.
"O que mais nos chamou a atenção é que os dois animais que analisamos na Secretaria nenhum apresentava lesões de briga. Um apresentou incoordenação motora, que suspeitávamos ser por conta de envenenamento, mas este se recuperou. Já o outro chegou morto, com politraumatismos, mas nenhum dos dois tinha lesões compatíveis a mordidas ou arranhadas de um outro gato, estavam com os corpos íntegros neste sentido", explica Verbist.
Moradores próximos e pessoas engajadas na causa animal, que levaram o caso até as autoridades, revelam que o número de animais mortos pelo engenheiro pode passar de 30. Alguns cadáveres e sacolas, onde há possibilidade de haver outros animais mortos, ainda podem ser vistos no telhado de um prédio comercial que fica ao lado do residencial onde o homem vive.